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Roda de diálogo com crianças e adolescentes discute o combate ao trabalho infantil

publicado: 10/06/2021 18h41, última modificação: 10/06/2021 18h41
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O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento humano (Sedh), realizou, nesta quinta-feira (10), uma Roda de Diálogo intitulada “Participação de crianças e adolescentes no combate ao trabalho Infantil”, alusiva ao 12 de junho, Dia Nacional e Internacional de Combate ao Trabalho Infantil.

A roda de diálogo, realizada por meio de transmissão no Facebook, teve o objetivo de discutir a temática a partir das vivências e experiências das crianças e adolescentes participantes das redes, fóruns e coletivos engajados no combate ao trabalho infantil.  “Garantir a participação de crianças e adolescentes nas discussões políticas que construímos coletivamente, considerando, sobretudo, que esses espaços precisam contemplar os sujeitos que fazem parte diretamente da política, é fundamental”, destacou a gerente operacional da Média Complexidade da Sedh, Andrezza Ribeiro, que representou o secretário Tibério Limeira na mesa de abertura.

A gerente acrescenta que “o Governo, por meio da Sedh, vem orientando e acompanhando a realização de atividades nos serviços dos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), orientando a inserção dessa pauta nos grupos de trabalhos e junto aos acompanhamentos. Também estamos ampliando o diálogo sobre a temática com a sugestão de atividades para garantir a participação das outras complexidades como a proteção básica junto aos Cras, e a alta complexidade. Pautando esse e outros meses temáticos, sempre de forma coletiva, por acreditar que essas temáticas são de compromisso de todos nós.”

Após a mesa de abertura, que contou com a participação do presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, Jamil Richene, e da representante do Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil, Maria Senharinha Ramalho, os adolescentes participantes fizeram suas falas sob a mediação da técnica de referência da Sedh para as Ações Estratégicas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Aepeti), Sandra Regina.

A adolescente participante do Fórum DCA, Ana Paula França; a jovem integrante da Comissão de Participação e Protagonismo da Remar, Eutália Feitosa; a representante da Matrizes Africanas no Fórum DCA e CPA, Manoella de Oya, e o jovem ativista social dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes, Felipe Caetano, tiveram suas contribuições abrilhantadas pelas intervenções artísticas e culturais dos adolescentes Arthur Matheus e Thaysa Moreno.

 Ana Paula França disse lamentar ver que as crianças estão trabalhando, “ao invés de estarem estudando, e um dia trabalhar da forma certa. Eu espero que juntos possamos encontrar soluções para essa triste realidade que vivenciamos”, convoca a adolescente.

“O ECA nos assegura que deve haver a proteção integral das crianças e dos adolescentes. E porque ainda existe crianças e adolescentes trabalhando? O que indigna é que existem pessoas que dizem que o trabalho infantil é bom, sem pensar nos danos que isso causa. Por isso é importante discutir esse assunto e eu agradeço à Sedh, que garante esse espaço de fala e escuta ativa para nós”, comentou Eutália Feitosa.

Já Manoella de Oya lembrou que “com a pandemia vemos que o trabalho infantil aumentou bastante. Nos sinais é fácil ver crianças vendendo coisas para conseguir dinheiro pra comer. Essas crianças muitas vezes não vão à escola, e às vezes os pais estão por perto pedindo para que eles continuem aquele trabalho. Sabemos que as crianças têm que ajudar suas famílias, em casa, por exemplo, mas em alguns casos existe a exploração”.

Finalizando o evento, o ativista social cearense Felipe Caetano falou sobre os prejuízos do trabalho infantil e a participação dos adolescentes no combate. O jovem destacou os prejuízos educacionais, físicos e psicológicos, e enfatizou que o trabalho infantil é um dos fatores principais para a perpetuação da pobreza no país. “É importante que as Aepetis nos estados tenham uma composição intersetorial, com profissionais da assistência, da educação, da saúde, porque o trabalho infantil é uma violação múltipla de direitos. Ele viola a saúde, a educação o desenvolvimento e é preciso que todos estejam juntos para preveni-lo”, pontuou.

O Governo do Estado permanece pautando as discussões sobre o Trabalho Infantil, durante todo o mês de junho, em um calendário unificado com Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação ao Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente na Paraíba (Fepeti). A equipe estadual acompanhará as iniciativas municipais na realização das atividades virtuais como lives, webinários e palestras, além de alimentar pelas redes sociais a campanha “Pelo direito de criança ser criança” convocando a população a denunciar casos de trabalho infantil ligando para o Disque 123.