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Socioeducandas concluem curso de “auxiliar de confeitaria”

publicado: 03/10/2019 18h26, última modificação: 03/10/2019 18h26

Socioeducandas da Unidade Rita Gadelha, da Fundação Desenvolvimento da Criança e do Adolescente “Alice de Almeida” (Fundac), concluíram o primeiro módulo da Oficina de “Auxiliar de Confeitaria”. De acordo com o diretor da unidade, Marcos Bento Pessoa, a oficina, que teve duração de seis meses, com 60 horas de aula, emitirá certificado no dia 16 de outubro para as 12 adolescentes participantes dos turnos da manhã e tarde. No semestre passado, 14 adolescentes saíram com certificados de auxiliares de confeitaria.

“O curso é de grande valia, pode ajudar muito a reiniciar a vida lá fora. A maioria quando chega aqui não sabe fazer nada, ou seja, na rua elas não têm limites, não sabem fazer uma comida, não sabem fazer nada praticamente. Com o curso de culinária, elas saem preparadas para quando chegar de retorno à família, fazer uma alimentação para seus pais, até quando casar sair preparada daqui. Além disso, tira a ociosidade e ajuda no bom comportamento, deixando-as tranquilas, o que ajuda muito no cumprimento da medida”, observou o diretor.

O professor de Culinária da Unidade, Alcimar Júnior, explicou que a oficina inicia com noções teóricas de gastronomia, através de aulas com apostilas, slides e filmes. Em seguida, as alunas produzem textos e resumos sobre o material apresentado em sala de aula. “Falamos um pouco de turismo, hospitalidade, segurança e saúde no trabalho e do principal, que é a higiene e a manipulação de alimentos e utensílios, que tem que ter todo o cuidado”, disse professor Júnior, como é chamado pelas alunas.

A coordenadora do Eixo Profissionalização, Trabalho e Previdência, da Fundac, Silvana Cibelle, disse que a realização das oficinas este ano tem a parceria da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano, que ofertou os insumos para a realização do curso. Ela explicou que nesse semestre a oficina foi estendida para salgados, após reunião de planejamento, que detectou essa necessidade. “Detectamos a necessidade de fazer um módulo de pães, pizzas e salgados. “Além de aprenderem a fazer bolos e doces, elas têm a oportunidade de aprender a fazer pães, massas e salgados”, explicou a coordenadora, informando que mais um módulo será iniciado nesta semana, desta vez com oficinas de bolos e doces.

Motivação - O professor Júnior comentou que a maioria das socioeducandas se esforça e tem muito interesse. “A maioria aproveita e tem interesse, gosta mesmo. Algumas têm mais interesse e uma habilidade maior. É um incentivo para elas depois que saírem daqui, porque podem colocar uma plaquinha em casa de venda de doces e salgados, por exemplo. No ano passado tive uma grata surpresa de alguém que me telefonou para pedir umas receitas, porque havia perdido, e era uma socioeducanda que estava colocando seu próprio negócio”, destacou o oficineiro.

As socioeducandas E.D., M.E e A.M. estão aproveitando bem as oficinas e estão estimuladas a levarem o aprendizado para a vida lá de fora, após cumprir as medidas socioeducativas. “Eu quando sair daqui quero montar a minha Casa do Bolo”, disse ED.

“E eu quando sair daqui eu quero ser confeiteira, fazer bolo, coisas de festa”, declarou M.E.

A adolescente A.M. disse que achou fácil e afirmou ter aprendido a fazer churros, pizza, empada, pão de queijo, coxinha, pastel e massa folhada. “Me ajudou muito aqui e vai me ajudar mais ainda. Quero abrir a minha padaria e tudo que eu aprender aqui eu quero fazer lá fora. Eu acho que a gente deveria ir embora, que a gente já sabe fazer tudo”, declarou.