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Formação do Soma discute aprimoramento para a alfabetização na idade certa
Discussão de práticas de aprendizagem, desenvolvimento das sequências didáticas e aprimoramento dos planejamentos de aula. Esses foram alguns dos temas discutidos durante a semana de formação com coordenadores e multiplicadores do Programa Soma – Pacto pela aprendizagem da Paraíba, da Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia. O evento aconteceu da segunda-feira (26) até esta sexta-feira (30), simultaneamente, em seis polos: João Pessoa, Campina Grande, Guarabira, Patos, Sousa e Cajazeiras, envolvendo cerca de 500 participantes. Após a formação, o conteúdo será multiplicado para os professores de todo o estado.
Criado em 2017, o Soma é um programa que visa a melhoria dos indicadores de desempenho no Ciclo de Alfabetização e a progressão da aprendizagem no Ensino Fundamental. Constitui-se em uma Política Estadual de Alfabetização e um importante instrumento de colaboração entre o Estado e os municípios, envolvendo estudantes do ensino fundamental da Rede Estadual e Municipal.
A utilização do conceito da sequência didática, discutido durante os cinco dias do evento, agradou aos coordenadores e formadores. José Carlos, professor do município de Cuitegi, que participou da formação em Guarabira, elogiou a escolha do eixo. “Dentre os conteúdos, para depois sermos multiplicadores, quero enfatizar a sequência didática, porque eu acredito que lá na ponte, no município, vai ser de muita valia. Os nossos estudantes da rede municipal precisam aprender mais sobre essa sequência, e nós professores também precisamos diferenciar o nosso planejamento apenas de sequência de atividades. A gente está revendo conceitos anteriores, é como uma reavaliação de tudo o que a gente já viu no Soma”, explica o professor.
Na área da Matemática, o foco foi dado aos números e operações. Os formadores utilizaram o material dourado e o ábaco para ilustrar e discutir formas lúdicas de se trabalhar com os temas. A professora formadora Graciana Dias, que participou em João Pessoa, explica que a preocupação inicial dos professores presentes na formação é fazer com que o conhecimento chegue até os alunos com dificuldade, melhorando os índices. De acordo com ela, as maiores dúvidas dos professores estão na área da Geometria. “Orientação espacial, formas, essas são algumas dúvidas mais frequentes por parte dos professores. Mas quando trabalhamos essa área, sempre há muita troca, eles falam aquilo que já sabem e a gente vem para complementar o trabalho desenvolvido”, ressalta.
Com relação às linguagens, as formações estavam relacionadas aos gêneros textuais. “Trabalhamos a questão da língua portuguesa envolvendo os eixos norteadores do processo: leitura, oralidade, produção textual e análise linguística. Tudo isso é feito a partir do gênero textual, em que, na sequência didática, a gente propõe a elaboração partindo de um texto, para que as crianças possam se inserir na língua escrita e nas práticas de uso da escrita, ou seja, o letramento. Nosso propósito é o de refletir sobre essas questões que dizem respeito ao processo de alfabetização com mais qualidade para as nossas crianças”, explica Glória Leitão, professora formadora da UEPB, durante a formação em Campina Grande.
Envolvimento – Os coordenadores e multiplicadores participantes do evento receberam positivamente a formação em Campina Grande. Para Cristiane Borges Ângelo, supervisora do eixo de Matemática, o foco nas discussões da sequência didática foi um diferencial na formação. “Nós estamos bastante felizes com a receptividade com relação ao programa. O nosso foco esse ano é a produção da sequência didática, e para isso a gente está enfatizando muito o protagonismo do professor, por isso que é importante esse processo de formação. Os formadores locais vão levar essa concepção da importância do professor que está lá no ciclo, trabalhar dentro dessa perspectiva da integração do processo, até culminar no 5º ano, e a gente está tendo uma receptividade bem interessante, todo mundo envolvido”, explica.
Novos polos - No segundo semestre deste ano, a novidade foi a oficialização de dois novos polos: Guarabira e Cajazeiras. Flaviana Barbosa, coordenadora do polo de Guarabira, demonstrou a satisfação em poder atender os municípios próximos para a realização da formação. “É um prazer imenso estar inaugurando o polo do Soma em Guarabira, são 27 municípios e todos eles estão maravilhados. Além do espaço, a segunda gerencia oportunizou uma formação como essa, com uma localidade que privilegia a locomoção deles, eles se deslocam tranquilos e voltam entusiasmados. Através da formação do Soma, esses formadores pensam em uma possibilidade inovadora para a prática da alfabetização, lá no chão da escola, com o auxílio da formação e do material do Soma, visando alfabetizar e desenvolver o letramento e a Matemática, de uma forma diferenciada e compromissada. Nós só temos que agradecer”, ressalta.
Susana Costa é formadora do município de Duas Estradas. Para ela, a oportunidade também foi uma mudança muito positiva nesse segundo semestre. “Essa oportunidade de estar próximo às nossas casas ficou bem mais acessível, colegas com três, quatro horas de viagem sentiram muito a melhoria. Há cerca de uma semana, estávamos numa reunião com a prévia de abertura, foi proposto pela nossa equipe, e a coordenação ter nos ouvido em tempo hábil. Agradeci demais, estou pertinho de casa”, revela.
O resultado da formação foi proveitoso e satisfatório para os multiplicadores. Marta Gomes, coordenadora pedagógica no município de Remígio, avalia que a importância da formação é interação entre os municípios no trabalho da proposta do Soma com perspectiva sócio interacionista, que desenvolve o processo de ensino e aprendizagem dentro do ciclo de alfabetização nas séries iniciais. “O professor incorpora essa prática, com essas sequências que são oferecidas pelo curso como reforço, abordando a proposta curricular da Paraíba que também está inserida nessa formação. Essa é uma forma de a gente perceber se estamos mesmo seguindo essa metodologia, se a proposta de um município é a mesma de outro, quais são as dificuldades dentro do nosso município e no que precisamos para avançar no processo de alfabetização”, afirmou.