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Hospital de Trauma de João Pessoa realiza mesa redonda sobre Setembro Amarelo

publicado: 27/09/2019 18h32, última modificação: 27/09/2019 18h32
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O mês de setembro é dedicado à conscientização sobre a prevenção ao suicídio, chamado ‘Setembro Amarelo’. Esta é uma campanha que serve como estímulo de debate sobre o assunto, pois apesar de o tema ser amplamente divulgado na mídia neste período, esta temática ainda é tabu em muitos lugares. Para desmistificar essa ideia, o Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, realizou nesta sexta-feira (27), uma mesa redonda reunindo funcionários, estagiários, estudantes e estudiosos da área.O evento foi proposto pelo setor de psicologia da instituição, que há dois anos tem um projeto ‘Ressignificando Vidas’.

De acordo com o médico psiquiatra Alfredo Minervino, o Setembro Amarelo é uma campanha mundialmente realizada para que haja o diálogo na sociedade sobre suicídio e sua importância se deve ao fato de que o suicídio pode ser considerado até como um mal silencioso, pois seja por desconhecimento ou desconforto, as pessoas fogem do debate sobre o assunto e não conseguem identificar os sinais de que uma pessoa próxima esteja com ideias e ações suicidas. “Esta é uma campanha que serve como estímulo de debate sobre o assunto, principalmente para que saibamos identificar os sinais e nos aproximarmos das pessoas que sofrem com pensamentos suicidas para que elas saibam que não estão sozinhas e possam contar com ajuda”, explicou.

Minervino esclareceu que, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), nove em cada 10 casos poderiam ser prevenidos. “São registrados aproximadamente 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de um milhão no mundo. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Por isso, devemos pensar o problema agora e agir o quanto antes, já que 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais, como: depressão, transtorno bipolar e abuso de substâncias”, frisou.

A promotora de Justiça JovanaTabosa falou como as pessoas podem procurar ajuda e como os órgãos públicos devem oferecer apoio neste momento tão difícil. “Toda sociedade deve participar, é essencial ampliar o conhecimento sobre maneiras de enfrentar a ansiedade, a depressão e o próprio estresse cotidiano. Momentos como este engrandece a campanha e nos faz perceber que mais pessoas vão saber procurar ajuda, caso necessite”, relatou.

A jornalista Renata Maia, presidente da Associação Vida Nova, falou sobre sua experiência com casos de tentativa de suicídio e como a imprensa pode falar do assunto sem criar polêmica. “O tema deve ser desmitificado, pois muitas pessoas ainda levam o tema como tabu em suas vidas, enquanto isso pessoas morrem por falta de apoio e medo de tocar no assunto”, ressaltou.