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Estudantes da Rede Estadual de Ensino aprendem sustentabilidade com a produção de produtos de limpeza
Detergente, desinfetante, água sanitária, amaciante, sabão e sabonete ecológico são produtos feitos por alunos e professores da Rede Estadual de Ensino com materiais recicláveis. Aprender de forma prática a preservação ambiental é uma oportunidade trazida pela proposta das Escolas Cidadãs Integrais da Paraíba através de disciplinas novas, como a eletiva Prática Experimental com a produção de produtos de limpeza.
A iniciativa da atividade realizada em laboratório buscou contribuir para a preservação do meio ambiente. São exemplos de ações sustentáveis a Escola Cidadã Integral Papa Paulo VI, Escola Cidadã Integral Horácio de Almeida, ambas em João Pessoa, Escola Cidadã Integral Enéas de Carvalho, em Santa Rita, Escola Cidadã Integral Adilina de Souza, no Vale do Piancó, Escola Cidadã Integral Melquiades Vilar, em Taperoá e a Escola Cidadã Integral José Guedes Cavalcante, em Cabedelo.
Na Escola Cidadã Integral Papa Paulo VI, os alunos produzem desinfetante, perfume, amaciante, água sanitária, detergente, sabão e sabonete ecológico sob supervisão dos professores. A iniciativa da produção no laboratório surgiu com os professores da área de Ciências da Natureza, com o objetivo de ensinar como trabalhar com produtos biodegradáveis. O projeto se desenvolveu devido às práticas experimentais que as Escolas Cidadãs oferecem com professores de Biologia, Química e Matemática, sendo realizada com os alunos do 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio.
O professor de Química da Escola Papa Paulo VI, Orlando Paz Cardozo, desenvolveu com os alunos do 1º ano o projeto: ‘Sabão ecológico com efeito multiplicador na escola e comunidade’, o qual foi inscrito no Prêmio Respostas para o Amanhã, realizado pela Sansung. O projeto ficou entre as 25 escolas do Nordeste selecionadas como projeto eficaz. A escola foi contemplada com certificado de participação no Prêmio e vai ganhar um notebook. Além do sabão foi feito também o sabonete ecológico.
Fortalecendo laços e pedagogias – As aulas fortaleceram as atividades pedagógicas. “É muito bom ver os alunos empolgados, eles aprenderam a fazer sabão, sabonete, detergentes de forma sustentável, trazendo economia para a escola e para dentro da casa de cada um deles”, disse o professor. Os produtos são distribuídos para os pais dos alunos para que vejam o resultado das aulas e o que os alunos têm produzido.
O coordenador da área de Ciências da Natureza Adriano Monteiro, disse que o sucesso das produções proporcionou descobertas de talentos e que há uma troca de ideias entre alunos e professores. “A experiência está sendo fascinante, porque nas escolas regulares tínhamos pouco espaço, mas a Escola Cidadã Integral dá a oportunidade para nós como profissionais de desenvolver essa prática, essa habilidade, e de ganhar também conhecimento com o aluno”, falou.
Joanderson de Souza é aluno do 3º ano do Ensino Médio. Ele percebeu que essas aulas trouxeram perspectiva melhor de vida. “Quando a gente começa a trabalhar na produção, passamos a ter uma visão melhor do que está sendo usado e o que fazer com isso, trazendo uma oportunidade de empreender por meio de produtos que a gente faz”, relatou.
Experiências químicas – Para a produção do sabão e do sabonete, é reaproveitado o óleo de cozinha usado em fritura recolhido pelos alunos nos restaurantes próximos da escola. No laboratório os alunos conhecem os reagentes químicos e como eles se transformam em sabão, detergente, e em outros produtos. Essas aulas explicam cada reagente trazendo a melhor compreensão dos alunos nas disciplinas de Química e Biologia. Os professores de Matemática aproveitam a aula no laboratório para explicação de cálculos, divisões e multiplicação dos reagentes.
As experiências químicas realizadas em laboratório acontecem duas vezes na semana. Antes das produções é feita uma aula mostrando os produtos e reagentes químico que vão ser administrados, em seguida os alunos preenchem um relatório para saber se compreenderam o assunto que vai ser colocado em prática, e recebem coletes e máscaras para as aulas.
Para o aluno Renan Melo do 3º ano, essa prática facilita a aprendizagem. “Acho muito interessante a dedicação dos professores em nos oferecer um ensino de qualidade, essas experiências ajudam até em casa”, contou.
