Notícias
SES discute política em saúde com profissionais do SUS e estudantes
Trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS), militantes, graduandos e pós-graduandos em Saúde Coletiva participaram da “Oficina de Formação Política em Saúde”, em João Pessoa e Campina Grande. Compareceram cerca de 100 participantes, nas duas cidades. Com o objetivo de ter uma reflexão crítica da saúde pública, na capital, o evento aconteceu nesta quinta-feira (26), à noite, no Cefor-PB, e em Campina, ocorreu no período de 21 a 25 de setembro, na Sociedade Odontológica de Campina Grande.
Para a secretária executiva da Saúde (SES), Renata Nóbrega, a oficina foi um momento de buscar o fortalecimento de profissionais de saúde, movimento social em defesa da saúde pública. “A SES e o Cefor-PB trouxeram esse curso para ampliação do diálogo sobre a política na perspectiva da saúde, fomentando a educação e o diálogo de forma permanente no SUS, com vistas a melhorar o discurso e o pensar na política pública de saúde”, disse a diretora geral do Cefor-PB, Vanessa Cintra.
As oficinas foram ministradas pelos professores Áquilas Mendes (USP) e Leonardo Carnut (Unifesp). “Temos que entender que saúde é vida e ter a capacidade de um visão crítica para pontuar os enfrentamentos para manter o SUS vivo”, sugeriu Áquilas, dentro do tema “Do subfinanciamento ao desfinanciamento do SUS”. Já Leonardo começou sua apresentação fazendo uma pergunta instigante. “Até que ponto o SUS vai sobreviver?”
Ainda foram apresentados os temas “A saúde como negócio?”; “A política pública é política? Onde está o SUS?”; “Reforma Sanitária Brasileira: quais são os rumos?”; “O que fazer? Dilemas e perspectivas para a Saúde Coletiva” e “O Estado brasileiro e a Constituição Cidadã: Direitos reconhecidos ou negados?”
Durante as Oficinas foram apresentados os números do desfinanciamento do SUS. Em 2019, o SUS perdeu 9,7 bilhões e, de acordo com dados do Banco Mundial, entre os anos de 2009 e 2015, entre os países com sistemas universais de saúde, foi investido no Brasil uma média de 3,9% do gasto público em saúde. Em países como a Cuba, França e Alemanha são investidos, anualmente, 10,6%; 8,7% e 9,4%, respectivamente.
A constatação do estudo é que, apesar do avanço do SUS, o Brasil está distante da dedicação dos países com sistemas universais com gasto público, cuja média é de 8,0% do PIB.