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Formação Cidadã: Socioeducandos da Semiliberdade assistem ao espetáculo “Ópera do Pandeiro”

publicado: 28/03/2019 16h47, última modificação: 28/03/2019 16h47

No Dia Mundial do Teatro, 27 de março, o Programa de Formação Cidadã, que vem sendo desenvolvido pela Semiliberdade, unidade socioeducativa da Fundação Desenvolvimento da Criança e do Adolescente “Alice de Almeida”, levou jovens e adolescentes em cumprimento de medidas para celebrar a data no Teatro Lima Penante, com o espetáculo musical “Ópera do Pandeiro”, em homenagem ao centenário de Jackson do Pandeiro.

“Pela primeira vez, tivemos o prazer de levar os socioeducandos da Semiliberdade para o Teatro Lima Penante, onde eu tive a oportunidade de estrear a minha primeira peça, e isso me deixou muito feliz. É muito importante os meninos perceberem que através da arte podemos expressar nossos sentimentos e nos libertar. A peça retratava a história de Jackson do Pandeiro, um ícone do ritmo e da música, paraibano, negro, pobre que trabalhava na feira e tinha mãe cantadora de coco de roda, onde o ator que faz o papel principal é paraibano, de Alagoa Grande, terra natal do homenageado”, disse Dhyan Urshita, professora de Artes/Teatro da Semiliberdade.

J.A. foi um dos cinco socioeducandos que foram contemplados com a programação teatral junto aos agentes socioeducativos, direção da Semiliberdade (Davi Lira), técnicos e aplicadores do Programa de Formação da Unidade Socioeducativa. “Eu me senti muito feliz em ir ao teatro e gostaria de indicar a todos os colegas e família que participem das atividades”, disse o socioeducando.

“Quando eu vi os meninos da Semiliberdade assistindo ao espetáculo “Ópera de Pandeiro” fiquei maravilhado. Achei aquilo fantástico, de uma grandeza da parte de vocês (socioeducadores), verdadeira delicadeza e humanidade, muito forte. Todos nós sabemos que a educação e a arte é um grande caminho para milhões de coisas, inclusive para a regeneração, socialização e oportunidade. E o teatro favorece exatamente isso”, comentou Edilson Alves, coordenador do Núcleo de Teatro Universitário/Teatro Lima Penante.

Segundo Anderson Brandão, coordenador do Programa de Formação Cidadã da Semiliberdade, o principal objetivo do projeto é integrar aos componentes de práticas  educativas a arte e a cultura com atividades transversais que possibilitem o socioeducando uma interação com as metodologias. “Uma das propostas do Programa é desenvolver atividades artísticas e culturais e a ideia de assistir ao espetáculo sobre Jackson do Pandeiro, o rei do ritmo, no Teatro Lima Penante foi uma delas”, disse Anderson.

“Em um mundo de violências, pessoas ansiosas e sem amor, vivenciamos um momento marcante, algo que enche de orgulho os corações de quem faz a socioeducação. Poder ver socioeducandos admirados com uma peça teatral é gratificante e nos gera um sentimento de satisfação pelo trabalho desenvolvido. O Programa de Formação Cidadã está transformando vidas, modificando conceitos ultrapassados e incentivando a participação por meio do protagonismo”, acrescentou o coordenador.

A ‘ÓPERA DO PANDEIRO’ - é um espetáculo narrativo poético-musical que proporciona ao público uma vivência e obra do ícone da música brasileira, Jackson do Pandeiro. “Inicia-se como um auto de natal paraibano para contar o nascimento do menino José, o Jackson do Pandeiro, na cidade de Alagoa Grande, denominada terra onde o sapo não canta. Evidencia-se, assim, um guerreiro aboiador e sua narrativa cordelesca, um profeta que anuncia o predestinado. Além de brincantes, bufões e muita celebração para a chegada do menino”, explicou o produtor Valdir Santos.

O pós-nascimento mostra as suas passagens, a começar pelo presságio de uma cigana, a sua primeira escola na feira com a mãe, Flora Mourão tocando ganzá. Em seguida, o Cassino Eldorado em Campina Grande, a rádio Tabajara em João Pessoa, a explosão do seu primeiro sucesso em Recife e a culminância no Rio de Janeiro.

“A peça que encena o nascimento e vida, propõe uma viagem para eternizar na lua conforme um dos seus sucessos. A encenação do grupo teatral Bichoderruma é feita ao vivo por atores, dançarinas e cantores e vislumbra a autenticidade regional, uma linha autoral com artistas locais e letras eternizadas por Jackson e seus ritmos diversos. Dezesseis artistas se revezam durante 60 minutos entre vertigens e encantamentos mergulhados na essência de Jackson e cultura nordestina”, disse o diretor Mizael Batista.