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Empaer e Embrapa vão atuar na orientação do cultivo de algodão agroecológico na Agrovila Águas de Acauã

publicado: 15/08/2024 15h15, última modificação: 15/08/2024 15h18
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A Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer) e a Embrapa Algodão vão trabalhar em parceria no apoio ao projeto Algodão Agroecológico consorciado junto às famílias agricultoras do projeto Agrovila Águas de Acauã, localizado em Itatuba, no Vale do Paraíba. Os acertos para esse trabalho conjunto dos pesquisadores e extensionistas rurais aconteceram nessa terça-feira (13), durante visita ao algodoal.

Acompanhado do gerente regional da Empaer em Itabaiana, Paulo Emílio de Souza, e do representante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Osvaldo Bernardo, o pesquisador Felipe Guimarães conheceu a plantação de algodão na Agrovila, ficando impressionado com o nível de conscientização dos agricultores quanto ao sistema de produção, que apresenta resultados positivos.

Segundo Paulo Emílio, a Agrovila Águas de Acauã destaca-se como um exemplo de sucesso em desenvolvimento sustentável e convivência com o semiárido. Por meio da prioridade dada pelo Governo da Paraíba à assistência técnica e extensão rural, as famílias reassentadas têm transformado suas práticas agrícolas, focando na produção agroecológica e na geração de renda.

Uma das tecnologias de convivência com o semiárido implementada no reassentamento foi a construção de barragens subterrâneas. As estruturas garantem a captação e armazenamento de água no subsolo, que podem ser utilizadas durante os períodos de seca prolongada. As barragens podem permitir a irrigação constante dos cultivos, assegurando colheitas mais seguras e abundantes, mesmo em épocas de escassez de chuva.

Além das barragens subterrâneas, o Governo da Paraíba, tem investido fortemente na infraestrutura do reassentamento. Mais de R$ 14 milhões foram destinados à aquisição do imóvel, saneamento básico, infraestrutura de moradia e bem-estar das famílias. Com a construção da barragem subterrânea, a água captada das chuvas fica armazenada no subsolo para a irrigação de culturas perenes, como forrageiras e frutíferas, além de garantir a produção de culturas anuais, mesmo com a frequência irregular das chuvas.

“Esse investimento é parte de uma estratégia mais ampla que envolve a atuação conjunta de diversas secretarias e órgãos estaduais, em uma ação social histórica, que busca promover a sustentabilidade, a segurança alimentar e a dignidade para as famílias reassentadas”, comentou.

A assistência técnica oferecida pela Empaer tem sido vital para capacitar os agricultores, ensinando técnicas de cultivos sustentáveis e de baixo impacto ambiental. A produção agroecológica, incentivada pela assistência técnica, permite que as famílias não apenas melhorem a qualidade dos alimentos produzidos, mas também acessem mercados que valorizam produtos orgânicos, aumentando assim sua renda.

Paulo Emílio ressaltou que o impacto dessas ações vai além do âmbito econômico, pois a qualidade de vida no reassentamento melhorou significativamente, com as famílias agora podendo contar com infraestrutura adequada, água de qualidade e um ambiente mais saudável para viver.

O técnico também lembrou que a combinação de tecnologias sociais inovadoras, como as barragens subterrâneas, com políticas públicas de suporte à agricultura familiar, mostra que é possível transformar realidades, promovendo o desenvolvimento sustentável em regiões historicamente marcadas por grandes desafios.

No Projeto Agrovila Águas de Acauã estão assentadas 100 famílias, em uma área de 150 hectares, sendo que mais de 16 hectares foram utilizados para o uso coletivo dos assentados e da cooperativa com o cultivo de algodão, milho e feijão em forma de sequeiro, e outras culturas destinadas ao consumo das famílias, tudo de forma orgânica. Ao final da colheita de toda a produção, a renda é repartida igualmente entre todos.

O Projeto Agrovila Águas de Acauã começou a ser concretizado pelo Governo da Paraíba em 2020 com o decreto que tornou de utilidade pública para fins de desapropriação cerca de 330 hectares (cinco imóveis rurais), publicado no Diário Oficial do dia 10 de setembro daquele ano. As famílias atendidas foram desalojadas pela barragem Acauã, que atingiu seis comunidades rurais: Pedro Velho, Riachão, Cajá, Costa e Melancia, todas no município de Itatuba.