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Iphaep debate história e resistência do povo cigano em escola da capital nesta quinta-feira

publicado: 21/05/2018 00h00, última modificação: 17/05/2019 15h23

Os ciganos existem há mais de mil anos, tendo sua origem associada à Índia. Nômades, eles se espalharam pelo mundo e estão no Brasil há pelo menos dois séculos. De acordo com o Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 800 mil ciganos em 291 cidades brasileiras. Na Paraíba, eles estão fixados em 27 municípios: em especial, na cidade de Sousa, onde 200 famílias, de origem calon, vivem há mais de 30 anos, em três ranchos; e em Condado, onde moram 60 famílias. Para debater a história e a resistência do povo cigano, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep) realiza, nesta quinta-feira (24), a partir das 14h, um encontro com estudantes e professores da Escola Estadual Professora Maria do Carmo de Miranda (Rua Cel. João Luiz Ribeiro de Morais, 279 – Centro de João Pessoa).

 

O evento também será aberto ao público externo e terá como palestrante a jornalista e mestra em Direitos Humanos, Thamara Duarte. Também vão participar da discussão os historiadores Edvaldo Lira e Márcia de Albuquerque. “Por meio do Fórum Permanente de Cultura e Ciência do Iphaep, estaremos lembrando a data do Dia Nacional do Cigano, instituído pelo governo federal, em 25 de maio de 2006″, explica a diretora executiva do patrimônio estadual, Cassandra Figueiredo. “A ideia é mostrar que o povo cigano tem uma bagagem de vivência e defesa dos seus valores: sejam eles étnicos, comportamentais, de língua ou costumes”.

 

As etnias – No Brasil, existem três etnias ciganas: Calon, Rom e Sinti, que mantêm suas particularidades de grupos étnicos, línguas, culturas e costumes. No Nordeste, estima-se que esta população seja de 60 mil pessoas, sendo que a maioria dos ciganos vem da etnia Calon. No mundo, o povo romani é a principal etnia entre aqueles conhecidos como ciganos.

 

Espalhados por todos os países, os ciganos sofrem preconceito e discriminação, sendo perseguidos e, muitas vezes, mortos.        Mais de 500 mil deles foram assassinados entre os anos de 1935 e 1945: a maioria deles, mandados para os campos de concentração durante o Holocausto nazista. Hoje, em pleno século XXI, os ciganos ainda encontram dificuldades para sobreviver e viver em paz, na maioria dos países, sendo identificados como embusteiros e ladrões.

 

No Brasil, onde pequenos grupos vêm se fixando, eles atuam junto ao comércio e a pecuária (especialmente a venda e comércio de cavalos). Entre os costumes ancestrais, o povo cigano procura manter vivas algumas tradições: a leitura de mãos, o jogo de cartas (cartomancia), os grupo musicais e de dança. Também é muito forte a crença e a fé nos poderes de Santa Sara de Kali, cujo dia de comemoração é exatamente esse 24 de maio.