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Colaboradores do Hospital de Trauma realizam abraço simbólico pelo fim da violência contra a mulher

publicado: 07/03/2018 00h00, última modificação: 05/06/2019 14h08

“O meu ex-companheiro não aceitava o fim do relacionamento, então, em mais uma briga, ele me deu socos e pontapés. Essa não foi a primeira vez que apanhei dele”. O relato é de D. N.M, 32 anos, paciente interna no Hospital de Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, vítima de agressão física, no inicio do mês de março. Visando chamar atenção sobre a violência contra a mulher, os colaboradores da instituição realizam nesta quinta-feira (8), às 8h, no heliponto da unidade de saúde, um abraço simbólico, em prol das vítimas que já sofreram ou sofrem algum tipo de abuso.

Na ocasião, os funcionários estarão vestidos de branco e preto para simbolizar a paz e o luto pelas mortes dessas mulheres em 2017, e soltarão balões brancos pedindo paz e menos intolerância. Ainda durante todo o dia, serão distribuídas rosas artesanais, que foram confeccionadas pelo Grupo de Trabalho Humanizado – GTH, para as funcionárias, acompanhantes e pacientes do complexo hospitalar.

Para a presidente do Grupo de Atenção a Pessoa Vítima de Violência, do hospital, Neuma Ribeiro, a notificação das agressões são delicadas e os profissionais de saúde têm que ser perspicazes para identificar a violência. “É comum escutarmos de mulheres que chegam na unidade hospitalar oriundas de quedas, por exemplo, negarem que foram os companheiros, filhos, ou mesmo netos os causadores do acidente. Essa reação deve-se ao medo e à vergonha dessas mulheres tão machucadas, fisicamente quanto psicologicamente, por estes que elas acreditavam que iriam lhe dar proteção. Mas depois de muitas conversas elas acabam confessando o ocorrido e daí as encaminhamos aos serviços de assistência à mulher para serem acompanhadas”, explicou.

O Hospital de Trauma é referência no Estado no atendimento às vítimas de violência, atualmente, conta com os serviços de uma equipe formada por multiprofissionais que atua no Grupo de Atenção a Pessoa Vítima de Violência. A unidade de saúde atendeu nestes dois primeiros meses do ano 505 mulheres. Das ocorrências destacam-se os traumas (373), pancadas (132), agressões físicas (55), arma de fogo (13), arma branca (10), abuso sexual (2) entre outras.