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Humanização: Hospital Metropolitano cria Sala de Acolhimento Familiar

publicado: 13/03/2020 18h18, última modificação: 13/03/2020 18h18
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Quando o chão some de nossos pés diante de uma notícia difícil, como a morte encefálica de um ente querido, ou um prognóstico de tumor, e nos vemos desabando em um abismo profundo, tudo o que queremos é ser afagados, ser acolhidos. Visando propiciar às famílias esses momentos de escuta qualificada com mais humanização, foi inaugurada, nessa quinta-feira (12), no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, a Sala de Acolhimento Familiar.

Segundo o diretor-geral da unidade de saúde, Antônio Pedrosa, o nome escolhido para o ambiente, reflete seu propósito. “Acolher, trazer para perto, afagar, dar alívio, não só do ponto de vista biológico, físico, mas psicológico e principalmente em situações delicadas na qual um usuário ou familiar é exposto. Esse é o propósito de nossa ação. Essa sala servirá, sobretudo, para sensibilizar potenciais famílias doadoras, que em momentos quando a dor é imensa, e que eles tendem a serem afagados, conseguem entender a dor de outra família e express¬am o maior ato de compaixão que um ser humano pode ter, a autorização para doação de órgãos”, pontuou.

O Hospital Metropolitano realiza tratamentos de tumores cerebrais, aneurismas, e outros casos complexos, e a criação do espaço objetiva acolher pacientes e familiares em um ambiente sinergético, diferente dos espaços comuns disponibilizados em um complexo hospitalar, como explicou o diretor assistencial, Gilberto Teodósio. “Criamos a sala com o preceito de ter um espaço acolhedor para momentos de conversas sobre doação de órgãos, transplantes e outros assuntos. A sala é uma representação física do sentimento que levamos para todos os espaços do hospital, entendendo que a humanização e assistência ao paciente e a família tem que ser valorizada, e no processo do cuidar, ela é de extrema relevância” afirmou.

A supervisora do Serviço Social, Carmem Meireles, acrescentou que a sala também oportunizará momentos de reencontro entre familiares. “Nós vivenciamos o caso de uma criança que viu a mãe cair em casa e depois ser trazida à unidade de saúde, por não ser permitida a entrada de crianças para visitas, ela acreditava que a mãe havia morrido e seguia inconformada, para acalmá-la foi preciso gravar um vídeo da mãe no leito e mostrar, mas não supriu por completo a carência daquela criança, que desejava ver pessoalmente e abraçar a mãe. Diante disso, esta sala também servirá para proporcionar esses momentos de reencontro. Mobilizaremos a equipe multiprofissional e assistencial para realizar essa ação, sempre que necessário” afirmou.

Na ocasião, foram convidadas algumas mães para conhecer o espaço, dentre as quais, Thaise Medeiros, que acompanha o filho David Medeiros, interno pela Cardiologia, ao saber que poderá reencontrar os seus outros dois filhos, sentiu-se emocionada. “A cada dia vencido, uma vitória. Meu David já renasceu várias vezes neste hospital. Estamos há mais de 3 meses longe de casa. Somos bem assistidos por toda equipe, que, além de cuidar dele, se preocupa com as minhas necessidades. Saber que vou poder reencontrar meus outros dois filhos aqui, nessa sala, me deixa emocionada. Já estou sonhando. Agradeço a toda direção do Hospital e todos os profissionais que são instrumentos de Deus, verdadeiros anjos. Deus abençoe cada um” expressou.

Já, Kathelen Natielly, mãe de Bejamin Emanuel, interno pela Neurologia, experimentou o clima aconchegante da sala e agradeceu. “Meu filho tem 10 meses, ele já passou por 12 cirurgias, e todos os dias ele me ensina que mesmo tão pequeno, tem uma força gigantesca para lutar pela vida. Estamos aqui no Metropolitano há 3 meses, e somos bem assistidos por toda equipe. Quando recebi o convite para conhecer essa sala, não imaginava que ela fosse me lembrar tanto a minha cidade, Areia. Logo quando entrei, me deparei com o vidro embaçado e uma plantinha na janela, senti como se estivesse na sala da minha casa, e vocês não fazem ideia do que isso significa pra nós que estamos há meses longe de casa. Agradeço a sensibilidade de todos que fazem esse Hospital”, declarou.