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Crochê Terapia: Maternidade de Patos realiza projeto para mães com filhos internos
Um novelo, uma agulha e criatividade podem mudar o astral de uma pessoa e se tornar um passatempo que tem um poder terapêutico muito grande. Foi partindo dessa premissa e buscando formas de ampliar a humanização e acolhimento às mães que acompanham a recuperação de seus filhos internos na UTI NEO ou no alojamento Mãe-Canguru, que a Maternidade Dr. Peregrino Filho, de Patos, começou nesta quinta-feira (7) o projeto ‘Crochê Terapia’. Com a ajuda de uma professora voluntária, as mães que acompanham seus recém-nascidos sob cuidados especiais na unidade têm agora a oportunidade de aprender crochê. As aulas acontecerão todas as quintas-feiras, das 10h às 11h. Entre uma aula e outra, as mães vão colocar em prática o que aprenderam na oficina de trabalhos manuais.
O diretor geral da maternidade, Dr. Umberto Marinho Júnior, reforça que p objetivo do projeto é possibilitar que as mães se distraiam e amenizem o estresse durante sua permanência na Maternidade. “Com essa iniciativa, buscamos acolher essas mães, que passam boa parte do tempo ociosas, convivendo com a expectativa de evolução do quadro de seus filhos, com algo que lhes desse prazer e as distraísse, aí surgiu essa ideia de implantar uma oficina de crochê, que vai funcionar como uma terapia alternativa de combate ao estresse”, destaca o médico, lembrando que a Maternidade comprou todo o material necessário para a realização das oficinas e que as peças produzidas pelas mães pertencem a elas, que têm ainda a liberdade de escolher quais peças querem produzir.
A professora voluntária e dona de casa, Oberlândia Avelino, moradora do bairro Brasília, em Patos, já vivenciou a experiência de necessitar permanecer “internada” acompanhando um filho que precisou de cuidados especiais ao nascer. “Foram 30 dias de muita angústia, expectativa, estresse cotidiano, de muito sofrimento e de quase nada para fazer, para preencher o tempo quando eu não estava retirando o leite para amamentação ou mesmo visitando meu filho na UTI. Ai quando soube da ideia da Maternidade em promover essa ação, não pensei duas vezes em aceitar o desafio e assumir o compromisso de dar minha colaboração para que essas mães possam amenizar sua angústia com algo que é tão prazeroso de fazer”, afirma Oberlândia, que vivenciou essa situação em 2015, durante 30 dias, fruto de uma gravidez gemelar e de um parto complicado.
Antes da primeira aula desta quinta-feira, Dr. Umberto se reuniu com as pacientes, no auditório do Banco de Leite, onde serão realizadas as aulas, e explicou a concepção do projeto. Em seguida, Oberlândia falou sobre a arte de fazer crochê, sobre os diferentes pontos e em pouco tempo as mães já estavam produzindo as primeiras correntinhas. “O crochê exige concentração para contagem dos pontos, ao mesmo tempo em que propicia um descanso da mente, além de dar uma sensação prazerosa a quem o pratica”, explicou ela, sugerindo que ao longo da semana, as mães busquem treinar e se aprofundar na produção dos pontos.
Para a motorista Sayonara Medeiros, moradora do bairro Belo Horizonte, de Patos, que está na Maternidade acompanhando seu filho Sávio, que está internado na UTI Neo desde a data de seu nascimento, no dia 28 de outubro, o projeto chegou num momento muito oportuno. “Achei super interessante e adorei a iniciativa. A situação por que passamos é angustiante e essa atividade me ajudou a tirar o foco e me distraiu muito, tanto que num instante a aula aconteceu. Mesmo com as idas a UTI, o tempo demora a passar quando vivenciamos uma situação como essa e o crochê, não só no momento das aulas, mas durante todo o tempo vai nos propiciar essa distração”, disse ela, que sempre admirou quem faz crochê, mas nunca tinha parado para aprender como se faz. “Chegou o momento e até a próxima aula eu vou treinar bastante”, finalizou Sayonara.