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Resiliência e territorialidade: António Quino, escritor angolano, comenta tema que vai abordar no FliParaíba

publicado: 22/11/2024 11h09, última modificação: 22/11/2024 11h09

O escritor, professor universitário, jornalista e crítico literário angolano António Quino vai estar na Paraíba pela primeira vez na próxima semana para participar do 1º Festival Literário Internacional da Paraíba (FliParaíba), que acontece em João Pessoa de 28 a 30 de novembro, no centro histórico da Capital. Quino falou sobre o tema que vai abordar e o que representa participar desta primeira edição do Festival.

O angolano participará da mesa “Celebração em Literatura: Resiliência e Territorialidade”, no sábado (30), às 10h, juntamente com o escritor paraibano Bruno Ribeiro e a escritora e jornalista Bianca Santana, de São Paulo. O objetivo é discutir a importância da resiliência e da renovação no campo literário e cultural, a capacidade dos povos de resistir às adversidades e transformar a dor em uma força renovada, construindo um futuro onde as dificuldades do passado não são esquecidas, mas servem como base para a criação de uma nova realidade. 

“A discussão sobre a celebração, na Literatura, da resiliência e territorialidades, especialmente no contexto das várias normas da língua portuguesa em que pretendo embarcar, promete ser rica e plural. Quando olho para esse painel, penso nessa nossa língua portuguesa que possui várias normas e na norma padrão que quase só existe na escrita. Penso em muitas coisas, mas sobretudo que cada uma dessas normas linguísticas traz consigo sonhos e esperanças que fazem a literatura transbordar de resiliência e territorialidade”, conta António.

Professor universitário, crítico literário, antologista, jornalista e escritor, Quino é doutor em Ciências da Literatura e mestre em Ensino de Literaturas em Língua Portuguesa. Atualmente, exerce o cargo de Secretário-geral da Academia Angolana de Letras, da qual é membro fundador, e é secretário para relações internacionais da União dos Escritores Angolanos. Entre suas obras de ficção estão Herdeiros do Pecado (2024) e República do Vírus (2015/2019), além dos ensaios António Agostinho Neto: O Caminho das Estrelas (2022) e Duas Faces da Esperança (2014). Organizou as antologias Conversas de Homens no Conto Angolano (2010) e Balada de Homens que Sonham (2011). Quino é publicado no Brasil pela editora Malê, do Rio de Janeiro.

Ele afirma que, na sua escrita, procura explorar o histórico e social como reflexos da resiliência do ser humano diante das adversidades políticas e sociais, destacando a luta pela sobrevivência e pela justiça. Em se tratando do diálogo entre sua produção e a discussão da qual vai participar, António diz que “no capítulo das territorialidades, primo pela discussão das identidades e culturas, aspecto central da territorialidade. Essa reflexão sobre a identidade cultural e a resistência às influências da globalização é um exemplo claro de como a literatura tende a celebrar e a preservar a territorialidade”.

Sobre a realização da primeira edição do FliParaíba, o escritor diz que “antes de mais nada, os festivais literários oferecem uma plataforma para autores, críticos, editores e leitores dialogarem sobre seus mundos e seus imaginários, facilitando o intercâmbio de ideias e experiências. Esse evento, o FliParaíba, creio que não seja diferente, é para mim um elo de democratização do acesso ao livro e à literatura, que une diversas nações e culturas, fortalecendo os laços entre os países e comunidades que compartilham a língua portuguesa”. 

António Quino também apresentará durante o evento o livro República do vírus, que foi editado no Brasil, e sua obra mais recente, Herdeiros do pecado.

FliParaíba - Com o tema “Camões 500 anos - uma nova cidadania para a língua”, o Festival tem o objetivo de promover a literatura paraibana, o intercâmbio entre escritores do Brasil com outros de países lusófonos, além de estimular nos jovens o hábito da leitura e da produção literária. Para a realização do Festival foi formalizada a parceria com a Associação Portugal Brasil 200 anos (APBRA).

A programação conta com a participação de escritores e pesquisadores de destaque regional, nacional e internacional, além de apresentações culturais, exposições, e estandes de diversas livrarias e editoras, com lançamentos de livros. As informações estão disponíveis no site https://fliparaiba.org/

A iniciativa do Governo da Paraíba ocorre por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Secretaria de Comunicação Institucional (Secom), Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), Fundação Espaço Cultural (Funesc), Secretaria de Estado de Administração (Sead), Fundação de Apoio aos Deficientes (Funad) e Companhia de Processamentos de Dados (Codata), em parceria com a Associação Portugal Brasil 200 anos (APBRA).