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Cendac realiza seminário sobre a Lei Maria da Penha e mecanismos de combate à violência contra a mulher

publicado: 26/04/2019 17h03, última modificação: 29/04/2019 12h22
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O Centro de Apoio à Criança e ao Adolescente (Cendac) promoveu, na manhã desta sexta-feira (26), em seu auditório, um seminário de capacitação em gênero para professores, diretores e equipe multidisciplinar de 28 escolas estaduais da Paraíba. O evento faz parte do projeto “Ampliando o diálogo sobre violência de gênero nas escolas da Paraíba”, em parceria com a Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, e tem como objetivo ampliar e aprofundar o conhecimento dos educadores acerca da violência contra a mulher e suas diversas formas de manifestação, além de aprofundar a compreensão da Lei Maria da Penha, com uma educação voltada para os direitos humanos. No dia 7 de maio, será realizado o lançamento oficial do projeto.

“O projeto tem o propósito de valorizar o saber e a experiência de alunos e professores centrados na sua vivência pessoal e na realidade da escola e da comunidade, estimular o senso crítico sobre a temática e desenvolver ações que levem à sensibilização sobre o problema, muitas vezes, vivido pelas próprias personagens em casa ou na escola”, afirmou a presidente do Cendac, Valquíria Alencar.
        
O projeto, que já está em sua segunda edição, vai levar às escolas da região metropolitana de João Pessoa, e dos municípios de Pombal, Patos, Sobrado, Sapé e Campina Grande, palestras, oficinas e rodas de diálogo em que serão debatidos temas como gênero, racismo, cultura de paz, sexualidade e gravidez na adolescência, violência contra a mulher e representação feminina na política e na mídia. “Através destes debates, queremos contribuir para a mudança de mentalidade e comportamento na comunidade escolar, na família e na sociedade em relação à violência de gênero, e a escola é um espaço ideal para conseguirmos alcançar nossos objetivos, pois é fundamental estabelecermos novos olhares para uma cultura de respeito à diversidade”, ressaltou Valquíria.

A gerente regional de Educação da 1ª região, Wleika Aragão Quirino, participou da capacitação e reafirmou o compromisso do Governo da Paraíba com a promoção em educação para os direitos humanos. “Esta é uma parceria que temos com o Cendac desde 2017, primeiro ano em que o projeto foi realizado, e devido a sua importância e os resultados obtidos, compreendemos que é fundamental a sua continuidade, pois é na escola que tudo começa, a partir do ensino infantil. Se começarmos a educar nossas crianças para o respeito, a cidadania, a igualdade, a diversidade, teremos adultos conscientes de seu papel na sociedade e poderemos construí-la de maneira mais justa”, afirmou.
    
Entre as escolas contempladas pelo projeto estão a Escola Estadual João Goulart, localizada no bairro do Castelo Branco, em João Pessoa, e a Severina Ramos de Oliveira, na cidade de Sobrado. Para a professora da disciplina de Português da João Goulart, Kátia Matias, atividades como estas são fundamentais para o desenvolvimento emocional e educacional dos alunos da rede estadual de ensino. “É super importante nos reunirmos e vermos de que forma podemos ajudar para superar os casos de violência contra a mulher, e a escola exerce um papel fundamental nesta questão”, disse.

O professor das disciplinas de História e Geografia, João Batista Barbosa, da cidade de Sobrado, já vem debatendo com seus alunos em sala de aula sobre as temáticas que serão abordadas pelo projeto. “Este projeto que o Cendac vai realizar este ano, e que nossa escola foi escolhida para participar, só vem contribuir com o trabalho que estamos desenvolvendo lá em Sobrado. É a oportunidade para a escola crescer em políticas sociais de igualdade e direitos humanos. Temos um desafio, mas uma grande oportunidade para mudarmos o atual quadro de violência que estamos vendo em nossa sociedade em relação às mulheres”, enfatizou o professor.

Os professores e diretores das escolas estaduais puderam compreender melhor a aplicação da Lei Maria da Penha e de que maneira eles podem contribuir no combate à violência contra a mulher, se algum caso chegue até a sua escola. As informações foram repassadas pela gerente operacional de enfrentamento à violência contra a mulher da Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana, Joyce Borges. Ela falou sobre os tipos de violência que mais acometem as mulheres e qual a legislação elas podem recorrer para se proteger.

“Para podermos acabar com a violência contra a mulher é preciso mudarmos a mentalidade machista que diz ainda que a mulher é propriedade do homem com quem ela está. Este é um trabalho de longo e médio prazo e a prevenção a esta violência começa nas escolas, através da educação que vamos mudar esta cultura machista”, enfatizou.