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Neste sábado: FCJA tem curtas no projeto Sessão das Dez e lançamento de livro

publicado: 11/11/2022 12h28, última modificação: 11/11/2022 12h28

A Fundação Casa de José Américo (FCJA), em João Pessoa, dá continuidade, neste sábado (12), a partir das 10h, ao projeto Sessão das Dez. O objetivo é se firmar como um espaço para a divulgação da produção audiovisual brasileira – em especial, da paraibana. Neste encontro, além da exibição de quatro curtas, teremos uma palestra com o cineasta Marcus Vilar e a pesquisadora Rossana Sorrentino e, ainda, o lançamento do livro “Filmes B – Ensaios, perfis e críticas”, produzido pelo Cineclube Natal (RN).

Os curtas que estarão em cartaz são: “A árvore da miséria” (1998, 12 min.) e “A canga” (2001, 12 min.), ambos de Marcus Vilar, “Faixa de Gaza” (2019, 16 min.), de Lúcio César Fernandes; “Noite no Sítio” (2021, 6 min.), de Lucas Machado. Além dessa exibição, haverá o lançamento do livro produzido em Natal (RN), com a participação de três dos seus ensaístas: o psicanalista e conselheiro do Cineclube O Homem de Areia, Henry Krutzen, e os organizadores da obra, Nelson Marques e Tatiana Lima.

O projeto Sessão das Dez ocorre uma vez por mês, sempre nas manhãs de sábado, como uma extensão do Cineclube O Homem de Areia, que se reúne para sessões de cinema na instituição desde 2015. No Sessão das Dez, a prioridade será dada à produção nacional, com destaque para o cinema paraibano.

O livro – “Filmes B – Ensaios, perfis e críticas” aborda um estilo de fazer cinema à margem do mainstream, com muita criatividade, tempo curto e baixíssimo orçamento. Muitos filmes B viraram objeto de culto entre um público específico, que tem poucas opções de literatura especializada nesse modo de produzir cinema – razão que levou o Cineclube Natal, que congrega 23 autores fãs do gênero, a idealizar e organizar essa obra. É uma coletânea que conta com cinco ensaios, 17 perfis de diretores e 39 críticas de filmes B.

Os curtas – “A árvore da miséria” conta a história de Dona Miséria, que expulsa uns meninos de sua árvore e atende um mendigo que se diz enviado por Deus. Seu cotidiano muda quando a morte vem buscá-la para o outro mundo. Foi premiado em festivais de Pernambuco, São Paulo, Bahia, Espírito Santo e Ceará, entre outros.

Já em “A canga”, temos a história de um patriarca opressor e violento, que obriga sua família a trabalhar como gado, puxando um carro-de-boi, sob um sol inclemente e a chicotadas. Esse curta ganhou mais de dez prêmios relevantes do circuito nacional e internacional, como Melhor Música e Júri Popular, no Festival de Cinema de Gramado (2001); Prêmio Especial do Júri no Festival de Cinema de Santa Maria da Feira, em Portugal (2001); e Prêmio de Melhor Direção no Festival Internacional de Cinema Brasileiro, em Miami (2002)Em “Faixa de Gaza”, Lúcio César Fernandes fala sobre a rivalidade entre gangues, com narrativa que contraria a linearidade de causas e efeitos e conduz o espectador pela ótica de três personagens, sujeitos invisíveis dos centros urbanos. Ganhou melhor direção, som e ator no 16º Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, entre outros prêmios.

Já “Noite no sítio”, de Lucas Machado, é uma obra que transita entre os gêneros de terror psicológico e suspense. Narra a história de dois irmãos que, em viagem à casa do avô, tomam um susto depois de serem desobedientes. Resultado do trabalho de final de curso de Machado, “Noite no sítio” foi selecionado para a mostra competitiva Sob o Céu Nordestino, do Fest Aruanda 2021, no qual obteve uma Menção Honrosa do júri, pela direção e roteiro.