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Moradores da comunidade Costa conhecem projeto da Agrovila Águas de Acauã

publicado: 24/10/2019 19h57, última modificação: 24/10/2019 19h57
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Fotos: Kaio Gonçalves
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O projeto da Agrovila Águas de Acauã foi apresentado, nessa quarta-feira (23), aos moradores da comunidade Costa, localizada no município de Natuba, durante reunião com representantes do Governo do Estado e do Ministério Público Federal (MPF). O governador João Azevêdo apresentou o projeto na segunda-feira (21) aos representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), em reunião na Granja Santana, e agora todos os moradores tiveram oportunidade de conhecê-lo, após as discussões para sua elaboração.

Orçado inicialmente em aproximadamente R$ 15 milhões, o projeto Agrovila Águas de Acauã prevê a construção de casas com dois quartos, escola com quatro salas de aula, galpão para usos diversos, campo de futebol, vias principais pavimentadas, sistema de eletrificação e iluminação, perfuração de 13 poços artesianos e sistema de abastecimento de água, numa área total de 328 hectares, localizada no município de Itatuba, onde cada família receberá um lote com 1,5 hectare de terra. 

Além da secretária de Estado do Desenvolvimento Humano (Sedh), Neide Nunes, representante do Governo do Estado, a reunião na comunidade Costa contou com a participação do procurador do Ministério Público Federal (MPF), José Godoy Bezerra de Souza, e de representantes da Companhia Estadual de Habitação Popular (Cehap) e da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido.

A secretária Neide Nunes informou que esta foi a primeira apresentação e discussão de um projeto que está em fase de elaboração, de acordo com as discussões ocorridas anteriormente com representantes do MAB. “Considero a reunião como positiva. Foi apresentado o que foi pensado. Sabemos das questões emocionais dos atingidos, de um sentimento de pertença e de identidade muito forte com o local. E é natural que alguns tenham ressentimentos, e que outros concordem”, observou, ao comentar sobre a necessidade de relocação das famílias.

O procurador da República, José Godoy, por sua vez, comentou que as famílias terão um tempo para refletir sobre o projeto para que possam tomar as decisões. “O Estado e Ministério Público Federal querem exatamente reverter um grande mal que foi feito, que foi a construção de barragem, sem levar em consideração o elemento humano, e nossa intenção é implementar um projeto que leve em consideração todas essas circunstâncias", ressaltou.  

Para ele, foi uma tarde produtiva, oportunidade em que se escutou as razões de cada um e de cada grupo. “O diálogo com a comunidade não terminou hoje. Algo tão relevante como mudar a localização onde as pessoas vivem não pode ser decidido em uma tarde. Uma parte da comunidade já acompanhava isso e já tinha tomado a decisão, outros grupos têm angústias, principalmente funcionários públicos, e temos que debater a situação de todas as pessoas. Um projeto como esse não pode deixar ninguém pra trás", afirmou. 

A agricultora Albertina Nobre da Silva (56), mãe de oito filhos, reside na comunidade do Costa há 17 anos. Sobrevive do que planta: milho, feijão, fava e jerimum. Participou atentamente da reunião e está decidida. "Se sair o que foi prometido, acho que será bem melhor. Aqui não tem terra pra trabalhar, lá o governador prometeu terra para morar e trabalhar. Acredito que será muito bom", comemora esperançosa.