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Fundac implanta novo projeto pedagógico no CSE a partir do próximo dia 20

publicado: 10/05/2019 15h48, última modificação: 10/05/2019 15h48
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Um novo Projeto Pedagógico da Fundação Desenvolvimento da Criança e do Adolescente “Alice de Almeida” (Fundac) vai envolver os socioeducandos e seus familiares no Conselho Gestor da instituição. Além disso, o Projeto, que deverá estar implantado a partir do dia 20 de maio, pretende readequar as instalações do prédio do Centro Socioeducativo Edson Mota (CSE) para que alguns blocos estejam disponíveis às atividades pedagógicas durante todo um turno das atividades previstas no novo projeto. No outro turno, os adolescentes serão atendidos pelo corpo técnico (Saúde, Serviço Social, Psicologia, Orientação Jurídica) da instituição.

O presidente da Fundac, Noaldo Meireles, enfatiza o trabalho da equipe multiprofissional do CSE, da Fundac e a colaboração do GT (Grupo de Trabalho) do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), que vêm discutindo e elaborando um Projeto Pedagógico totalmente preocupado e em sintonia com as diretrizes do Sinase, que visa à garantia de direitos dos socioeducandos do CSE.

De acordo com o diretor do Centro Socioeducativo Edson Mota, Rildo Lima, na próxima reunião do GT será apresentado um cronograma de ajustes até o projeto ser definitivamente implantado. Entre os pontos importantes, está a constituição do Conselho Gestor, que tem como perspectiva o envolvimento e representação dos adolescentes e de seus familiares. “Além disso, até a implantação, vamos construir um cronograma de atividades onde possamos concluir as adequações na parte estrutural; finalizar o cronograma com a previsão de quantitativo de agentes para cada espaço onde estaremos realizando as atividades e realizar uma reunião com a presença de representantes dos socioeducandos e familiares para apresentação do Projeto concluído e, após isso, iniciarmos a implantação de fato”, afirmou Rildo.

Essa medida, segundo a diretora técnica da Fundac, Waleska Ramalho, pretende garantir ao socioeducando um maior tempo possível fora dos quartos, quando ele estará desenvolvendo atividades pedagógicas e de ressignificação do ato infracional. No outro turno, o socioeducando terá o atendimento, que já vem sendo feito, pelo corpo técnico, como está prescrito na política do Sinase.

“Um ponto primordial do projeto é levar uma atividade pedagógica de ressignificação, de proposta de vida e, também, qualificar o PIA (Plano Individual do Adolescente), onde a gente tenha de fato um norte. Toda política pública precisa ter um norte, então nós estamos buscando hoje um norte para um trabalho pedagógico, com Direitos e Humanização”, destacou a diretora.

O representante da Segunda Vara da Infância e da Juventude e integrante do GT Sinase, Antônio Barbosa, destacou a importância do trabalho em equipe dos agentes, técnicos, direção, familiares e adolescentes para que haja uma escuta de cada setor, cada profissional e cada pessoa, no sentido de contribuir para que o trabalho seja feito de forma articulado, partindo do respeito e dos objetivos das medidas socioeducativas que estão previstos na Lei do Sinase.

“Lá no parágrafo segundo, no artigo primeiro, que é a responsabilização do adolescente pelo ato que ele cometeu; questão de fazer a integração social, observando direitos individuais e sociais e a desaprovação pelo que ele fez. De modo que ele saia daqui com novos valores, novas perspectivas, com um projeto de vida saudável para si, para a família e para o contexto que ele vive”, disse Barbosa.

Já a representante da Promotoria da Criança e do Adolescente, Claudine Azevedo, avalia o projeto como algo muito viável e importante para essa nova etapa da socioeducação no SCE. “O MP tem esperança de que a partir dessa proposta que nos foi apresentada, que foi construída coletivamente pela equipe da Fundac, seja de fato colocada em prática. Nosso objetivo é fortalecer essa proposta, fortalecer os profissionais que vão de fato materializar o projeto. A socioeducação não se faz só com segurança, se faz com um grupo de políticas públicas que possam abarcar isso. É necessário que se tenha uma conexão entre Segurança e Educação. É isso que estamos visualizando aqui”, enfatizou.

O Centro Socioeducativo Edson Mota – CSE conta hoje com 132 adolescentes em medida socioeducativa.