Roda de Diálogo “África de Todos Nós” reúne estudantes da Rede Estadual de Ensino

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Educação (SEE), em parceria com a Secretaria de Estado da Mulher e Diversidade Humana (Semdh), a Funesc e o músico Adeildo Vieira, promoveram a Roda de Diálogo “África de Todos nós”. Participaram do evento, estudantes da Rede Estadual de Ensino, técnicos da Gerência Executiva da Diversidade e Inclusão da SEE (Gedi), membros da Juventude Negra, além do professor Fernando Dutra, da ECI Héliton Santana. O evento aconteceu na sexta-feira (11), no Teatro Paulo Pontes do Espaço Cultural, em João Pessoa.

Destinada a estudantes do Ensino Médio, a ação pedagógica teve como proposta ressignificar o dia 13 de Maio como um dia para discutir o racismo. A Roda de Diálogo reuniu cerca de 500 alunos das Escolas Técnicas Cidadãs (ECIT), da região metropolitana de João Pessoa, com o objetivo de ir além do fato histórico-oficial da abolição e abordar questões étnico-raciais e apresentar experiências de um intercâmbio entre o Brasil e a África.

A Roda de Diálogo foi realizada em um formato dinâmico, onde os participantes interagiram, fazendo perguntas relacionadas à temática étnico-racial para os especialistas e ativistas negros. A atividade contou com a participação de integrantes do Fórum de Juventude do Nordeste (FOJUNE), que também interagiram com os estudantes.

Durante o mês de maio, 10 ECITs da região metropolitana de João Pessoa estão trabalhando a temática proposta por meio do tema “A Lei Áurea e seus desdobramentos no racismo e nas atuais condições de vida da população negra no Brasil”.

Em seguida foi realizado o show “África de Mim”, do músico paraibano Adeildo Vieira. O artista abordou aspectos e impressões do continente africano, vividos em uma viagem ao Senegal, que fez junto com outros músicos da Paraíba. No seu trabalho, Adeildo fez alusão a João Balula, liderança negra, falecido em 2008, que deixou um legado de luta em favor do enfrentamento ao racismo no Estado.

Para dar continuidade às discussões, a culminância da ação pedagógica acontecerá com a visita do artista às escolas participantes para um diálogo com os estudantes cujo objetivo será coletar as impressões dos alunos a respeito do tema abordado.

Adeildo Vieira – O artista Adeildo Vieira não é africano. Nascido em Itabaiana, desde sempre vive um exercício de alteridade com a cultura de outros povos, tendo a África como um paradigma que há muito se faz presente na sua música. Mas o que realmente reivindica neste continente negro é viver a inspiração guerreira trazida pela história de um povo que traçou caminhos indeléveis para a cultura brasileira.

No show apresentado, Adeildo buscou representar na canção, especialmente composta para João Balula, um saudoso amigo e ativista negro de todas as lutas na busca pela dignidade humana. “Este show teve o papel de desmistificar a Lei Áurea em plena data historicamente dedicada a ela. A liberdade não é de ouro, mas da matéria com que se forja a solidariedade. A luta contra o racismo continuará enquanto pelo menos uma pessoa for capaz de julgar seres humanos a partir de paletas de cores”, disse o artista.