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Hospital de Trauma de João Pessoa atende quase 13 mil pacientes por quedas em 2023

publicado: 24/11/2023 11h29, última modificação: 24/11/2023 11h30
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O Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, unidade do Governo do Estado, em João Pessoa, registrou aumento no número de atendimentos de vítimas de quedas, em 2023. De janeiro até agora, foram atendidas 12.735 pessoas, a alta foi de quase 10%, se comparado com os índices do mesmo período do ano passado (11.722). Em 2022, foram 14.145 atendimentos desse tipo de acidente doméstico que atinge, principalmente, crianças e idosos.

Segundo o diretor-geral da instituição, Laecio Bragante, as quedas lideram os atendimentos no Hospital de Trauma. “Como a nossa unidade de saúde é referência para vítimas de trauma, recebemos mensalmente uma média de 1.300 pacientes, que sofrem algum tipo de queda. Segundo o nosso levantamento, o mês de julho teve o maior número de entradas com 1.359 pessoas. O período de férias contribui para o aumento de práticas esportivas pelo público infanto-juvenil, envolvendo maior risco de quedas e acidentes, podendo levar o paciente a sofrer fraturas e lesões”, ressaltou. 

Para o ortopedista da unidade de saúde, Caio Costa, há dois perfis de pacientes que entram no Hospital de Trauma vítimas de queda e que sofrem traumas. “Podemos classificar o paciente por dois tipos: baixa e alta energia. O primeiro é decorrente de acidentes domésticos e quedas simples. Já o segundo costuma acontecer em acidentes de carro, colisões esportivas em competições de alto nível e quedas de grandes alturas, principalmente no público jovem”, frisou. 

O ortopedista ainda esclareceu que os traumas de baixa energia estão associados aos pacientes idosos. “Normalmente, são mulheres, que apresentam um osso mais frágil, devido à idade, sofrem queda da própria altura, quando realizavam atividades em casa. Essa queda simples, como escorregar no banheiro molhado, pode levar o idoso a uma fratura grave e o índice de mortalidade é elevado. Por isso, ele reforça que a prevenção de quedas está nas atividades normais do dia a dia, como tirar um tapete da sala, colocar corrimão para o idoso se locomover e evitar escadas”, salientou.

Como foi o caso da paciente Lúcia Marques, de 69 anos, que estava em casa e sofreu uma queda da rede. “Foi um susto muito grande, nunca imaginei que uma queda, na rede de casa, poderia causar uma fratura de bacia. Passei por cirurgia, fiquei uns dias internada e agora estou voltando para casa. Com certeza, terei mais cautela. Já mandei colocar um tapete antiderrapante no banheiro e ficarei mais atenta aos perigos de uma queda”, comentou.

O diretor Laecio Bragante explicou que há uma preocupação constante do complexo hospitalar com relação às quedas entre idosos. “Criamos o Centro de Assistência Avançada do Trauma do Idoso [CAATI], o único centro do Norte/Nordeste voltado exclusivamente para esse tipo de tratamento. Nosso trabalho é para que o idoso permaneça, no máximo, cinco dias em nossa unidade de saúde. Esse tempo de permanência curto torna-se muito significativo, uma vez que, o idoso, quando fica muito tempo no leito, pode ficar mais debilitado”, ressaltou.