Notícias

Governo e UFPB discutem criação de Unidade de Conservação Marinha

publicado: 20/03/2018 00h00, última modificação: 23/05/2019 11h13
1 | 2
2 | 2
seirhmarct-unidade-de-conservacao-marinha-1.jpg
seirhmarct-unidade-de-conservacao-marinha-2.jpg

O projeto que trata da criação de uma Unidade Marinha de Conservação na Paraíba foi apresentado nessa segunda-feira (19), durante reunião na sede da Secretaria de Infraestrutura, Recursos Hídricos, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia (Seirhmact), em João Pessoa. O estudo foi realizado por especialistas e estudantes de graduação, mestrado e doutorado do Departamento de Sistemática e Ecologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O encontro teve como objetivo dar continuidade aos estudos relacionados à criação de uma Unidade de Conservação, dentro dos padrões do Sistema Nacional de Unidades de Conservação.

O estudo mostrou um mapeamento das formações recifais e a vida marinha existente na costa paraibana. Ainda foram encontrados indícios da existência de um paleocanal que fica localizado a 20 km da praia de Ponta de Campina, em Cabedelo, onde há espécies marinhas ameaçadas de extinção, como o tubarão lixa e o peixe budião azul. Acredita-se que o local é o antigo curso do Rio Paraíba.

O secretário executivo do Meio Ambiente, Fabiano Lucena, presente na reunião, destacou a importância da criação da unidade de conservação marinha. “O Governo do Estado vem trabalhando para a retomada de criação de unidades de conservação dentro dos padrões do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, a exemplo da regulamentação do Refúgio de Vida Silvestre da Mata do Buraquinho e do Parque Estadual das Trilhas, localizado na praia de Jacaré, em João Pessoa. Essa será mais uma área importante repleta de benefícios sociais, econômicos e ambientais”, destacou Fabiano.

De acordo com Bráulio Santos, do Departamento de Sistemática e Ecologia da UFPB, e coordenador das pesquisas, a criação da unidade de conservação vai valorizar a cultura da associação a pesca artesanal e a proteção do patrimônio histórico dos naufrágios. “A criação da unidade de conservação traz oportunidades de pesquisas básicas e aplicadas. Será possível também que haja uma ligação entre o Parque Estadual das Trilhas, e o Parque Estadual de Areia Vermelha. Destacamos também que a vida marinha naquela área será popularizada, levando ao público o conhecimento de toda a biodiversidade do local”, explicou.

Ainda de acordo com Bráulio, a unidade de conservação possui três áreas de naufrágios. “Dentro da Poligonal há o registro de três dos mais visitados naufrágios do Nordeste, procurados principalmente pelos adeptos do turismo náutico e aventureiros mergulhadores: o Queimado, Alice e Alvarenga. Caso a unidade de conservação seja aprovada, se chamará de Parque Estadual Marinho do Naufrágio Queimado. Leva esse nome porque o Queimado foi única embarcação construída em caldeiras retangulares na história mundial da navegação”, explicou.

Após a apresentação do projeto para a Secretaria Executiva de Meio Ambiente, o projeto segue agora para a análise do governador Ricardo Coutinho. Uma comissão, criada desde 2015, acompanha os estudos relacionados à unidade de conservação. O grupo é composto por representantes do Ministério Público Estadual, Empresa Paraibana de Turismo (PBTur), Prefeitura de Cabedelo, Secretaria de Juventude Esporte e Lazer (Sejel), Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico e Sudema.

O Brasil foi um dos 193 países e que se comprometeu a, até 2020, em conservar pelo menos 10% das zonas costeiras e marinhas, de acordo com a legislação nacional e internacional. Para saber mais sobre a Unidade de Conservação Marinha, os pesquisadores produziram um vídeo que está disponível no site de compartilhamento de vídeos You Tube e pode ser acessado pelo link HTTP://bit.ly/DGUU3L.