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Secretaria da Saúde alerta sobre cuidados com doenças no período chuvoso

publicado: 17/06/2019 19h50, última modificação: 17/06/2019 19h50

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Gerência Executiva de Vigilância em Saúde (Gevs), está alertando a população dos municípios paraibanos sobre os cuidados necessários à proteção da saúde e vida das pessoas durante o período chuvoso. Em nota, a SES informa sobre o aparecimento de doenças como leptospirose, hepatites infecciosas, diarreias agudas, doenças dermatológicas e respiratórias infecciosas.

O alerta é em relação aos alimentos, água para consumo, higiene pessoal e do ambiente, destino do lixo e das fezes. De acordo com a nota, em casos de enchentes e alagamentos, os cuidados devem ser redobrados.

Sobre o tratamento da água usada para beber, para uso pessoal e para fazer comida, a SES recomenda fazer da seguinte forma: para cada 1 litro de água, utilizar 2 gotas de hipoclorito de sódio 2,5%, esperar 30 minutos e depois já está boa para o consumo. A secretaria informa que o Governo do Estado faz a distribuição de Hipoclorito de Sódio 2,5% para os 223 municípios da Paraíba. Os municípios que estão com volume de chuvas maior que o esperado podem fazer a solicitação para uma demanda extra do produto que será distribuído no território. 

De acordo com a gerente executiva de Vigilância em Saúde da SES, Talita Tavares, haverá um aumento de 30% na distribuição de vacinas como DTP, DT e Pentavalente para a otimização da utilização junto a população. “O objetivo é prevenir doenças como tétano, difteria, coqueluche e meningite causada por Haemophilus”, explica.

A secretaria alerta, também, para a manipulação e conservação dos alimentos. Estes devem ser acondicionados em latas ou recipientes fechados, fora do alcance de roedores, insetos e ou animais. A lavagem frequente das mãos deve ser feita sempre antes de manipular os alimentos. Comidas in natura (legumes, verduras, frutas, carnes, ovos, grãos, cereais, etc.) que tiveram contato com as águas de enchente devem ser inutilizadas, pois se contaminam facilmente. No caso de alimentos enlatados, esses também devem ser descartados quando as latas estiverem amassadas, enferrujadas ou semiabertas. 

Em caso de casas inundadas, será necessário lavar e desinfetar o chão, paredes, objetos caseiros e roupas atingidas, após as águas baixarem. A nota de alerta recomenda evitar contato da pele com água e lama de enchentes usando sacos plásticos duplos nas mãos e pés, ou luvas e botas.

Talita Tavares alerta ainda que, ao sentir algum sintoma de doenças, o cidadão deve procurar a unidade de saúde do município e relatar ao profissional o contato com águas de enchente ou lama. Ela lembra que a temporada de chuvas traz à população doenças transmitidas pela presença de agentes infecciosos nas águas. “Patologias como leptospirose, diarreias e até hepatite A aumentam nesta época do ano e a população precisa estar atenta a sintomas como febre, dores e amarelamento da pele, que podem representar ameaças à saúde, mesmo depois de dias do contato com a água”, orienta

Leptospirose- Durante as enchentes, a urina de roedores, presente nos esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama. O contato com a água ou lama pode infectar qualquer pessoa. A doença é causada por uma bactéria chamada Leptospira, que penetra no corpo pela pele, principalmente por arranhões ou ferimentos, e também pela pele íntegra, imersa por longos períodos na água ou lama contaminada. O período de incubação da leptospirose vai de 1 a 30 dias após o contato com o agente infeccioso e os sintomas variam desde febre alta, cefaleia, dores musculares, até quadros mais graves, podendo ocorrer icterícia (coloração amarelada em pele e mucosas), insuficiência renal, hemorragias e alterações neurológicas, com altas taxas de letalidade;

Dados: Em 2019, há 31 notificações para Leptospirose na Paraíba. Destas, seis foram confirmadas (João Pessoa - 3 casos, Campina Grande - 2 casos e Sousa - 1 caso).

Hepatite A- Trata-se de uma doença infecciosa aguda causada por vírus. Sua transmissão está ligada diretamente às condições de saneamento básico e higiene pessoal. Sintomas como dores abdominais, febre, pele e olhos amarelados, além de uma urina escura, devem ser avaliados e direcionados para assistência médica.

Dados: Este ano, até o memento, foi notificado e confirmado apenas um caso no município de Campina Grande. Em 2018, foram seis casos notificados.

Diarreia Aguda - A doença é caracterizada por três ou mais evacuações, amolecidas ou aquosas no período de 24 horas, com duração de até 14 dias. São causadas por bactérias, vírus, parasitas e toxinas, que podem ser transmitidas de forma direta, de pessoa para pessoa, ou indireta, através da ingestão de água e alimentos contaminados.

Dados: Este ano, foram 83.094 notificações para doença diarreica, com redução de 35,98% em relação ao mesmo período de 2018, com 129.801 notificações.