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Fundação Casa de José Américo sedia relançamento do primeiro livro do escritor
Em conferência realizada no Liceu Paraibano, no dia 13 de maio de 1921, José Américo de Almeida discorreu criticamente sobre a chaga da escravidão no Brasil. Com base nesse material, surgiu o seu primeiro livro: “Poetas da abolição”. Cem anos depois, recuperada e atualizada por Milton Marques Júnior e Astênio César Fernandes, a obra será relançada na Fundação Casa de José Américo (FCJA), nesta sexta-feira (12), a partir das 16h.
No livro, ao discorrer sobre esse período da história brasileira, Zé Américo comenta poemas que tratam do tema e ressalta o papel de alguns dos mais importantes poetas brasileiros, a exemplo de Castro Alves, e de políticos, jornalistas e ativistas que lutaram pela abolição da escravatura, como José do Patrocínio e Luiz Gama.
“O interessante é que esse livro raramente é registrado nas obras de José Américo”, diz Fernandes. Para ele, a razão para isso pode estar no fato de “Poetas da abolição” não ter mais de 50 páginas, quantidade delimitada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) – que ainda não existia, à época – para que uma obra seja considerada um livro. “Por isso quisemos reeditá-lo, pois só assim ele terá o reconhecimento que merece”, acrescentou.
Segundo Marques Júnior, na conferência que se tornou livro, José Américo aprofundou a discussão sobre as consequências danosas da escravidão. “Ele procurou ler, nos poetas, o horror causado por esse sistema, sem, no entanto, abrir mão da preocupação social”, detalhou.
Autores – Astênio César Fernandes é médico, titular da cadeira 25 da Academia Paraibana de Letras (APL) e representante da família de José Américo no Conselho Administrativo da Fundação que o tem como patrono. Milton Marques Júnior é professor do curso de Letras da Universidade Federal da Paraíba e autor de mais de 20 livros. É, também, membro da APL, titular da cadeira 40.