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Iphaep discute a obra do sociólogo Jessé de Souza neste sábado na Livraria do Luiz

publicado: 21/02/2019 18h02, última modificação: 21/02/2019 18h02
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Desigualdade e classes sociais no Brasil dos dias de hoje. Em torno desse tema e a partir dos parâmetros pesquisados e publicados nos livros do sociólogo Jessé Souza, o Governo do Estado da Paraíba, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba, estará realizando mais um debate do Núcleo de Antropologia Visual do Iphaep. A palestra parte da temática "Repensar o Brasil - A imaginação sociológica de Jessé Souza" e acontece a partir das 10h deste sábado (23), na Livraria do Luiz (Praça 1817, Galeria Augusto dos Anjos, no Centro de João Pessoa). A entrada é aberta ao público.

O jornalista e mestre em Estudos de Mídia/UFRN, Alisson Campos, é quem vai conduzir a palestra, tendo como debatedores: Carlos Azevedo (antropólogo), Edvaldo Lira (historiador) e Gúbio Mariz (historiador e arquiteto). "Será um momento importante para discutir as obras e questões do Brasil apontadas por um dos principais pensadores contemporâneos”, destaca a diretora do Iphaep, Cassandra Figueiredo. “A proposta é de que o público possa refletir acerca do momento político e social brasileiro, a partir do olhar sociológico e humano de Jessé Souza. Uma discussão bastante oportuna para os dias atuais”.

Presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), entre 2015/2016, e nordestino (nasceu no Rio Grande do Norte), Jessé Souza tem 58 anos. Já escreveu vários livros, dos quais se destacam: A Ralé Brasileira, A Radiografia do Golpe, A Elite do Atraso e A Classe Média no Espelho. Todos eles são resultados das inúmeras pesquisas que o autor realizou na área de desigualdade econômica. Os estudos vêm contribuindo para o surgimento de um novo paradigma sociológico, para os estudos econômicos e sociais referentes à realidade do Brasil, mas servem de parâmetro, também, para outros países: em especial os subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.

Crítico das tradicionais Ciências Sociais - particularmente as Teorias de Max Weber e Karl Marx -, o brasileiro Jessé Souza prefere dialogar com outros pensadores, como o sociólogo francês Pierre Bourdieu. O autor utiliza, então, a noção de habitus, no sentido de construir um pensamento original, que é uma intersecção entre os processos de institucionalização, ideologização e subjetivação, permitindo uma melhor compreensão e análise da multifacetada realidade brasileira.

Focos antropológicos - Através do suporte da antropologia visual, a ideia do Núcleo do Iphaep busca dar respaldo às pesquisas do Instituto do patrimônio estadual, nas áreas de arquitetura e urbanismo e história e etnografia. O Núcleo de Antropologia do Iphaep surgiu em fevereiro de 2017, tendo como participantes: Carlos Azevedo, Cassandra Figueiredo, Márcia de Albuquerque, Edvaldo Lira e Thamara Duarte.

Inicialmente, a equipe do Núcleo centrou suas atividades na área de delimitação do Centro Histórico de João Pessoa, buscando ler e interpretar as imagens visuais do grafite e da pichação, presentes no cotidiano urbano da terceira cidade mais antiga do Brasil. O trabalho referendou a publicação de "Carta do Lyceu Paraibano: a responsabilidade dos grafiteiros perante o Sítio Histórico Urbano de João Pessoa”.

Já em Tambaú, considerado um dos pontos da boemia pessoense, o trabalho levantou, sistematicamente, os aspectos culturais e artísticos da região, resultando no lançamento da plaquete"Perfil Etnográfico do Baixo Tambaú”.

Agora em 2019, o Núcleo de Antropologia do Iphaep está se dedicando aos estudos referentes às questões sociais e culturais paraibanas, dentre elas, os saberes e fazeres do Mercado Central.

A diretora do Iphaep, Cassandra Figueiredo, revela: ”Junto ao trabalho de campo e às pesquisas, estaremos discutindo a problemática brasileira, a exemplo do debate que realizaremos neste sábado, na Livraria do Luiz, acerca do pensamento, pertinente e atual, do nordestino Jessé Souza”.