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Calçados para Liberdade: Governo inaugura fábrica em penitenciária

publicado: 02/11/2019 18h54, última modificação: 02/11/2019 18h54
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O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Administração Penitenciária, inaugurou, nessa quinta-feira (31), a fábrica de sandálias “Calçados para Liberdade” na Penitenciária Desembargador Silvio Porto. Trata-se de mais um projeto de ressocialização, que conta com a parceria do Conselho da Comunidade (Anabe), Associação do Banco do Brasil e Instituto Viva Cidadania.

Foram investidos no projeto da fábrica de sandálias mais de R$ 30 mil na aquisição de seis maquinários com capacidade de produção para 1.200 pares de sandálias por dia. Inicialmente farão parte da produção três reeducandos que foram capacitados, mas a expectativa é aumentar este número de reeducandos trabalhando na fábrica com o crescimento da demanda. As sandálias confeccionadas a princípio serão de borracha, mas com perspectiva de ampliar a confecção para outros tipos de calçados.

A abertura do evento de inauguração da fábrica de sandálias contou com a participação do coral de reeducandos da Penitenciária Silvio Porto, Voz da Paraíba, que cantou o Hino da Paraíba e a música Disparada, do cantor e compositor paraibano Geraldo Vandré.

O secretário da Seap, Sérgio Fonseca, ressaltou na ocasião a importância fundamental das parcerias nestes projetos de ressocialização. “A ressocialização tem sido alvo da gestão e investir e acreditar no ser humano é dever não só das instituições, mas da sociedade.  A ressocialização é um dos caminhos possíveis de se acreditar”, comentou ao destacar o excelente material humano que a Secretaria tem hoje no quadro de agentes penitenciários, cujo empenho faz a diferença nos avanços da ressocialização dos apenados. 

Sérgio Fonseca ressaltou ainda que este projeto da fábrica integrado ao Conselho da Comunidade, dentre outros parceiros, tem o objetivo de gerar oportunidades e uma nova expectativa de vida às pessoas que quando chegam no sistema penitenciário têm o seu direito de liberdade cerceado, “mas os demais direitos são preservados e dentro desta lógica, a Secretaria tem investido na gerência de ressocialização com a meta de trazer para estas pessoas uma nova perspectiva de vida  fora do cárcere, após cumprirem suas penas. Os reeducandos também terão sua pena remida em um dia para três dias trabalhados no projeto”.

O secretário executivo da Administração Penitenciária, João Paulo, falou que a fábrica de sandálias foi muito bem-vinda, agradeceu as parcerias por ajudar nessas metas e lembrou que a fábrica será um segmento importante no processo de reinserção social dos reeducandos, uma vez que “o trabalho traz dignidade ao ser humano”. Ele ainda enfatizou o papel da administração penitenciária em promover a reintegração do indivíduo à sociedade.

Novos Projetos - A gerente de Ressocialização, Ziza Maia, falou da importância de se investir na qualificação profissional dos reeducandos, acrescentando que este projeto da fábrica de sandálias amplia o quadro de projetos da ressocialização, juntamente com as parcerias. 

Ziza adiantou que também está sendo instalada uma fábrica de corte e costura industrial no sistema prisional, que vai fazer com que o sistema comece a ser autossuficiente com relação a sua própria produção e manutenção dos fardamentos dos apenados. “Com essa fábrica de corte e costura instalada no sistema e mais a confecção das sandálias, teremos aí o kit fardamento, confeccionado totalmente no sistema penitenciário, nos tornando não só autossuficientes, mas levando a uma economia de compra de aquisição de produtos. A meta é não só suprir as nossas necessidades, mas poder também comercializar estes produtos e reverter a renda não só para investir nas unidades já contempladas com projetos de ressocialização, mas como poder investir na realização de novos projetos dentro de unidades hoje não contempladas”, comentou.

Sergio Flores, presidente do Conselho da Comunidade, disse que a fábrica de sandálias é a realização de um sonho antigo. “É importante o espaço que ações como esta proporciona àqueles que estão cativos de liberdade, poder fazer algo construtivo, desenvolver uma função, sair da ociosidade e abrir a mente para algo novo”, pontuou.

A coordenadora estadual de Educação dentro das unidades prisionais, Liana de Aquino, lembrou a necessidade fundamental da parceria do Eixo Educação, juntamente com a Ciência e Tecnologia e com a Seap dentro do Eixo Ressocialização. “Tendo essas parcerias  de integração com a meta de inserir os reeducandos no mercado de trabalho, sem dúvida será uma porta aberta para eles, além do incentivo ao empreendedorismo fora das unidades prisionais”, disse.

O evento ainda contou com as presenças do  desembargador Romero Marcelo; do Juiz da Vara de Execução Penal de João Pessoa, Carlos Neves;  da juíza auxiliar da Vara de Execução Penal de João Pessoa, Andréa Arcoverde; representantes da OAB e Defensoria Pública; juízes corregedores do Tribunal de justiça; do diretor da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, Reinaldo Fujimoto, do gerente da Gesipe, Ronaldo Porfírio;  diretores de outras unidades prisionais, como João Rosas, da Geraldo Beltrão; Cinthya Almeida, do Presídio Feminino Maria Júlia Maranhão, dentre outros.