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Alunos de mestrado conhecem trabalho do Iphaep sobre o Baixo Tambaú
Da sala de aula para o Iphaep. Alunos do mestrado em Comunicação e Cultura Midiática da UFPB vivenciaram uma experiência diferente, na manhã desta quarta-feira (22), na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba. Atendendo à iniciativa da professora Sandra Raquew Azevedo, da disciplina Comunicação e Teorias do Cotidiano, os alunos conheceram e debateram com os técnicos do Iphaep acerca do trabalho etnográfico realizado no Baixo Tambaú. Mais especificamente, os técnicos se detiveram na Rua Coração de Jesus, aonde se encontram pichações e grafites, que dão margem para um olhar histórico-cultural-arquitetônico de intervenção urbana à terceira cidade mais antiga do Brasil.
“Nossa provocação aos alunos, de construção/desconstrução do saber, começou com a exibição do filme “Visages, Village’, dos diretores Agnès Varda e JR, e da leitura do teórico da micro-história Agnès Heller, chegando, então à plaquete “Perfil Etnográfico do Baixo Tambaú”, um trabalho de campo desenvolvido e publicado pela equipe do Iphaep’, explica a professora Sandra Azevedo. “Resolvemos, então, conhecer ao vivo os detalhes dessa experiência, que nos traz questões do cotidiano e da visibilidade do espaço sentido do espaço público, do sujeito, das tensões e personagens que habitam ou visitam a área”.
A plaquete - A apresentação do trabalho esteve a cargo do arquiteto e historiador Gúbio Mariz, coordenador de Arquitetura do Iphaep. A partir de uma volta ao passado, ele percorreu os caminhos do referencial histórico e do desenvolvimento urbano de João Pessoa, destacando as mudanças ocorridas no final do século XIX e por todo o século XX e enfatizando a construção do Hotel Tambaú, na década de 1960, como o maior alavancador do chamado “desenvolvimento” e progresso da orla pessoense. “A arte de rua, os grafites e, principalmente as pichações, frequentes na área do Baixo Tambaú, são expressões e formas de registro daqueles menos abastados, que estão à margem e não fazem parte da elite”.
Segundo o antropólogo Carlos Azevedo, um dos autores da plaquete “Perfil Etnográfico do Baixo Tambaú”, o que interessa ao historiador do cotidiano é o olhar em direção àquilo ou a quem está invisível. “Nossa metodologia esteve centrada na ideia de Michel Agier, em seu livro “Antropologia da Cidade”, publicado em 2011, no qual o autor defende que o maior dos sentidos é apreender onde o invisível é mais forte que o visível”.