No mês de outubro a escola vai realizar uma Mostra Cultural aberta para a comunidade, onde serão distribuídos os produtos produzido em laboratório.
Escola Cidadã Integral Horácio de Almeida – Do óleo ao sabão
O sabão vegetal é o projeto desenvolvido nas aulas de Química e Biologia na Escola Cidadã Integral Horácio de Almeida, em João Pessoa. Os alunos produzem sabão reaproveitando óleo de cozinha usado em frituras, que iria ser jogado no lixo. Os estudantes são incentivados a armazenar o óleo em garrafas pets. Após a coleta, levam o material para a escola, onde é feita a produção.
O projeto foi desenvolvido a partir de aulas teóricas, trabalhando as questões ambientais e de reciclagem. As produções são feitas com os alunos do 8º e 9º ano, sob supervisão dos professores. No laboratório os alunos utilizam materiais de proteção como: luvas, óculos e máscaras.
Com a inclusão do horário integral na escola, os professores vão estender as aulas práticas de Biologia e Química para os alunos do Fundamental I e Médio. O projeto de produção visa trabalhar de forma interdisciplinar para que haja uma contextualização das experiências vividas pelos alunos, com o intuito de trabalhar a sustentabilidade, reações químicas, unidades e medidas e a compreensão dos 5 ‘erres’: repensar; recusar; reduzir; reutilizar e reciclar.
O sabão produzido é para o uso da escola, e os alunos também podem levar para casa.
Escola Cidadã Integral Adilina de Souza – Praticando os três erres da sustentabilidade
Na Escola Cidadã Integral Adilina de Souza, em Diamante, Região Metropolitana do Vale de Piancó, o projeto surgiu de uma eletiva que envolveu os alunos do 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio. Foram realizadas ações práticas com o objetivo de favorecer o movimento sustentável com produção de sabão e detergente caseiro no ensino de química. O objetivo do projeto era apenas produzir sabão e detergente, mas os alunos foram além e produziram sabonete líquido e em barra.
Para envolver os alunos a escola realizou um diálogo focando a importância da sustentabilidade. O primeiro passo foi o envolvimento da comunidade ressaltando a importância do projeto. Em seguida foram entregues potes de vidro com capacidade para um litro em pontos estratégicos da cidade (restaurantes, churrascarias e lanchonetes) para guardar o óleo. Quinze dias depois grupos de alunos se dirigiram para arrecadar o material.
Com essa ação as pessoas próximas da escola ficaram consciente do descarte correto do óleo e como reutilizá-lo, promovendo a prática dos três ‘erres’: reutilizar, reduzir e reciclar. A escola procura incentivar maior números dos usuários do sabão visando minimizar o desperdício de materiais e produtos. Adotando estas práticas é possível diminuir o custo de vida reduzindo gastos, além de favorecer o desenvolvimento sustentável.
Escola Cidadã Integral Enéas de Carvalho – Quem suja, limpa
A Escola Cidadã Integral Enéas de Carvalho, também reaproveita o óleo de cozinha. O professor juntamente com os alunos da eletiva recolheram óleo de cozinha da comunidade e de restaurantes próximo da escola com o objetivo de evitar a poluição do meio ambiente e o descarte incorreto.
O intuito de fazer essa experiência é mostrar na forma prática os tipos de óleos, as formas de sabão produzido no mercado e que através do óleo usado pode ser produzido o mesmo sabão que é vendido no comércio, visando o empreendedorismo.
A atividade prática realizada pelo professor de Química Diego Bruno Paiva Dias junto com os alunos do Ensino Médio, permitiu mostrar a contextualização da Química e o seu papel no desenvolvimento tecnológico da sociedade, promovendo a comunidade ao redor da escola a conscientização sobre a poluição causada que poderia ser evitada produzindo sabão com óleo já utilizado em frituras nas cozinhas da localidade. O sabão é distribuído para os alunos.
Os estudantes se envolveram mais em atividades promovida pela escola, levando essa experiência para a família. Depois da eletiva eles procuraram o professor para pedir as receitas e fazerem em casa com mais segurança. No rosto de cada aluno foi possível ver a expressão de contentamento e dever cumprido na apresentação final dos produtos.
Os estudantes estão mais conscientes no quanto a química está presente na vida do ser humano, o projeto ‘O que suja é o mesmo que limpa’ mostrou que eles podem fazer a diferença para um meio ambiente e ter uma vida melhor.