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Exposição de artes marca aniversário do Centro de Referência da Mulher de Campina Grande

publicado: 06/12/2019 16h52, última modificação: 06/12/2019 16h54
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O Centro Estadual de Referência da Mulher Fátima Lopes, em Campina Grande, comemora sete anos de funcionamento, nesta terça-feira (10), com a exposição “Mulheres Fazendo Artes”, das 8h às 19h, no Centro Artístico Cultural da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). A exposição é resultado de oficinas de arte realizadas com as mulheres vítimas de violência doméstica e sexual atendidas e acompanhadas pelo serviço oferecido gratuitamente pelo Governo do Estado, coordenado pela Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana (SEMDH).

O serviço já atendeu 4.150 mulheres desde 2012 e está fortalecendo a rede de atendimento em mais de 44 cidades com formação e capacitação de profissionais. Do total de atendimentos, 46% dos casos são de violência física seguida de psicológica. Neste período foram realizadas 305 atividades atingindo um público de 12.387 pessoas.

“A exposição é resultado de um processo de oficinas realizado com as mulheres, que expressa formas de resiliência no enfrentamento do ciclo de violência. Temos muito que celebrar neste sete anos de trabalho em rede envolvendo, além do atendimento das mulheres, a formação de profissionais na área de educação, saúde e assistência social para lidar com a problemática da violência contra mulher. Além de palestras e mesas de debates, fizemos capacitações em mais de 44 municípios, com público ouvintes e participantes em torno de 9 mil pessoas durante este período”, afirma a coordenadora do Centro de Referência da Mulher, Isânia Monteiro.

A secretária de Estado da Mulher e da Diversidade Humana, Gilberta Soares, avalia que o serviço consolidou a política de assistência e prevenção à violência contra as mulheres, especificamente na região da Borborema. “Além do atendimento psicossocial e jurídico com equipe multidisciplinar estamos fortalecendo a rede de atendimento para que a violência doméstica seja identificada seja na escola, no posto de saúde ou nos locais de trabalho e a mulher encaminhada para o atendimento. É um trabalho permanente de atendimento ajudando a romper do ciclo da violência doméstica na região da Borborema, que inclui a realização de oficinas de formação de profissionais e mulheres”, disse Gilberta.

O Centro integra a rede de atendimento às mulheres em situação de violência de gênero. Foi instituído por meio do Convênio 073/2010, parceria entre o Governo do Estado da Paraíba, através da Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana (Semdh) com a extinta Secretaria Especial de Política Pública (SPM) da Presidência da República.

A secretária executiva da Semdh, Lídia Moura, afirma que, além do importante atendimento às mulheres vítimas de violência, o serviço contará no próximo ano com reforço da Patrulha Maria da Penha. “Nós compomos também parcerias com outras entidades e com a sociedade civil para a formação, capacitação e intervenções, que agregam valores à sociedade, modificando conceitos na luta pela alteração de condutas. O governo João Azevedo tem compromisso com a vida das mulheres e já no próximo ano esse equipamento ganhará o reforço da Patrulha Maria da Penha, em Campina Grande e região, integrando e ampliando a proteção às mulheres”, afirma Lídia Moura.

Como funciona - O Centro Estadual de Referência da Mulher Fátima Lopes é um mecanismo específico do programa de prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres com atendimento psicológico, social, jurídico, de orientação e informação às mulheres em situação de violência doméstica e sexual. A mulher que procura o serviço é acolhida por uma equipe multidisciplinar de profissionais - advogada, psicóloga, assistente social, e educadora social - que, depois de escutá-la, realizam o atendimento e encaminham para outros serviços da rede de enfrentamento à violência, quando necessário. O objetivo dos atendimentos é que a mulher atendida seja apoiada para romper o ciclo de violência alcançando a resolução do seu caso, através do apoio institucional e do fortalecimento da sua autoestima.

Onde a violência acontece - A violência contra mulheres acontece em casa, na rua, no trabalho e pelas mídias sociais. Ocorre por causa da persistente discriminação contra as mulheres, pelo simples fato de ser mulher. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 70% das mulheres sofrem algum tipo de violência no decorrer de sua vida. A violência de gênero significa que existe uma cultura de violência contra a mulher estimulada pela ideia da suposta autoridade e superioridade masculina. Por isso, os atos de violência contra as mulheres são reveladores da relação de poder desigual e opressora culturalmente estabelecida entre os homens e as mulheres. A violência contra as mulheres é um problema multidimensional que afeta mulheres de todas as idades, raças, classes sociais, orientação sexual, religiões e países.

Perfil das Usuárias
- Até outubro de 2019, foram cadastradas 128 novas usuárias no serviço.
- O perfil das usuárias é, na maioria, com vulnerabilidade social e dependência financeira dos parceiros.
- Predomina a violência psicológica, seguida da física;
- 59% das mulheres romperam o ciclo da violência

Atendimento
- Funciona como porta de entrada especializada para inclusão da mulher em situação de violência na rede de atenção. Atua de forma integral, em parceria com serviços de saúde, assistência social, segurança pública, educação, seguridade social, Judiciário, Ministério Publico, Delegacias Especializadas da Mulher, Movimento de Mulheres e organizações da sociedade civil.
- Faz atendimento psicológico, social e jurídico.
- Acolhe, apoia e acompanha mulheres em situação de violência de gênero.
- Informa às mulheres e população, em geral, sobre as formas de atendimento e os direitos, principalmente os garantidos na Lei Maria da Penha.
- Atua para que os crimes contra mulheres sejam investigados, processados e punidos a partir da Lei do Feminicídio.
- Promove atividades de prevenção, qualificação profissional em municípios da região com intuito de identificar casos de violência doméstica e sexual e mobilizar as redes de atendimentos locais.
- Realiza oficinas, rodas de diálogos e palestras de prevenção sobre violência doméstica em escolas, universidades, equipamentos comunitários, associações, sindicatos, Creas, Cras e serviços de saúde.

Para saber mais:

Exposição Mulheres Fazendo Artes

Terça-feira – 10 de dezembro
Horário: das 8h às 19h
Local: Centro Artístico Cultural da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

Centro Estadual de Referência da Mulher Fátima Lopes
Rua Pedro I, 558, Bairro São José, Campina Grande.
Fone: (83) 3342-9129/98826-8834
Aberto de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 17h