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Socioeducandos participam de festival de arte, cultura e diversidade

publicado: 17/12/2019 18h05, última modificação: 17/12/2019 18h05
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Fotos: Marcela Gabínio
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O Governo do Estado da Paraíba, por meio da Fundação Desenvolvimento da Criança e do Adolescente Alice Almeida (Fundac), realizou, nessa segunda-feira (16), na Sala Maestro José Siqueira, no Espaço Cultural, o I Festival de Arte, Cultura, Educação e Diversidade da Socioeducação (Faces), que contou com a participação de jovens e adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa e é resultado do respeito à diversidade por meio das artes, cultura e lazer, como processo educativo. Na ocasião, foi lançado o Projeto Político Pedagógico (PPP) que norteia as ações socioeducativas.

Com o tema central “Direitos Humanos e Cultura de Paz”, o Festival, que não teve caráter competitivo, se configura como espaço de culminância dos processos educativos desenvolvidos no Sistema Socioeducativo da Paraíba. A música, a dança e o teatro, foram evidenciados e contaram com a parceria de artistas locais, professores, alunos, artistas das escolas que atendem ao sistemasocioeducativo, agentes, direções das sete unidades em João Pessoa, Lagoa Seca e Sousa.

O presidente da Fundac, Noaldo Meireles, disse que o lançamento do Projeto Político Pedagógico Institucional da Fundac e do Projeto Político Pedagógico das Unidades Socioeducativas do Estado da Paraíba no Festival de Arte, Cultura, Educação e Diversidade da Socioeducação marca, com suas atividades, um momento ímpar na história da socioeducação da Paraíba, na história da Fundac. Para Noaldo, o lançamento destes documentos vai fazer a divisão do antes e do depois do projeto socioeducativo do Estado da Paraíba.

“Foi a primeira experiência no nosso Estado de uma atividade cultural e educativa, fantástica, que abrilhantou esta data e que contou com participação de todas as 7 unidades”, comentou, lembrando que a adesão foi maciça. “Foram 180 profissionais de todas as unidades e 52 adolescentes e jovens que contaram com a compreensão e um apoio fantástico da Secretaria de Educação, da escola nas três regiões, do Governo do Estado como um todo”, disse e ressaltou que o governador João Azevêdo vem apostando nesse viés de se investir na educação como forma de recuperar e reeducar jovens e adolescentes.

Além das apresentações artísticas e culturais dos adolescentes e dos jovens e do lançamento do PPP da Fundac e do PPI, também foi lançada a segunda edição do Jornal Socializando, da Fundac, e da Revista Castelando, uma edição especial da Escola Cidadã Integral Socioeducativa Almirante Saldanha. A diretora da Escola, Tatiana Pinangé, disse que a Revista surge da vontade de divulgar práticas pedagógicas libertadoras que despertam o senso crítico do educando e chama para a reflexão de um novo recomeço e de quantos recomeços forem necessários para a reconstrução dos seus Projetos de Vidas.

A secretária de Desenvolvimento Humano, Neide Nunes, agradeceu a toda comunidade socioeducativa, à Universidade Federal da Paraíba, ao sistema de justiça, aos professores e direção da escola, aos familiares dos internos presentes. Para ela, “foi um momento de celebrar não só a construção deste documento, que representa cada lágrima, cada suor, cada sorriso no rosto de cada um que compõe o time Fundac como dizer que não é possível avançar sem ter o olhar de cada um de vocês”.

Ela também agradeceu aos técnicos de referência, às direções técnicas das unidades, às direções das unidades e à Diretoria Técnica, na pessoa de Waleska Ramalho, pela caminhada, fortaleza e dedicação. Neide Nunes disse que o governador João Azevêdo não tem medido esforços para contribuir com essa política, que, segundo observou, talvez seja a política mais difícil de ser implementada. “É a política que nos oferece mais desafios diários, porém, quanto mais os desafios nos permitem, mais ousados nós somos, mais ousados nós vamos enfrentar e eu tenho certeza que ousadia, foco, força de vontade é o que não falta nessa equipe da Fundac”, afirmou.

