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Iphaep discute Padre Azevedo, o inventor da máquina de escrever, nesta sexta-feira

publicado: 25/10/2018 00h00, última modificação: 09/05/2019 09h44

Você sabe o que é uma máquina taquigráfica? Muito provavelmente, para a grande maioria dos leitores, será preciso recorrer ao Google para encontrar a resposta a essa pergunta. Mas, na tarde desta sexta-feira (26), será possível se conhecer alguns detalhes da principal invenção do religioso paraibano Padre Azevedo, que nasceu em 1814 e morreu aos 66 anos, em 1880. O evento “Antropologia & Memória – Padre Azevedo, o inventor da máquina de escrever”, é realizado pelo Governo do Estado da Paraíba, por meio do Núcleo de Antropologia Visual do Iphaep, a partir das 14h, na Livraria do Luiz, Centro Histórico de João Pessoa.

A discussão será aberta ao público e terá como palestrante o jornalista Hilton Gouvêa, de A União, que há mais de 40 anos vem se destacando por suas matérias de cunhos culturais/memoralísticos. Também participarão do debate: o historiador José Octávio de Arruda Mello e o engenheiro Tarcisio Cabral. 

O invento – A máquina de escrever, batizada inicialmente pelo Padre Azevedo como “máquina taquigráfica”, foi exposta inicialmente na Primeira Exposição Nacional, que aconteceu no Rio de Janeiro, de 2 de dezembro de 1861 a 16 de janeiro de 1862. O paraibano Francisco João de Azevedo se inspirou no funcionamento dos pianos para desenvolver sua invenção: a ideia era criar uma máquina que permitisse registrar um discurso de maneira quase concomitante ao pronunciamento. A invenção foi premiada com uma medalha de ouro, entregue pelo próprio imperador Dom Pedro II.

Um jornalista do “Jornal do Commércio”, que estava presente ao evento, assim descreveu a máquina inventada pelo paraibano Padre Azevedo: “A invenção é, a nosso ver, extremamente engenhosa: mas, como facilmente se depreende, só a prática é que poderá demonstrar a sua eficácia para o fim a que o autor quis atingir, isto é, maior rapidez do que aquela que se tem conseguido alcançar pelos sistemas conhecidos de taquigrafia que os nossos práticos empregam no apanhamento dos debates dos corpos legislativos, dos tribunais judiciários, etc”.

No entanto, o texto enfatiza que, no momento de sua apresentação inaugural, “infelizmente, porém, nem o próprio autor de tão engenhoso invento possui ainda, segundo ele mesmo confessa, a indispensável destreza para fazê-lo funcionar de modo que não reste dúvida a respeito da sua superioridade em relação aos meios conhecidos para fixar no papel as palavras de um orador à medida que forem sendo pronunciadas: e assim podemos dizer que nos falta ainda o essencial para em tal assunto pronunciarmos um juízo definitivo.”

Antropologia - O Núcleo de Antropologia Visual do Iphaep foi criado em fevereiro de 2017, para dar respaldo às pesquisas do Instituto do Patrimônio estadual, nas áreas de arquitetura e urbanismo e história e etnografia. Fazem parte do Núcleo: Carlos Azevedo (antropólogo), Cassandra Figueiredo (arte-educadora), Márcia de Albuquerque (historiadora), Thamara Duarte (jornalista), Edvaldo Lira (historiador) e Gúbio Mariz (arquiteto e urbanista).

 A equipe do Núcleo começou suas atividades na área de delimitação do Centro Histórico de João Pessoa, buscando interpretar as imagens visuais da área (grafite e pichação). Já no Baixo Tambaú, considerado um dos “points” da boemia pessoense, o trabalho teve a perspectiva de apontar os aspectos culturais e artísticos da região, produzido, inclusive, a plaquete “Perfil Etnográfico do Baixo Tambaú”, que será lançada em novembro, durante a programação da Semana do Patrimônio Histórico.

Mais recentemente, o Núcleo de Antropologia Visual realizou, na Livraria do Luiz, um debate sobre “Coxixola, Sim Senhor”, documentário etnográfico que foi produzido e dirigido por Wills Leal. Agora, no mesmo local, acontece nesta sexta-feira a discussão acerca do Padre Azevedo e maior e mais revolucionária das suas invenções: a máquina de escrever.