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Seminários do PB Rural destacam força da mulher agricultora
A presença da mulher agricultora nos seminários do Ciclo de Divulgação e Informações do PB Rural Sustentável, tem sido uma constante nas plenárias. Algumas delas são presidentes ou integrantes dos Conselhos de Desenvolvimento Rurais, Associações Comunitárias, Cooperativas e ocupam outras funções nas organizações em defesa do movimento rural paraibano. Célia Alexandre de Lima, que reside há 37 anos, no Sítio Massapê, no município de Santa Cecília, no Semiárido paraibano, é um exemplo dessa representação feminina. Ela é presidente do Conselho de Desenvolvimento Rural e tesoureira da Associação dos Agricultores da Comunidade Massapê, sendo reconduzida por mais quatro anos.
Célia participou do 10º Seminário do PB Rural Sustentável, no auditório da Fiep, em Campina Grande. Junto com a família, ela comercializa leite, cuja a produção é vendida para a fabricação de queijos. Além dessa atividade, Célia é catequista e liderança comunitária.
Com relação ao que a comunidade almeja do Cooperar III, ela disse que vai se reunir com os associados para definir as prioridades. Célia achou oportuna a realização dos seminários porque esclareceu dúvidas. De posse dos folders de divulgação do Cooperar, ela disse que vai promover um encontro com as 112 famílias do Sítio Massapê, para compartilhar o que vivenciou no evento. “A partir daí, vamos eleger as principais necessidades da comunidade, para, no início do próximo ano, dar encaminhamento na sede do Projeto Cooperar, dos benefícios apresentados e aprovados”, ressaltou Célia.
Eurides Paula Santos é agricultora e secretária da Associação Quilombola Livramento, sediada em São José de Princesa, no Médio Sertão. Ela salientou que a comunidade adquiriu através do Projeto Cooperar, entre os anos de 2003 e 2006, 39 cisternas; e em 2013, 36 complexos sanitários. As 67 famílias assentadas, que representam 300 pessoas, almejam agora do Cooperar III novas cisternas do tipo calçadão e um projeto de avicultura. Para Eurides, o seminário foi importante já que oportunizou conhecer as ações do PB Rural, e como deve proceder para conseguir outros benefícios para sua comunidade. Nessa nova etapa do PB Rural, terão prioridade as organizações de comunidades indígenas, atingidas por barragens e quilombolas.
Recentemente, técnicos do Projeto Cooperar conheceram, no Assentamento Nova Esperança – São Domingos I e Associação de Desenvolvimento Rural de Qualhadas e Capoeiras, nos municípios de Soledade e Cubati, as tecnologias sociais para convivência com o semiárido implementadas pela ASA/PB – Articulação Semiárido Brasileiro, que tem por finalidade apoiar a agricultura familiar de base agroecológica, no sentido de melhorar as condições de vida dos agricultores paraibanos.
Nessas comunidades, por exemplo, o comando das associações e as transações comerciais é realizado pelas esposas, enquanto os maridos trabalham na lavoura e cuidam dos animais. No quintal produtivo da família Antônio/Quitéria, no Assentamento Nova Esperança – São Domingos I, no município de Cubati, que tem como presidente Sara Maria, os técnicos do Cooperar tiveram a oportunidade de conhecer o centro de manejo de caprinos e bovinos, plantações de mudas de forrageiras, plantas nativas e medicinais e fruteiras – graviola, acerola, caju, umbu e goiaba, além de fundos rotativos. A produção vai para a ‘Bodega’ (espécie de centro comercial), em Soledade, deixando 10 por cento da renda para a manutenção da casa. A comunidade abriga 30 famílias.
Solange Medeiros preside a Associação de Desenvolvimento Rural de Qualhadas, Capoeiras e Região, que tem 75 famílias, também sediada em Cubati, a equipe técnica do Cooperar conheceu a Fábrica de Beneficiamento de Polpas de Frutas da Comunidade Capoeiras, financiada com recursos de políticas públicas federais e estaduais a exemplo do Procase – Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Cariri, Seridó e Curimataú, em parceria com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida).
Os artigos da indústria são produzidos e comercializados pelas mulheres na ‘Bodega’, na Feira dos Agricultores Familiares e também no PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar. A polpa, o doce e a geleia de umbu são os mais procurados. Já a produção de bolos é comercializada junto ao PNAE, cedidas para as Escolas Municipais de Soledade, Cubati e Pedra Lavrada. Esses bolos são fabricados pelas esposas dos camponeses para ajudar na renda familiar.
Na Comunidade Capoeiras, visitaram uma fábrica de pequeno porte de telas de arame para cercas. O equipamento foi adquirido através do fundo rotativo em parceria com a Capela São Sebastião, que cedeu o salão social para instalação. A intenção, segundo a presidente da Associação, Solange Medeiros, é substituir o arame farpado pela tela para não ferir os animais e evitar o corte de madeiras nas matas.
Na propriedade da família de Dorinha, em Qualhadas, conheceram o bombeamento de água solar, o biodigestor que funciona com esterco animal que produz gás de cozinha, além de canteiros econômicos, fundos rotativos, sistemas produtivos de base agroecológica, cisternas e o banco de sementes comunitária, que armazena em garrafas pet, bombonas e pequenos silos plásticos sementes de feijão, fava, milho e frutas.
Toda a produção de hortifrutigranjeiros orgânicos é vendida na Feira instalada na praça José de Melo, no centro de Soledade. Elas ocorrem todas as sextas-feiras, das 6h30 às 10h. Nela, são comercializadas polpas de frutas, doces, queijos, requeijão e outros produtos típicos da região. Essas mercadorias também são negociadas na Bodega Agroecológica, que fica na Casa de Economia Solidária, em Soledade e na Comunidade Santa Lúcia, em São Vicente do Seridó. Na região, existem sete feiras nessa modalidade.