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Iphaep discute Centenário da Escola da Bauhaus nesta sexta-feira

publicado: 15/05/2019 17h35, última modificação: 15/05/2019 17h58

“A função determina a forma”. A frase foi dita há exatos 100 anos, em 1919, pelo alemão Walter Gropius. Com um grupo de arquitetos, designers e artistas, ele foi um dos fundadores da Escola da Bauhaus (inclusive, foi quem designou o nome, numa alusão ao termo “casa de construir”), dando origem a um dos mais importantes movimentos artísticos da História da humanidade: não apenas da Alemanha, mas de todos os países do mundo. No Brasil, o estilo Bauhaus está presente em inúmeros bens culturais imóveis e móveis, sendo um dos mais significativos o Lyceu Paraibano, cuja edificação da Avenida Getúlio Vargas foi idealizada em 1936 por Clodoaldo Gouveia. Agora, essa história do movimento Bauhaus na Paraíba e no mundo será lembrada num evento realizado nesta sexta-feira (17), a partir das 14h, na Livraria do Luiz (Galeria Augusto dos Anjos, Centro de João Pessoa).

O debate é uma realização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba, como resultado da parceria firmada entre o Núcleo de Antropologia Visual do Iphaep e a Livraria do Luiz. A palestra será conduzida pelo arquiteto e historiador Gúbio Mariz, tendo como debatedores o antropólogo Carlos Azevedo e a arquiteta e urbanista Jéssica Arisla. A mediação estará a cargo da bacharel em Direito Rafaella Soares. A entrada é aberta ao público.

“O Lyceu Paraibano é um exemplar típico da Bauhaus, pelas suas formas arquitetônicas modernas e, especialmente, por conta da sua funcionalidade, que é fundamental no estilo alemão”, revela o antropólogo Carlos Azevedo. “Assim como o Lyceu, o morador e o visitante da terceira cidade mais antiga do Brasil se deparam com outros prédios com estilo bauhausiano, a exemplo da antiga Secretaria da Fazenda, no Varadouro. No passado, tivemos, ainda, o antigo prédio da Rádio Tabajara, que, infelizmente, foi demolido”.

Segundo a diretora executiva do Iphaep, Cassandra Figueiredo, a proposta do evento é abrir os olhares para um movimento estético que mudou a fisionomia das grandes cidades mundiais, nas primeiros anos do século passado. "O Núcleo de Antropologia do Iphaep foi criado, há 2 anos, exatamente com este objetivo: discutir temas relevantes para a memória histórica e cultural da Paraíba, do Brasil e do mundo". 

BRASIL– Embora tenha atuado por apenas 14 anos – entre 1919 e 1933 -, tendo sido fechada por ordem de Hitler, a Escola da Bauhaus continuou sendo uma referência estética nos campos da arquitetura, design e artes em todo o mundo. No Brasil não foi diferente, sendo difundida, principalmente, no Rio de Janeiro e em São Paulo. E, na maior cidade brasileira, é exatamente onde se concentra o maior acervo arquitetônico da Bauhaus.

No entanto, foi no final dos anos de 1950 que a estética alemã foi decisiva para a concepção de Brasília. Influenciado pelo estilo Bauhaus, o arquiteto Oscar Niemayer projetou vários conjuntos arquitetônicos na capital do Brasil.

MUNDO - Em nível internacional, Tel Aviv possui um núcleo significativo da Escola Bauhaus. Judeus e antigos alunos de Walter Gropius foram os responsáveis pela “Cidade Branca”, que tem um conjunto de edifícios bauhausianos. O feito garantiu, pela Unesco, a concessão do título de Patrimônio da Humanidade à capital israelense.

Nos Estados Unidos, onde se exilou após ser perseguido pelo nazismo, Gropius exerceu a docência e difundiu a Escola Bauhausiana: em particular, nas cidades de Chicago e Washington, além da cosmopolita Nova York.