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Dezembro Vermelho começa com testes rápidos de HIV/Aids, sífilis e hepatites em Mangabeira

publicado: 01/12/2022 16h16, última modificação: 01/12/2022 16h17
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A assistente administrativa Taísa Gouveia, de 32 anos, mora em Mangabeira e viu nos veículos de imprensa que nesta quinta-feira (01) pela manhã a Secretaria de Estado da Saúde (SES) ofereceria teste rápido de HIV, Sífilis e Hepatites, no Restaurante Popular, naquele bairro, na capital. Foi para o local logo cedo, fez os exames e ainda verificou a pressão e a glicemia.

“Depois que uma amiga teve um aborto porque tinha sífilis, embora não apresentasse nenhum sintoma, fiquei com medo e passei a fazer exames todo ano. E, mesmo usando preservativo, acho importante ter esse cuidado com a saúde”, disse.

Segundo a chefe do Núcleo de IST/Aids da SES, Joanna Ramalho, a sífilis, além de causar aborto e nascimento de bebês mortos, ainda provoca problemas cardiológicos, neurológicos, ósseos, oftalmológicos e manchas na pele. “Numa ação como essa, se o teste der positivo, a pessoa é encaminhada para o CTA de João Pessoa, para exames complementares e, a partir daí, iniciar o tratamento com Benzetacil”, explicou.

Seu José Inaldo, 63, que todo dia chega logo cedo para almoçar no Restaurante Popular, nesta quinta, aproveitou para cuidar da saúde. Fez todos os testes. “Achei ótimo. Além de comer quase de graça (R$ 1,00), ainda fazer exames e saber como está a nossa saúde, é muito bom. Hoje completo 41 anos de casado e, mesmo sendo fiel a minha esposa, é importante fazer os exames e também ficar sabendo mais informações dessas doenças”, falou.

A gerente operacional de Condições Crônicas e IST, Ivoneide Lucena, observou que esse ano o perfil das pessoas atendidas durante o Dezembro Vermelho, está diferenciado. “São mais homens heterossexuais, casados ou solteiros, idosos, que, geralmente, não procuram serviços de saúde. Daí a importância da SES vir até eles ofertando o acesso a testes que, se derem positivo, já começam a fazer o tratamento”, pontuou.

A ação foi feita em parceria com o Complexo Hospitalar Clementino Fraga. O diretor geral da unidade, Fernando Chagas, infectologista, alertou para um dado preocupante. “No Brasil, a estimativa é que existam de 200 a 250 mil pessoas com HIV que não sabem que têm o vírus e, com isso, há o risco de transmissão. Fazendo os testes e iniciando o tratamento, o vírus é zerado e o ciclo de transmissão é quebrado”, explicou.

O gerente do Ambulatório TT – para Travestis e Transexuais, do Clementino, Sérgio Araújo, reforça que o resultado precoce é muito importante para começar a ter apoio e a medicação. “Hoje, iniciamos na fila do restaurante com a distribuição de camisinhas masculinas e femininas e ficamos impressionados como a boa aceitação do preservativo feminino. Mas, independente da preferência, o que importa é se proteger. A prevenção é a mesma”, concluiu.

Programação

De acordo com a programação do Dezembro Vermelho, no próximo domingo (04), pela manhã, terá oferta dos testes rápidos, conversas e distribuição de preservativos, no Busto de Tamandaré, na praia do Cabo Branco. No mesmo local, tarde e noite, terá a mesma ação na Parada LGBTQIAP + de João Pessoa.

No dia 09 (sexta-feira), pela manhã, terá testagem rápida na Igreja Evangélica (Assembléia de Deus), no Bairro dos Novais, na Avenida José Bonifácio, nº 672.

No dia 13 (terça-feira), pela manhã, terá o Seminário Integrado de Condições Crônicas da Paraíba, no Espaço Cultural, para técnicos das Gerências Regionais de Saúde, Atenção Primária e Vigilância dos 41 municípios prioritários.