Notícias
FCJA institui Certificado de Reparação Histórica em reunião do Conselho Deliberativo
A Fundação Casa de José Américo (FCJA) institucionalizou o Certificado de Reparação Histórica (CRH), a ser concedido a personalidades da cultura paraibana que foram perseguidas durante a ditadura civil-militar no Brasil, entre 1964 e 1985. O ato ocorreu na manhã desta sexta-feira (4), durante a última reunião do seu Conselho Deliberativo em 2020, por meio virtual, quando o presidente da instituição, Fernando Moura, também fez um balanço das atividades e ações deste ano e apresentou a agenda de aniversário dos 40 anos da FCJA.
Na sua apresentação, Moura destacou o caráter inovador da FCJA, que completa 40 anos de atividades com o mesmo ímpeto com o qual foi concebida. “Num país onde a memória ainda não é valorizada, a FCJA cresceu e expandiu as suas atividades, com projetos diversos, como lançamento de livros, seminários, debates, ações sociais, culturais e artísticas. Mesmo agora, durante a pandemia, ela se reinventou e não parou. É uma instituição viva e pulsante”, disse. Ao final de sua fala, ele ressaltou que o Conselho também pode sugerir atividades dentro das comemorações de aniversário, que se estenderão até o dia 10 de janeiro de 2022.
Logo depois, alguns conselheiros falaram sobre a importância da FCJA e a responsabilidade de ser parte do seu Conselho Deliberativo. Em seguida, as gerentes da FCJA fizeram uma síntese das ações de cada um dos seus setores, com destaques para as feiras instaladas na instituição (uma agroecológica, outra de antiguidades, ambas temporariamente suspensas); a agenda de eventos virtuais realizados durante esta pandemia; a reforma para implantar o projeto de acessibilidade nos prédios da Fundação; e a criação da coluna Janelas da História, no Jornal A União, entre outras.
Reparação histórica – Por fim, a historiadora Ana Paula Brito, coordenadora do Memorial da Democracia da Paraíba, falou sobre o Certificado de Reparação Histórico (CRH). “Essa chancela será uma ação de reparação baseada nos princípios da justiça de transição, devendo ser outorgada a cada dois anos, por meio da FCJA e do Memorial”, disse.
O primeiro artista paraibano a receber a homenagem será o maestro José de Lima Siqueira (1907-1985), que criou a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), a Orquestra de Câmara do Brasil e a Ordem dos Músicos (OMB). Personalidade atuante no seu tempo, ele escreveu livros didáticos sobre música e compôs para todos os instrumentos. Além de músico de excelência, tinha uma disposição combativa, com atuação política que o aproximava dos ideais comunistas – e pela qual foi perseguido e impedido de trabalhar no Brasil, durante o regime ditatorial.
Conselho Deliberativo – O Conselho Deliberativo da FCJA é um órgão de deliberação e orientação superior, que estabelece as diretrizes fundamentais e as normas gerais de organização, operação e administração da instituição. É formado por representantes da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep-PB), da Secretaria de Estado da Cultura, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq) e da própria FCJA.
40 anos – A programação dos 40 anos de criação da FCJA conta com eventos virtuais e híbridos que se estenderão ao longo de 2021, culminando em 10 de janeiro de 2022, quando se comemoram os 40 anos de inauguração do Museu. As atrações poderão ser acompanhadas pelo canal da FCJA no YouTube. Literatura, música e memória serão contempladas em seminários, mesas-redondas e homenagens, entre outras atrações.