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Protocolo Sepse: Hospital Metropolitano estabelece novas diretrizes para identificar e tratar infecção generalizada

publicado: 16/09/2022 17h04, última modificação: 16/09/2022 17h04
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O Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, unidade gerenciada pela Fundação PB Saúde, estabeleceu novas diretrizes para o tratamento da Sepse – síndrome também conhecida como infecção generalizada –, por meio de protocolo do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH). O documento marca as comemorações do Dia Mundial da Sepse, que transcorreu no dia 13 de setembro. 

O objetivo do protocolo é fazer com que os profissionais possam identificar de forma precoce os casos de sepse e assim realizar o tratamento adequado. Como foi o caso do paciente Francisco Dutra, 74 anos, que chegou ao Metropolitano para tratamento cardiovascular e foi diagnosticado com sepse pulmonar. Sua filha, Cleoneide da Silva, 49 anos, acompanhou o pai no tratamento e relata como foi difícil para a família. “Quando meu pai chegou ao hospital, eu achei que ele não ia voltar mais pra casa, porque eu o vi já nas últimas. Eu não conhecia essa doença, mas pelo estado que meu pai ficou, entendi a gravidade dela e hoje eu só tenho a agradecer a toda a equipe que cuidou diariamente dele e possibilitou meu pai hoje estar bem para receber alta”, contou Cleoneide. 

A sepse ocorre quando o sistema de defesa do corpo, para se proteger de uma infecção, acaba espalhando a inflamação por diferentes partes do corpo, até chegar a todo organismo. Caso a doença não seja diagnosticada e tratada rapidamente, a infecção pode comprometer o funcionamento de um ou vários órgãos e até levar à morte. Essa síndrome pode acometer pessoas de qualquer idade, mas é mais comum em recém-nascidos, idosos e pessoas que têm algum grau de deficiência imune.

A médica infectologista do Metropolitano, Monnara Lucio, explicou algumas condutas que serão realizadas mediante o protocolo implantado: “A coleta dos exames deverá ocorrer em um tempo mais ágil, assim como aceleramos o processo de chegada do antibiótico até o paciente, essas e outras medidas do protocolo visam priorizar o paciente com sepse para tentar reverter o mais rápido possível o quadro infeccioso e evitar que ele evolua para o choque séptico e o óbito”.

De acordo com a coordenadora do SCIH, Thais Grassi, a implantação do protocolo de sepse deve beneficiar os pacientes, reduzindo a morbidade e mortalidade associada com esta síndrome. “Baseados nas orientações deste protocolo, os profissionais serão capazes de reconhecer os sinais e sintomas de sepse, providenciando a conduta imediata para que o tratamento possa ser feito, diminuindo desfechos negativos e proporcionando melhor efetividade do tratamento”, afirmou a enfermeira. 

Ainda segundo Thais, existem alguns sinais e sintomas que são usados para identificar um quadro de sepse. “Observamos as alterações da temperatura corporal (podendo haver aumento ou diminuição), aumento da frequência cardíaca, aumento da frequência respiratória, diminuição da pressão arterial, diminuição do volume urinário, rebaixamento do nível de consciência e alterações em exames de sangue”, completou a enfermeira. 

Considerando a relevância da padronização do serviço e assistência prestada para a sobrevida dos pacientes, a gerente hospitalar de atenção à saúde, Kariny Lisboa, frisou que a identificação imediata da doença é de vital importância. “O tempo de diagnóstico, de poucos minutos ou horas, e o tratamento precoce da Sepse é o que determinará as chances de sobrevivência do paciente. Por isso, estamos capacitando esse olhar especializado da equipe, para prestação de uma assistência cada vez mais qualificada, eficaz e segura”, pontuou. 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), por ano, cerca de 11 milhões de mortes acontecem em decorrência da Sepse, No Brasil esse número é de 240 mil vidas perdidas em decorrência desta síndrome. 

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Latinoamericano de Sepse (ILAS) indicou que entre 60 a 70% das pessoas desenvolvem a doença a partir de bactérias, vírus e fungos contraídos fora do ambiente hospitalar. Ou seja, apesar de muitas pessoas associarem a sepse às unidades hospitalares, na maioria dos casos, infecções desse tipo são contraídas fora desse ambiente e a melhor forma de preveni-las é evitar as infecções que podem dar origem a essa doença.