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Número de assassinatos deve cair 33% em 7 anos e Paraíba será único estado com redução consecutiva

publicado: 20/12/2018 23h00, última modificação: 14/05/2019 18h33
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Números do Anuário de Segurança Pública 2018 apontam que a Paraíba será o único estado do Brasil a alcançar sete anos de redução consecutiva na ocorrência de crimes contra a vida nos últimos dez anos, cuja taxa pode registrar queda de 33% no mesmo período. O documento foi apresentado preliminarmente na tarde desta sexta-feira (21) pela Secretaria da Segurança e da Defesa Social ao governador Ricardo Coutinho. Estiveram presentes na reunião, que aconteceu no Palácio da Redenção, em João Pessoa, o secretário Cláudio Lima, e representantes das Polícias Militar e Civil e Corpo de Bombeiros.

“O que tem sido alcançado – que ninguém se iluda – foi em função do caminho que foi traçado. Esse caminho nunca foi eventual, nunca foi circunstancial. Esse caminho traçado é a política de segurança que adotamos”, afirmou o governador Ricardo Coutinho. Ele ressaltou, no entanto, que não se deve ficar numa situação confortável com os números apresentados: “Os números que aqui estão são muito importantes em relação a 2011, quando assumimos o Governo. Eles representam um avanço que, provavelmente, não se encontre enquanto sustentabilidade em nenhum estado brasileiro. Se encontram aqui na Paraíba, porém são números que ainda nos incomodam profundamente. Você não pode ter 30 pessoas assassinadas a cada 100 mil habitantes. É muito!”.

Ricardo observou que a continuidade do programa Paraíba Unida Pela Paz é fundamental e adiantou que o governador eleito João Azevêdo terá o mesmo olhar diligente e preocupado.

De acordo com o Núcleo de Análise Criminal e Estatística (Nace) da Secretaria da Segurança e da Defesa Social, em 2011 a Paraíba contabilizou 1.680 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) – homicídios dolosos ou qualquer crime doloso que resulte em morte – e a previsão é que esse número chegue a 1.190 em 2018. Em relação à taxa de assassinatos por 100 mil habitantes, contabilizou-se 44,3 no início desta gestão, podendo chegar 29,8 até o fim deste ano.

Outra redução foi a de CVLI com vítimas do sexo feminino. Em 2011, 146 mulheres foram assassinadas no Estado e este ano o número pode ser de 81, o que denota uma queda de 36% em relação a 2010 (taxa de 6,13). Dos crimes ocorridos de janeiro a setembro deste ano, 61% já foram elucidados, com indicação de autoria. Do número total em nove meses, 24 foram feminicídios.

“Temos hoje o processo mais duradouro do país nesta década, no que se refere aos crimes contra a vida, com uma situação que se iguala às reduções mais prolongadas já registradas no Brasil, como a do Rio de Janeiro, de 2003 a 2009 e de São Paulo de 2002 a 2008. Também temos a maior redução percentual acumulada no Norte e no Nordeste e estamos entre as três maiores do país”, frisou o secretário Cláudio Lima.

Redução de assassinatos em João Pessoa e Campina Grande – O Anuário de Segurança 2018 também projeta uma redução acumulada de 62% no que se refere ao registro de crimes contra a vida na capital paraibana. O número saiu de 594 mortos por assassinato em 2011 para a projeção de 245 em 2018. Além disso, João Pessoa, em 2017, teve a menor taxa de CVLI entre as capitais do Nordeste, podendo se repetir em 2018 (30,6 por 100 mil habitantes).

Assim, a cidade também tem redução de assassinatos durante sete anos consecutivos e na década atual é a cidade com maior redução acumulada entre as capitais do país, com menos 55% de ocorrências. Em Campina Grande, a redução acumulada na taxa de CVLI é de 56% desde 2010 e a cidade já é a metrópole do interior do Nordeste com menor taxa de homicídios em 2018. Campina Grande saiu de 199 casos de assassinatos em 2010 e pode chegar a 92 este ano (-52% em números absolutos).

Convênio com a PRF – Durante a reunião, ainda foi assinado um convênio da Secretaria da Segurança e da Defesa Social com a Polícia Rodoviária Federal, para operacionalização de sistemas de monitoramento e compartilhamento de tecnologia em Inteligência, com acesso mútuo a bancos de dados, e análise em tempo real de conteúdo captado por esses equipamentos.