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Artista Nadam Guerra expõe “A Virgem do Alto do Moura” na Galeria Archidy Picado
O artista visual Nadam Guerra abre, nesta quinta-feira (13), às 19h, a exposição “A Virgem do Alto do Moura”, em João Pessoa. A mostra é a última da agenda de ocupação da Galeria Archidy Picado, na Fundação Espaço Cultural, de 2018 e ficará à disposição do público até 18 de janeiro de 2019. O acesso é gratuito.
A exposição é resultado de um trabalho de pesquisa e criação do artista que discute a brasilidade, realidade e ficção a partir de sua obra. “A Virgem do Alto do Moura” é um projeto que gira em torno dessa nova lenda do Sertão. Conta com objetos de cerâmica, uma série de vídeos, painel educativo e performance. Nadam traz a ficção da Virgem do Alto do Moura para a Ponta do Seixas, onde estaria localizado um dos fabulosos portais de entrada para Atlântida.
A série, iniciada em 2014, foi Inspirada em uma cena de Mestre Vitalino. A lenda conta a saga da noiva de barro que é convocada por Antônio Conselheiro a salvar o mundo instaurando um império mundial de paz e amor. A estratégia da Virgem que, na história, será santificada, é se unir amorosamente, fazendo alianças com entidades chave da mitologia mundial na construção de uma nova era.
Fruto dessa viagem, ela dá a luz a 12 filhos que serão coroados em Atlântida (nova capital do Sertão) Imperadores e padroeiros do novo tempo. A história que é contada no livro os “12 Passos da Virgem do Alto do Moura” disponível para consulta no espaço expositivo é retratada fracionadamente nos vídeos, nos bonecos de barro dos 12 filhos, em relevos de cerâmica, como os encontros amorosos de nossa heroína, em vasos supostamente achados em escavações futuristas.
“Agora, em João Pessoa, acabamos de descobrir uma estação de entroncamento da via que liga o Parque das 7 Cidades no Piauí à Atlântida. Um grupo de jovens do bairro Portal do Sol encontrou na praia vestígios da passagem de Jaspom, filho da Virgem do Alto do Moura. São fragmentos de cerâmica que afirmam ter poderes mágicos. Montam um altar para adoração da peça. A descoberta está revolucionando a ciência pois é diferente de tudo já estudado na arqueologia nacional. Um núcleo extraordinário de pesquisa está sendo montado para estudar os fatos”, justifica o artista.
A exposição gira em torno desta ficção. Painéis educativos e vídeos da série realizados em Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro e também a aparição dos filhos da Virgem na França e Estados Unidos. Consta também uma instalação site specific que inclui esculturas produzidas por Nadam, objetos encontrados nas ruas e praias e o altar dedicado a Jaspom, bem como, um vídeo performance gravado nas ruas da cidade junto com artistas locais. Inventando as raízes profundas de Atlântida na Paraíba.
Nadam Guerra - O artista sempre esteve engajado em projetos multidisciplinares mirabolantes e em parcerias. Seu primeiro trabalho, em 2002, a Complexiótica, consistia em uma exposição que, na verdade, era um teatro no qual transformava poemas em fórmulas matemáticas. Depois resolveu fazer o Cinema Manual que era a projeção de imagens abstratas produzidas sempre ao vivo com luz e sombra.
Em 2003 cria com Domingos Guimarães o Grupo UM, lançando o Manifesto UM pelo fim das fronteiras entre artes e organizando esculturas imateriais, teatros abstratos, gravuras e chanchadas conceituais.
Nadam vem tentando há muitos anos em vídeos e performances ao vivo ser outra pessoa ou coisa. Em 2012, começa a assumir heterônimos como Juca Amélio, Aline Elias, Euclides Terra e Leo Liz. Esses personagens entram para o Grupo UM e juntos fazem a exposição Rupestre Contemporâneo, em 2013, comemorando 10 anos do grupo. Em 2014 canaliza a lenda de Nossa Senhora do Alto do Moura, onde uma boneca de barro lidera a grande virada para uma nova era pós-capitalista.
Estudou teatro, cinema e artes visuais e outras maneiras de dominar o mundo sem violência.
Serviço
Exposição “A Virgem do Alto do Moura”
Artista Nadam Guerra
Abertura: 13 de dezembro – 19h
Visitação: até 18 de janeiro de 2019
Local: Galeria de Arte Archidy Picado