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Marcha de Luta Antimanicomial reúne integrantes da Rede de Atenção Psicossocial

publicado: 17/05/2019 20h14, última modificação: 17/05/2019 20h14
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Fotos: Ricardo Puppe
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O Parque Solon de Lucena (Lagoa) foi transformado, nesta sexta-feira (17) à tarde, num espaço de concentração para a Marcha de Luta Antimanicomial, com usuários, funcionários e residentes da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). O evento fez parte do Dia Nacional de Luta Antimanicomial, que ocorre neste sábado (18), cujo tema é “Rua e Resistência” e “Contra todas as formas de manicômio”.

Por todos os lados, vindas dos municípios de Cabedelo, Conde, Jacaraú, Itabaiana, Solânea, Caaporã e João Pessoa, chegavam a todo instante pessoas com faixas, cartazes, instrumentos musicais e enfeites no cabelo. Em todos os objetos, palavras de luta e resistência, como “trancar não é tratar”; “Ser louco é ser normal”, “Amai-vos uns aos loucos” e “loucura não se prende”.

Palavras que têm um grande significado para pessoas como Maria Aparecida dos Santos. Ela entrou no Caps de Jacaraú em janeiro deste ano, quando, na verdade, vive em sofrimento psíquico desde os 18. “Sempre tive muitos problemas familiares e depressão. Eu nem sabia do Caps, até que uma médica me indicou. Em apenas quatro meses que estou lá, posso dizer que não sei o que seria da minha vida se não fosse o atendimento que recebo: acolhimento, aconselhamento. Enfim, é um lugar onde a gente se sente muito bem”, relatou.

Gladycea Martins é a coordenadora do Caps de Jacaraú. Além de Aparecida, o serviço atende, diariamente, cerca de 90 usuários. “Lá a gente oferece oficinas de arte e dança, recreação, caminhadas, rodas de conversa, artesanato, além do atendimento médico e a medicação. Esta marcha é muito importante porque há uma grande integração o que é muito importante nesta luta”, falou.

Já a coordenadora do Caps de Itabaiana, Marília Bezerra, falou que o serviço atende, diariamente, 100 pessoas, ofertando atendimento médico, medicação, coral, oficina de atividades manuais, palestras, oficinas terapêuticas de música e de grupo e rodas de conversa. “Os Caps vieram para somar; para tirar o estigma de ficar trancafiado. Ainda tem muito preconceito, mas a luta não vai parar”, enfatizou.

A marcha foi acompanhada por Larissa Rodrigues, psicóloga e residente da Raps. “É um desafio diário e uma luta como essa é para lembrar que a loucura tem que ser aceita; que o louco tem que circular e não é em manicômio que a gente cuida das pessoas”, disse.

Para a coordenadora estadual de Saúde Mental da SES, Iaciara Alcântara, a marcha é um ato de luta e resistência. “Este é mais um ano nas ruas; mais um ano dizendo não aos manicômios e que os serviços da Raps dão conta dos seus usuários. Não precisa de manicômios. Este é um ato de resistência dos retrocessos da política de saúde mental”, pontuou.