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Feirinha de Domingo e Encontro de Cirandeiras integram programação do Mês da Mulher na Funesc

publicado: 09/03/2018 00h00, última modificação: 30/05/2019 11h49
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O mês de março está recheado de atrações promovidas pela Fundação Espaço Cultural da Paraíba. Como parte da programação especial em celebração ao Mês da Mulher, a Funesc realiza, pela primeira vez, o Encontro de Cirandeiras. O evento acontece neste domingo (11) com a presença de três mulheres que são referência em cultura popular no Estado. As convidadas são Vó Mera, Coco de Teca e Ana Rodrigues, do Coco de Roda Novo Quilombo (Gurugi/Conde). Na mesma data acontece mais uma edição da tradicional Feirinha de Domingo, com artesanato, variedades, brechó e gastronomia. O acesso é gratuito.

A primeira Feirinha de Domingo de 2018 traz variedades para o público. O evento, que acontece no Espaço Cultural José Lins do Rego, ocupa a Praça do Povo com artesanato, variedades, brechó, gastronomia, foodbikes e expositores distribuídos pelo local. O evento acontece das 14h às 19h. O acesso às atrações é gratuito, com exceção do Planetário, que funcionará com sessão única às 16h e ingressos a R$ 4 (inteiro) e R$ 2 (meia entrada). Também está aberta visitação à Estação Ciência do Espaço Cultural e Gibiteca.

A Feirinha é uma iniciativa da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) em parceria com o Programa de Artesanato da Paraíba (PAP) e tem como objetivo estimular a economia criativa, contando com adesões de artesãos paraibanos e de outros estados da região, a exemplo do Rio Grande do Norte e Pernambuco, que estiveram presentes em várias edições, além da Sociedade Vegana Brasileira em João Pessoa. Lançado em agosto de 2015, o projeto surgiu com a proposta de se repetir mensalmente com novas atrações a cada retorno.

Cirandeiras

Vó Mera – Domerina Nicolau da Silva é uma das personalidades mais carismáticas e importantes da cultura popular da Paraíba. Vinda de uma família de agricultores, teve que trabalhar na lavoura desde criança para garantir o sustento da casa. Foi também durante a infância que nasceu o seu interesse pelas diversas manifestações culturais do estado.Vó Mera, como é popularmente conhecida, participou do primeiro coco de roda ainda em sua cidade natal, onde esperava ansiosa pela chegada dos festejos juninos para acompanhar a tia, que cantava nas comemorações da fazenda na qual trabalhavam. Com a voz afinada e tocando um ganzá, a garota já expressava seu talento e a paixão pela cultura regional. Foi também nessa época em que ela escreveu as suas primeiras cirandas.

A história da artista se relaciona muito com a origem do Bairro do Rangel, localizado na cidade de João Pessoa, onde foi morar ainda na infância. Católica fervorosa, a mestre cirandeira leva a sua musicalidade e dança para as igrejas paraibanas, nas quais se apresenta com composições próprias, divulgando cada vez mais a cultura do Nordeste.No ano de 2003, seu grupo de ciranda foi batizado como Vó Mera e Seus Netinhos. O nome veio por conta do seu neto Fernando Dylan, que a acompanhava tocando pandeiro e bumbo nas apresentações da artista. Além dos dois, o conjunto foi formado por Jéferson Pereira, Josenaldo Júnior tocando afoxé e Clara Regina, com o ganzá. Anos depois, a composição mudou novamente e passou a ser chamada de Vó Mera e Suas Netinhas, por ser integrada apenas por mulheres

Dona Teca do Coco de Cabedelo – Herdeira do Mestre Benedito, criador do grupo Coco de Roda e Ciranda do Mestre Benedito, criado ainda nos anos 70 e mantido até hoje. Pela cabeça de Benedito nunca passou a ideia de que a brincadeira de tocar coco e dançar ciranda em família um dia viraria um grupo formal. Mesmo antes de se mudar de Cruz do Espírito Santo para Cabedelo, em 1950, o patriarca já tinha o costume de convocar filhos, netos, irmãos e vizinhos para a despretensiosa dança em grupo. As apresentações tinham letra e ritmo, mas eram guiadas sobretudo pelo improviso. Com o tempo e a notoriedade local, o coco foi sendo cada vez mais requisitado para passagens por festas juninas, carnavais e eventos de bairro.A “formalização” de fato, com o batismo de Coco de Roda e Ciranda do Mestre Benedito, veio em 1976, ainda que mantivesse sempre vivo o espírito da brincadeira. “Ao nosso núcleo se juntava qualquer pessoa que estivesse assistindo e quisesse se divertir”, lembra Terezinha da Silva Carneiro, a Dona Teca.

Ana Rodrigues - Líder comunitária da comunidade Ipiranga e coordenadora do Coco de Roda Novo Quilombo (Gurugi/Conde). Coordenadora da Festa de Coco de Roda, o tradicional Coco do Gurugi. A atividade celebra com muita dança, música e alegria, histórias de luta, resistência e identidade da cultura quilombola.

Serviço

Feirinha de Domingo – 11/03

14h às 19h – artesanato, variedades, brechó, gastronomia – Praça do Povo do Espaço Cultural

16h – Sessão no Planetário – R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia entrada) – venda de ingressos a partir das 15h

Encontro de Cirandeiras

16h –1º Encontro de Cirandeiras, com Vó Mera, Coco de Teca, Ana do Gurugi (Coco de Roda Novo Quilombo)

– local: Praça do Povo do Espaço Cultural

Realização: Governo do Estado/Funesc