Notícias
Juliano Moreira promove “Julifolia” para pacientes, familiares e funcionários
O “Julifolia”, carnaval do Juliano Moreira, aconteceu nesta terça-feira (18) à tarde, no Espaço de Convivência Nise da Silveira (alagoana reconhecida mundialmente, por sua contribuição à psiquiatria, revolucionou o tratamento mental no Brasil). Reunir pacientes, familiares e funcionários para brincar o carnaval é o reflexo dessa luta para oferecer tratamento de forma humanizada, leve e oferecendo possibilidades.
O local da folia estava todo colorido e alegre com estandartes, máscaras e enfeites para o cabelo, tudo produzido pelos pacientes nas oficinas de artes. “Socialização, humanização e dignidade humana é o que temos num momento como esse que, na verdade, é uma explosão de sentimentos, pois, até chegar a este momento, vem sendo feito um belo trabalho nas oficinas. O que estão hoje aqui vão levar tudo isso pro resto da vida”, disse a diretora geral, Andrezza Ribeiro.
Papa Macêdo é arte-educador de teatro, música e dança, no Juliano Moreira. “Eu uso a arte como um disparador de emoções, pois durante as aulas é resgatada a memória afetiva, por meio das artes, daí começam a falar de sentimentos, contam de suas aflições e o motivo de estarem na unidade”, falou.
José Humberto, de 53 anos, era o folião mais animado. Está há seis dias no Juliano e já foi interno 13 vezes. “Carnaval é a melhor coisa do mundo, mas só aqui dentro, porque lá fora tá muito violento e também não tenho essa amizade que tenho aqui”, declarou.
Já Ana Maria Ferreira, de 27 anos, que está no Juliano há 11 dias, estava mais desfilando do que dançando. O motivo era a roupa doada por uma escola de samba carioca. “Amo o carnaval porque reúne amigos, a gente brinca, conversa, lancha e ainda posso usar essa roupa bonita”, brincou.
Uma frase de Millôr Fernandes foi o tema do “Julifolia” - “A única diferença entre a loucura e a saúde mental é que a primeira é muito mais comum”. Em meio a muito frevo tocado pelos professores do Projeto de Gerência de Bandas, coloridos, alegrias, esta frase dividiu o espaço com outras num estandarte produzido pelos pacientes, a exemplo de “o que cura é a alegria; o que cura é a falta de preconceito”.