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Saúde promove qualificação sobre notificação da violência para profissionais da 3ª macrorregional

publicado: 13/03/2018 00h00, última modificação: 29/05/2019 10h56
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Profissionais de saúde, do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e conselhos tutelares da 3ª Macrorregião, que compreende 48 municípios das regiões de Patos, Princesa Isabel e Piancó, participaram, na manhã desta terça-feira (13), no auditório da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), na cidade de Patos, de uma oficina promovida pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), que tratou de notificações de violência interpessoal/provocada.

Gerlane Carvalho, chefe do Núcleo de Doenças e Agravos não Transmissíveis da SES, explicou a necessidade de preparar esses profissionais, público alvo da qualificação, para preencher corretamente a notificação das violências, algo de sua responsabilidade, mas que muitos não o fazem e quando preenchem, em grande parte, tem sido de forma incorreta, com vários campos como ignorados, fazendo perder a notificação.

“Temos que ter um conteúdo que apresente um panorama na Paraíba em relação às violências, sejam físicas, psicológicas, para sabermos os tipos que mais ocorrem, em cada município, para que sejam realizadas ações nessas localidades”, explicou Gerlane. Ela acrescentou ser preciso maior sensibilidade dos profissionais de detectar os casos de agressão que chegam nos hospitais, UPAs, nas unidades de saúde, como também nos Creas, Cras, conselhos tutelares e na educação, que também passou a integrar essa rede.

Todos foram orientados a observar o comportamento, nervosismo, a fala, se a vítima entra em contradição. Mesmo que esta negue ter sofrido agressão, na dúvida o profissional precisa colocar observação na ficha. Apesar do alto índice de mulheres que aparecem na mídia como vítimas de violência, a agressividade não poupa crianças e idosos, muitas vezes de forma camuflada e vem aparecer quando a vítima vai a óbito ou há algo muito grave, que entram os conselhos para investigar.

A chefe do Núcleo de Doenças e Agravos alerta os profissionais de saúde para que notifiquem, mas que orientem a vítima, que ela pode denunciar anonimamente, inclusive o próprio profissional, para se resguardar, não se envolver com aquela questão, e deve fazer o encaminhamento para o Conselho Tutelar, do Idoso, Delegacia da Mulher.

Mesmo que a vítima, orientada, negue a agressão, a criança e idoso precisam que sejam acionados os órgãos competentes, porque, caso não haja alguém com esse olhar, que observe o que está acontecendo repetidamente, vai chegar um dia que vai acontecer um óbito sem que tenha havido qualquer providência. Para que o profissional não seja omisso, é necessário que ele faça a notificação, encaminhamento e que denuncie para que os conselhos possam investigar.

A notificação ocorre em nível de Ministério da Saúde, que tem essas informações de todos os estados, os quais também as possuem e são compartilhadas com os municípios para que as ações sejam realizadas neles. A intenção, segundo Gerlane, é tentar trabalhar numa perfeição em que se consiga ficar no parâmetro de uma demanda que realmente esteja acontecendo, onde se possa verificar se está existindo mais violência contra a mulher, idoso, com a criança. “Com isso o município vai realizar ações voltadas para o que mais está ocorrendo com essas notificações”, explicou.

A não notificação de violência pode acarretar prejuízos ao município, com redução de recursos federais, por se tratar de um importante indicador de saúde. Nessa qualificação desta terça-feira a facilitadora da área técnica de violências da SES, Carla Jaciara, fez ampla explanação sobre a Política Nacional de Redução de Mortalidade por Acidente e Violências, na atenção à vítima, seja no monitoramento, prevenção, reflexões com discussão de vários pontos, a exemplo do machismo, preconceito, discriminação.