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Fundação Casa de José Américo sedia relançamento do primeiro livro do escritor

publicado: 08/08/2022 11h27, última modificação: 08/08/2022 11h27

Em conferência realizada no Liceu Paraibano, no dia 13 de maio de 1921, José Américo de Almeida discorreu criticamente sobre a chaga da escravidão no Brasil. Com base nesse material, surgiu o seu primeiro livro: “Poetas da abolição”. Cem anos depois, recuperada e atualizada por Milton Marques Júnior e Astênio César Fernandes, a obra será relançada na Fundação Casa de José Américo (FCJA), nesta sexta-feira (12), a partir das 16h.

No livro, ao discorrer sobre esse período da história brasileira, Zé Américo comenta poemas que tratam do tema e ressalta o papel de alguns dos mais importantes poetas brasileiros, a exemplo de Castro Alves, e de políticos, jornalistas e ativistas que lutaram pela abolição da escravatura, como José do Patrocínio e Luiz Gama.  

“O interessante é que esse livro raramente é registrado nas obras de José Américo”, diz Fernandes. Para ele, a razão para isso pode estar no fato de “Poetas da abolição” não ter mais de 50 páginas, quantidade delimitada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) – que ainda não existia, à época – para que uma obra seja considerada um livro. “Por isso quisemos reeditá-lo, pois só assim ele terá o reconhecimento que merece”, acrescentou.

Segundo Marques Júnior, na conferência que se tornou livro, José Américo aprofundou a discussão sobre as consequências danosas da escravidão. “Ele procurou ler, nos poetas, o horror causado por esse sistema, sem, no entanto, abrir mão da preocupação social”, detalhou.

Autores – Astênio César Fernandes é médico, titular da cadeira 25 da Academia Paraibana de Letras (APL) e representante da família de José Américo no Conselho Administrativo da Fundação que o tem como patrono. Milton Marques Júnior é professor do curso de Letras da Universidade Federal da Paraíba e autor de mais de 20 livros. É, também, membro da APL, titular da cadeira 40.