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João Azevêdo anuncia abertura de edital para segunda edição do Festival de Música da Paraíba

publicado: 03/02/2019 23h00, última modificação: 07/05/2019 20h36

O governador João Azevêdo anunciou, nesta segunda-feira (4), a abertura do edital para o Festival de Música da Paraíba que busca dar mais visibilidade à produção musical do Estado. As inscrições terão início nesta terça-feira (5) e se estendem até 5 de março, exclusivamente online, por meio do site festivaldemusica.pb.gov.br , no qual é possível encontrar o edital, formulário e anexos referentes à documentação necessária. Este ano, o Festival vai homenagear o centenário de nascimento do músico paraibano Jackson do Pandeiro. O anúncio foi feito durante o programa Fala Governador, transmitido em cadeia estadual pela Rádio Tabajara e também pelas redes sociais do Governo. 

As eliminatórias estão previstas para acontecer no dia 18 de maio na cidade de Alagoa Grande, no dia 25 de maio em Monteiro e a final deverá ocorrer no dia 31 de maio no Espaço Cultural José Lins do Rêgo, em João Pessoa. Serão pagos R$ 20 mil em prêmios, sendo R$ 10 mil para o primeiro colocado, R$ 5 mil para o segundo, R$ 3 mil para o terceiro e R$ 2 mil para melhor intérprete. O festival é uma realização do Governo do Estado, por meio da Empresa Paraibana de Comunicação, representada pela Rádio Tabajara, Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) e Secretaria de Estado da Comunicação (Secom).

A primeira edição do Festival de Música da Paraíba, realizada no ano passado, homenageou a tocadora de pífano Zabé da Loca, tendo como melhor intérprete o cantor e compositor Chico Limeira. “Essa ação envolve a EPC, a Secretaria de Comunicação, a Funesc e vai homenagear Jackson do Pandeiro, inclusive, também já houve uma determinação para que a gente criasse uma comissão para elaborar também as comemorações do centenário de Jackson do Pandeiro”, disse. “Esperamos que fortalecendo a cultura e a música paraibana tenhamos mais espaços inclusive em nível nacional”, falou João Azevêdo. 

Ele ainda acrescentou: “Dentro dessa mesma lógica é importante entender que a cultura tem eventos que se tornam quase que constantes durante todo o ano, como shows em comemoração ao Dia da Mulher, em março; a Mostra Feminina de Teatro; o De Repente no Espaço; o projeto Bailaço; o projeto Cambada; o Music From PB, entre outros eventos promovidos pelo Governo do Estado neste segmento tão importante que é a cultura”, finalizou o governador.

Inscrições - Podem participar artistas comprovadamente residentes na Paraíba, com idade acima de 14 anos e com música autoral inédita. O candidato deve, no momento da inscrição, declarar e se responsabilizar pelo caráter inédito da obra, seja em relação à letra, seja em relação à música.

Valorização - Em sua segunda edição, o festival mantém o objetivo de reconhecer e divulgar a música paraibana, descobrindo e valorizando artistas que vêm surgindo no cenário cultural. O evento surgiu da necessidade de um projeto para estimular e evidenciar a produção do estado, dando voz a novos talentos e que não se restringisse à capital. Na primeira edição, foram recebidas mais de 300 inscrições, das quais 24 foram selecionadas para duas eliminatórias realizadas em Campina Grande e Cajazeiras. Desse total, sobraram 12 para a etapa final, que aconteceu em João Pessoa. Com a canção ‘Imprópria’, o cantor e compositor Chico Limeira ficou com o prêmio de Melhor Intérprete e também faturou o primeiro lugar no Festival de Música da Paraíba. Tom Drummond levou o segundo lugar, com ‘Capitu’ e o quarteto Avuô ficou com a terceira colocação com ‘Sopro da Loca’. A noite terminou com show de Chico César.

Homenagem a Jackson do Pandeiro - Paraibano de Alagoa Grande, Jackson do Pandeiro nasceu em 31 de agosto de 1919, no Engenho Tanques, com o nome de José Gomes Filho. Ele era filho de uma cantadora de coco, Flora Mourão. Através dela Jackson começou a tomar gosto pelo ritmo como tocador de zabumba. Após a morte do pai, José Gomes, no início dos anos 30, a família mudou-se para Campina Grande. A pé, Flora e três filhos: José (Jackson), Severina e João partiram para uma nova vida após quatro dias de viagem.

Em Campina Grande, teve diversos trabalhos e começou a prestar atenção nos cantadores de coco e violeiros das feiras. Foi lá que surgiu seu primeiro nome artístico, Jack, por influência dos filmes norte-americanos de faroeste a que assistia no cinema. Nos anos 40 transferiu-se para João Pessoa, onde tocou em cabarés e emissoras de rádio. Mais tarde foi para Recife, e foi lá, na Rádio Jornal do Comércio, que adotou definitivamente o nome Jackson do Pandeiro. Em 1953 gravou seus primeiros sucessos: "Sebastiana" (Rosil Cavalcanti) e "Forró em Limoeiro" (Edgar Ferreira). Três anos depois casou-se com Almira, que se tornou sua parceira nas apresentações. No mesmo ano foram para o Rio de Janeiro, e Jackson foi contratado pela Rádio Nacional, onde foi um sucesso de público e crítica por sua maneira de cantar baiões, cocos, rojões, sambas e marchinhas de carnaval.

Sua influência é até hoje sentida em artistas que regravam as músicas que Jackson celebrizou, como "O Canto da Ema", gravada por Lenine, "Na Base da Chinela", por Elba Ramalho, "Lágrima", por Chico Buarque, ou "Um a Um", pelos Paralamas do Sucesso. Compositor inspirado e instrumentista de raro talento, popularizou outros clássicos da música nordestina, como "Chiclete com Banana" (Gordurinha/ Almira Castilho), "Xote de Copacabana" (José Gomes), "17 na Corrente" (Edgar Ferreira/ Manoel Firmino Alves), "Como Tem Zé na Paraíba" (Manezinho Araújo/ Catulo de Paula), "Cantiga do Sapo", "A Mulher do Aníbal", "Ele Disse" (Edgar Ferreira) e "Forró em Caruaru" (Zé Dantas). Em 1998 foi o grande homenageado no 11º Prêmio Sharp de Música.