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Saúde explica funcionamento dos serviços durante o isolamento contra o coronavírus
A Secretaria de Estado da Saúde (SES), de acordo com a Normativa anunciada pelo governador João Azevêdo, na manhã dessa terça-feira (17), informa como vão funcionar os serviços de saúde, durante o período de isolamento do novo coronavírus.
Segundo o documento, todas as salas de urgência e emergência estarão abertas, os servidores de saúde continuarão trabalhando e não podem tirar férias nos próximos 60 dias. Porém, a rotina de alguns serviços será alterada. Os transplantes, por exemplo, estão suspensos em todo o país, não podendo ser realizados enquanto a situação de emergência estiver em vigor, assim como as atividades ambulatoriais rotineiras e de baixa complexidade serão suspensas.
Para as pessoas com tosse, coriza, espirros, febre e leve indisposição para as atividades de rotina, a recomendação é que elas devem parmanecer em casa, até a melhora do quadro clínico (máximo de 14 dias), podendo utilizar-se dos telefones disponibilizados para obterem informações adicionais. A SES reforça que o hospital deve ser buscado apenas nos casos em que pacientes apresentem sintomas graves como falta de ar.
Na normativa, o Governo desencoraja as visitas aos pacientes em unidades hospitalares, principalmente aqueles que possuem sintomas gripais. Já para a educação em saúde, as aulas teóricas dos programas de residência serão realizadas no modelo de Ensino à Distância (EAD), sendo mantida as 48h semanais da parte prática. Os novos ciclos de estágio serão suspensos e a recomendação é aproveitar os estagiários que ainda estão vigentes. Alunos de internato também poderão ser mantidos.
Sobre as cirurgias eletivas, apenas as cardíacas e oncológicas serão realizadas durante o período da situação de emergência. As demais serão suspensas, com efeito imediato, para disponibilização de leito hospitalar. O Centro de Dispensação de Medicamentos Excepcionais (Cedmex) continua funcionando normalmente.
A normativa também determina que Instituições de Longa Permanência e Abrigos não permitam, pelo prazo de 30 dias, visitas aos idosos residentes. Além disso, recomenda que elas procurem uma unidade de saúde mais próxima para vacinação anti-influenza dos idosos, a partir do dia 23 de março. O Governo reforça a importância da busca ativa aos idosos, em especial aqueles acima de 80 anos, para a aplicação da vacina anti-influenza de forma domiciliar.
Em reunião preparatória para o enfrentamento ao novo coronavírus (Covid-19) na tarde dessa terça-feira, o secretário executivo de Gestão de Unidades de Redes de Saúde da SES, Daniel Beltrammi, apresentou a Normativa aos representantes da Rede de Unidades de Saúde. Para ele, o encontro foi importante para congregar, combinar e produzir consenso de como a Paraíba vai lidar com a epidemia, assim que ela se instalar no estado. “Estamos no momento da fase de preparação e alerta e é aqui que a gente combina, que a gente organiza tudo o que vai ser necessário de inteligência humana de recurso e de processo para atender todas as necessidades que o Covid-19 vai apresentar”, pontua.
Durante a agenda, Daniel Beltrammi reforçou a preocupação com os servidores que estão apresentando sintomas de gripe e continuam trabalhando nos serviços como também aqueles com mais de 60 anos. “Precisamos lembrar que o sintomático respiratório deve ficar em casa, pelo menos por 7 dias. É importante também tirar os servidores com mais de 60 anos que continuam trabalhando na linha de frente nas unidades de saúde. A recomendação é realocar essas pessoas em outras atividades”, observa.
O secretário lembrou ainda que a Paraíba tem 205 hospitais, públicos e privados, com mais de 8 mil leitos instalados, além dos 600 de UTIs. Mais de 6 mil leitos dão do SUS. Ele explica que o Governo do Estado, por meio da SES, trabalha em um plano de contingência organizado em oito ondas, cada uma com 30 leitos de isolamento e 10 de UTI. À medida que forem surgindo novos casos, esse número vai aumentando. “Lembramos que pacientes com coronavírus precisam ser tratados em centros de referência, mas afirmamos que todas as unidades hospitalares estão preparadas para receber pacientes”, completa.