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Residentes dos Condomínios Cidade Madura recebem ações do Setembro Amarelo
A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano (Sedh), por meio da Gerência Executiva de Proteção Social Básica, buscando conscientizar as pessoas idosas acerca da importância da valorização da vida, por ocasião do Setembro Amarelo, está desenvolvendo atividades nos Condomínios Residenciais Cidade Madura. A programação, iniciada nesta terça-feira (17), nos municípios de Guarabira e Sousa, teve prosseguimento na manhã desta quarta-feira (18) nos condomínios de João Pessoa – localizado no bairro de Mangabeira - e Campina Grande. Nas cidades de Cajazeiras e Patos, as atividades serão realizadas em data a ser definida. Na programação além da palestra, foram realizadas dinâmicas e sorteio de brindes.
Segundo a professora, doutora do curso de Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), onde leciona a disciplina Saúde do Adulto e do Idoso, Patrícia Serpa de Souza Batista, que participou da atividade educativa sobre a prevenção do suicídio, são vários fatores que podem levar o idoso ao suicídio. “Um dos mais importantes é a solidão, - muitos deles vivem só - a falta de perspectiva de vida, as doenças que vão sendo acometidos com a idade, tudo isso somado aos problemas socioeconômicos, o que acarreta um quadro de tristeza, e se cronifica, trazendo a depressão e muitas vezes chega ao ponto de querer tirar a própria vida", explicou.
A professora afirma que existem maneiras de prevenir o problema: “A própria campanha do Setembro Amarelo é muito importante nesse processo, por trazer à tona a reflexão, a discussão e as medidas que podemos tomar. Jamais podemos não valorizar a fala de alguém que está se sentido como se não quisesse mais viver, sem um sentido para a vida. Alguém que lhe diz isso, você precisa acolher. Elas precisam saber que podem buscar pessoas, no serviço de saúde, amigos que possam ajudá-la naquele momento. Contamos também com o CVV, que trabalha continuamente através do número 188, e tem ajudado muitas pessoas. Buscar ajuda profissional de médicos".
Patrícia Serpa ensinou ainda como os casos de suicídio devem ser divulgados. “Precisamos trazer o tema de maneira realista, sempre com uma conotação de estimular a pessoa a prevenir, a buscar ajuda e sentido pra vida, de valorizar a vida. Não apenas divulgar resultados, números, sem fazer uma reflexão. O que realmente vai ajudar é que esses números venham com reflexões importantes para que a pessoa possa se sentir à vontade para buscar ajuda".
A gerente estadual do Programa Cidade Madura, Magda Danielle, destacou que o Governo do Estado vem desenvolvendo ações de fortalecimento de vínculos e construindo relações sociais pautados em compromisso social na defesa e garantia de direitos.
Moradora do Cidade Madura em João Pessoa, Maria de Fátima Oliveira de Melo (65) contou que há sete anos passou a ficar triste, chorava sem se sentir, se trancava sem querer ver ninguém. Outro dia saiu para andar, foi até uma loja, e antes de concluir a compra, saiu disposta a se jogar na frente de um carro, ao avistar uma caminhonete se preparou, e quando o carro se aproximou, sentiu ser puxada. Passado esse episódio, procurou uma casa de oração. “Há cinco anos passei a não querer ouvir as pessoas, não se alimentar, cheguei a perder 14 quilos, por não conseguir se alimentar. Procurei ajuda médica, e tomo medicação. Estou me sentido melhor", declarou.
Setembro Amarelo - Desde 2015, foi criada a campanha do ‘Setembro Amarelo’ numa parceria entre o Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. O intuito é criar um período no ano em que a sociedade possa debater, ter conhecimento sobre o tema e possa alertar a população sobre a prevenção do ato.
Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, visando a prevenção, é fundamental estar atento a possíveis sinais de alerta. Entre esses sinais estão o aparecimento ou agravamento de problemas de conduta ou de manifestações verbais durante pelo menos duas semanas; preocupação com a própria morte ou falta de esperança; expressão de ideias ou de intenções suicidas.