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Equipe multiprofissional recebe capacitação no Hospital Metropolitano
Integrantes da equipe multiprofissional participaram, nesta sexta-feira (19), de capacitações realizadas no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires. As ações tiveram como objetivo orientar sobre protocolos de diagnóstico de morte encefálica, bem como sensibilizar a equipe sobre o atendimento à família e ao paciente nos cuidados paliativos.
A equipe de médicos intensivistas e de urgência foi capacitada sobre os procedimentos técnicos para o diagnóstico correto da morte encefálica, além da orientação sobre doação de órgãos, caso seja possível. Além disso, houve uma explicação sobre como deve ser preenchida a documentação em relação ao diagnóstico e encaminhamento.
O médico integrante da Central de Transplantes do Hospital Metropolitano, Dr. Gustavo Patriota, explicou que a capacitação torna o profissional apto a julgar as respostas fisiológicas do paciente a um coma e realizar o diagnóstico de morte encefálica, conforme os protocolos.
“Assim, o médico poderá julgar a irreversibilidade dos casos, trazendo segurança nessa metodologia. Esse é um exame chancelado pelo Conselho Federal de Medicina. Com isso, os profissionais poderão ajudar não só no diagnóstico, mas também no encaminhamento de órgãos para transplante”, explanou Dr. Gustavo.
Em relação ao recebimento da notícia da morte encefálica, um dos médicos ministrantes da capacitação, dr. Igor Mendonça, explicou que muitas vezes, quando um paciente vem a óbito, o profissional se vê frustrado diante dos esforços realizados e sente dificuldades de comunicar isso para a família. Ele ensinou que é preciso superar essa dificuldade e tratar o familiar com empatia, oferecendo acompanhamento profissional e informando o diagnóstico corretamente.
“Ouvir é um processo passivo e fisiológico. Escutar exige mais, é um processo ativo de compreensão. É isso que precisamos fazer”, disse Dr. Igor Mendonça, que é integrante da Sociedade Paraibana de Medicina Intensivista e já participou de diversas centrais de transplante em hospitais públicos e particulares do Estado.
Equipe assistencial – Outro momento de capacitação envolveu diversos integrantes da equipe assistencial na sensibilização em relação ao atendimento ao paciente e familiares no contexto dos cuidados paliativos. A atividade foi conduzida pela psicóloga Indaya Machado, que possui formação em estudos tanatológicos para acompanhamento a pessoas enlutadas, além de ser integrante da Comissão de Cuidados Paliativos do Hospital Universitário da Paraíba.
A equipe assistencial compartilhou experiências de práticas de humanização hospitalar, como o acompanhamento do paciente até a Unidade de Recuperação Pré e Pós-Anestésica e a aplicação de anestesia apenas na sala cirúrgica, evitando que o familiar seja exposto a esse momento.
Indaya ressaltou a importância do diálogo e do bom relacionamento entre os integrantes da equipe multidisciplinar, proporcionando não apenas a execução técnica dos procedimentos, como também a disseminação de vivências. “Nós vivemos em um mundo de polaridades, dia e noite, branco e preto… nosso desafio é encontrar o caminho do meio, o caminho do equilíbrio. Estamos sempre trabalhando, mas temos que respeitar nossos limites. Para cuidar da saúde do outro precisamos estar em harmonia com nós mesmos”, ressaltou.