FESTIVAL DE TODAS AS ARTES - Com beleza, desenvoltura de uns e timidez de outros, os socioeducandos deram seu recado. “Tem muita mente brilhante atrás das muralhas”, disse um deles, após declamar uma poesia marginal. “Eu sei o que fiz e hoje reconheço. Não importa sua cor, os direitos são os mesmos....queria ser doutor mas o crime me abraçou...”, afirmou outro em um rap. “Vou estudar, refazer a minha vida. Sem educação, não tem saída...quero paz, quero paz. Em toda a comunidade, quero paz”, enfatizou outro socioeducando em outro rap.

O Festival também contou com a ajuda dos professores para a seleção do repertório musical das apresentações. Teve Jackson do Pandeiro, Charles Chaplin com a canção Smile (Sorrir) pelo grupo Batukar Tambor, do CEA/Sousa, com direção de Espedito Lopes,  e apresentação do cordel ‘Um Triste Amor’, sob a direção de Porcina Furtado. Na cultura popular, um interno do Lar do Garoto interpretou, num solo de flauta, Asa Branca, de Luiz Gonzaga.

Os grupos também apresentaram frevo, reggae, ala ursa, gospel e música religiosa, este último apresentado pelo Coral ‘Unidos pela Paz’, direção de Kelson Ricardo e Nilson Matos, ambos do Lar do Garoto. Do som dos tambores do CEA/JP ressoaram os gritos por liberdade na cadência percussiva que teve a regência de Clevaldo Rodrigues. A literatura homenageou a escritora Carolina de Jesus e não faltou Bertold Brecht na leitura dramática ‘Aquele que diz sim, Aquele que diz não’ com o grupo ‘Arte na Semi é Liberdade’, direção de Dhyan Urshita.

Os socioeducandos do CEJ deram o tom na ‘Sebastiana Orquestra de Violões’, sob a maestria de Diego Michel e Moises Rodrigues e o grupo ‘CEJ Encena’ apresentou o espetáculo “Me prendo à Cultura” (teatro de bonecos), sob a direção das professoras Maria de Lourdes, Naiara Misa e Francisca Melo. O CEJ participou também com a poesia ‘O Eu Poético de Mim’, com direção de Cira Maia.

O CSE mostrou o rap ‘ Quero Paz’, autoria de dois internos e o cordel declamado ‘Minha Escola’ ambos com direção de Inglith Conceição. O festival se encerrou com o espetáculo “Auto do Céu, O Menino do Morro”, interpretação do Grupo ‘Favela Vive’, do Centro Socioeducativo Rita Gadelha e direção de Cinthya Nascimento. O I Faces contou com vários formatos de obras de arte. Pinturas, desenhos, literatura, artesanato, marchetaria, origami, tecelagem, livro de poesias e telas produzidas nas unidades socioeducativas da Fundac.

Para o coordenador do projeto, Nilton Santos, o objetivo do ‘I Faces’ foi reunir a produção de arte e culturas produzidas nas unidades socioeducativas culminando num grande espetáculo de variedades. O festival teve como meta expor o fazer artístico-cultural dos socioeducandos produzidos ao longo deste ano e assim fortalecer a identidade cultural deles, gerando intercâmbio de saberes entre artistas, estudantes e escolas, bem como promovendo o respeito à diversidade cultural, religiosa, de gênero e sexual. Nilton disse que a cultura de paz foi baseada na cartilha da cultura de paz da Unesco.

O I Faces teve a coordenação geral do presidente da Fundac, Noaldo Meireles; a coordenação de produção da diretora técnica, Waleska Ramalho, a organização dos eixos Educação e Diversidade da Fundação, a parceria da Funesc, Sedh, Seect, das três escolas socioeducativas do Estado, além de professores, agentes, técnicos e direções das unidades na Paraíba.