Notícias

Janeiro Roxo: Hospital Clementino Fraga realiza ações de alerta sobre a Hanseníase

publicado: 26/01/2024 12h09, última modificação: 26/01/2024 12h09
WhatsApp Image 2024-01-17 at 11.00.54.jpeg

O último domingo do mês de janeiro é o Dia Mundial contra a Hanseníase e o dia 31 de janeiro é o Dia Nacional de Combate e Prevenção da doença. O tema deste ano do Janeiro Roxo, mês de conscientização sobre a hanseníase, é “Conhecer, tratar e acolher”. Para marcar as datas, nestas segunda (29), terça (30) e quarta-feira (31),  o Complexo de Doenças Infectocontagiosas Dr Clementino Fraga, unidade pertencente à rede de saúde do Governo da Paraíba, fará uma série de ações de caráter educativo com pacientes do hospital.

O Clementino Fraga é a referência estadual para o diagnóstico e tratamento da doença. Além de consultas e distribuição gratuita da medicação, o hospital tem ainda uma oficina de calçados adaptados para usuários que necessitam e o Grupo de Autocuidado.

Neste ano, o hospital fará rodas de conversas com os pacientes que estejam sendo atendidos no ambulatório, sejam eles para tratar hanseníase ou outra doença; apresentação teatral sobre o tema; palestra com representantes da Vigilância Epidemiológica de algumas cidades e divulgação do Grupo de Autocuidado.

A dermatologista do Clementino Fraga, Francilídia Helena, alertou que a hanseníase ainda é muito prevalente. “Ela é uma doença infectocontagiosa, então as pessoas têm que ficar alerta para qualquer sinal de mancha no seu corpo. Se ela não sente a mancha, tem que procurar o PSF, lá vai ser diagnosticado, com medicação fornecida gratuitamente. Nós do Clementino Fraga estamos para acolher os casos mais complicados”.

A Hanseníase atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo e varia de dois a cinco anos. Os sintomas que devem acender o sinal de alerta são sensação de formigamento; fisgadas ou dormência nas extremidades; manchas brancas ou avermelhadas, geralmente com perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e tato; áreas da pele aparentemente normais que têm alteração da sensibilidade e da secreção de suor; caroços e placas em qualquer local do corpo e diminuição da força muscular (dificuldade para segurar objetos).

A transmissão é feita por meio de gotas eliminadas no ar pela tosse, fala ou espirro, de uma pessoa adoecida que não está em tratamento.  É importante saber que ela tem cura e deixa de ser transmissível logo no início do tratamento. Esse tratamento é medicamentoso, pode durar de seis a 12 meses. A medicação é tomada diariamente em casa e uma vez por mês no serviço de saúde, quando a equipe faz orientações ao paciente. Se descoberta cedo e o tratamento for feito corretamente, o aparecimento de incapacidades físicas diminui bastante.

Grupo de Autocuidado – Sempre na primeira quarta-feira de cada mês um grupo de pacientes, ex-pacientes e profissionais de saúde se reúnem no Clementino Fraga para as reuniões do Grupo de Autocuidado (GAC). Nesses encontros os pacientes podem compartilhar experiências. Os encontros do grupo são abertos e visam melhorar a qualidade de vida das pessoas acometidas pela hanseníase.

Oficina de Calçados – Na oficina de calçados são produzidas sandálias adaptadas, férulas e outros equipamentos necessários para ajudar o paciente. O processo de confecção das peças é 100% artesanal e são produzidas todas as adaptações necessárias para ajudar o paciente de hanseníase. “Em 2023 foram mais de 300 pares de calçados. Cada um deles é feito sob medida, vendo toda a necessidade do paciente. Com esses calçados, as feridas não se formam ou podem cicatrizar melhor, pois, por causa da dormência no pé, por exemplo, o paciente não sentia que estava machucando. Com o calçado adaptado isso não acontece”, disse José Augusto, ex-paciente e sapateiro do hospital.