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Fundação Casa de José Americo abre exposição de fotos e de capas de LPs no Dia Nacional do Forró
Nesta segunda-feira (13) é comemorado o Dia Nacional do Forró. Tradicional e com forte representatividade nordestina, o ritmo foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no último dia 9, em votação unânime. Para celebrar a data e a conquista, a Fundação Casa de José Américo (FCJA), em João Pessoa, abre as suas portas, às 17h, para duas mostras: uma delas apresenta diversas capas de LPs de forró, sob a curadoria do colecionador e pesquisador musical Érico Sátyro, e a outra é a exposição “Danados de Bons”, de autoria do fotógrafo Guy Joseph. Ambas ficam abertas até o dia 16, no hall da instituição, das 9h às 17h.
“Danados de Bons” traz 40 fotografias de 20 “foleiros” (ou tocadores de fole) em seus ambientes naturais, sem luz artificial. “Eu quis dar um tratamento intimista e artístico a esse material, aproveitando apenas a luz vinda de portas e janelas, por exemplo. Acho que consegui capturar o ‘espírito’ desses artistas, que travam uma luta de resistência pela manutenção do fole de oito baixos”, conta Guy. Segundo ele, esse trabalho foi realizado há três anos, para a Associação Cultural Balaio Nordeste, que, em convênio com o Iphan-PB, realizou o projeto Mapeamento do Fole de Oito Baixos.
Depois de várias viagens pela Paraíba, em companhia de antropólogos e etnomusicólogos, o levantamento dos foleiros paraibanos foi concluído em 2019, num evento que exibiu o documentário “Com Respeito aos Oito Baixos” e a exposição fotográfica de Guy Joseph. Agora, essa exposição ― que pertence à associação e ao Iphan ― estará na FCJA. “É uma forma de confraternizarmos com os diversos forrozeiros paraibanos, tanto pelo dia quanto pelo título merecido”, diz Fernando Moura, presidente da FCJA.
O nosso forró ― O dia 13 de dezembro é o Dia Nacional do Forró por ser o aniversário do pernambucano Luiz Gonzaga do Nascimento, o ‘Rei do Baião’. Neste ano, às vésperas dessa data emblemática, o forró passou a ser um Patrimônio Cultural Imaterial do país, além de ter sido classificado como um “supergênero”, pela sua abrangência.
Com o reconhecimento, as matrizes do forró foram inscritas no Livro de Registro das Formas de Expressão. O primeiro registro de um gênero musical nesse livro foi o samba de roda do Recôncavo Baiano. Depois, vieram o jongo, o frevo, o tambor de crioula, as matrizes do samba no Rio de Janeiro, o fandango caiçara, o carimbó, o maracatu nação, o maracatu do baque solto, o repente e a ciranda, entre outros.
Um patrimônio imaterial é um consenso que abrange expressões culturais que podem ser caracterizados pelos saberes, os modos de fazer, as formas de expressão, as celebrações, as festas e danças populares, as lendas, músicas e os costumes, entre outras tradições.