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‘Noite da Música Negra’ e Painel Funesc encerram Festival Pretitudes neste sábado

publicado: 19/11/2021 17h08, última modificação: 19/11/2021 17h08

Uma noite para render graças aos compositores e compositoras negros e negras da cena paraibana, com entrega de homenagens e música ao vivo. É a Noite da Música Negra, evento presencial que acontece neste sábado (20), a partir das 20h, no Teatro Paulo Pontes da Fundação Espaço Cultural da Paraíba, no bairro de Tambauzinho, em João Pessoa.  

No palco, as vozes de Pedro Índio Negro, Sandra Belê, Elon, Manu Lima, Filosofino, Caliandra Andrade, Vieira, Helayne Cristini, Lyvia Valéria, Nathalia Bellar, João Carlos Júnior, Totonho, Helton Souza, Laíz de Oyá, Toni Silva e Escurinho, encerrando a programação do festival ‘Pretitudes: : Arte, Cultura e Protagonismo Negro’ (iniciado na última terça-feira, dia 16).

Já a lista de compositores e compositoras que receberão homenagens conta com Cassiano (in memorian), Cátia de França, Chico César, Toni Silva, Escurinho, Paulo Ró, Pedro Osmar, Pinto do Acordeon (in memorian), Socorro Lira, Jackson do Pandeiro (in memorian), Zé Katimba, Totonho, Odete de Pilar, Escurinho e João Carlos Júnior. Os homenageados receberão troféus confeccionados pelo artista plástico Luiz Igbá. Artistas falecidos ou que residem fora da Paraíba serão representados por familiares. 

A entrada é gratuita, mas com limitação de lugares para espectadores (seguindo protocolos de segurança contra a Covid-19). A distribuição de ingressos foi feita nesta sexta-feira (19), na bilheteria do Paulo Pontes, das 9h às 12h de 13h às 16h.

Na hora da homenagem, a partir das 20h do sábado (20), é preciso apresentar o cartão de vacinação contra a Covid-19 com, pelo menos, 14 dias contados a partir da data da primeira dose. 

Homenageados

Escurinho é um artista multitudinário. Percussionista, cantor, compositor e ator. Com diversos CDs gravados (também um DVD), ele também atuou no cinema (longa-metragem ‘O nó do diabo’) e na premiada peça ‘Vau da Sarapalha’ (do grupo Piollin). Entre seus discos estão ‘Labacé’, ‘Malocage’, ‘O Princípio Básico’ e ‘Ciranda de Maluco’.  Ano que vem, Escurinho vai celebrar 60 anos de idade.  

O cantor e compositor Cassiano é reconhecido como grande nome do soul brasileiro. Nascido em Campina Grande, teve músicas gravadas por grandes nomes da MPB, como Tim Maia, Luiz Melodia, Marisa Monte e Ivete Sangalo. Entre seus sucessos estão ‘A lua e eu’ e ‘Coleção’. Cassiano faleceu em maio deste ano, aos 77 anos de idade.  

Socorro Lira, nascida em Brejo do Cruz, é uma cantora e compositora paraibana indicada e premiada no Prêmio da Música Brasileira. Também escritora e cineasta, Socorro Lira é radicada em São Paulo. Suas produções mais recentes são o CD ‘Chama’, o disco ‘Cantos à beira-mar’ e o CD-Livro ‘A língua que a gente fala’.

Pinto do Acordeon, forrozeiro nascido em Conceição, no Sertão da Paraíba, já teve composições gravadas por Elba Ramalho, Genival Lacerda, Dominguinhos, Fagner, Os 3 do Nordeste e Trio Nordestino. Pinto foi protagonista de um documentário francês e tocou até no Festival de Montreux. O artista faleceu em julho do ano passado.

Chico César é da cidade de Catolé do Rocha, no Sertão da Paraíba, e tem uma trajetória com grande influência do Jaguaribe Carne do Musiclube da Paraíba. Radicado em São Paulo desde os anos 1980, ele ganhou projeção ao lançar o disco ‘Aos vivos’, na década de 1990. Já teve composições gravadas por Lenine, Zeca Baleiro e Maria Bethânia. Seu trabalho mais recente é o disco ‘O amor é um ato revolucionário’. 

Toni Silva é compositor, instrumentista, produtor musical e professor de música há quase duas décadas. Ano passado, Toni lançou seu primeiro disco: ‘Coragem’. Esse trabalho é um apanhado de composições de Toni, cantadas em parceria com artistas da nova safra da música paraibana.  Formado em licenciatura em música pela UFPB, tem especialização em produção musical e mixagem. Como produtor e músico, já assinou projetos com Kevin Ndjana, Felipe Alcântara, Os Gonzagas, Nathalia Bellar etc.

Catarina Maria de França Carneiro – mais conhecida como Cátia de França – é autora de sucessos como ‘Kukukaya’, ‘Coito das Araras’ e ‘Ponta do Seixas’. Essa artista de 74 anos já teve canções gravadas por Xangai e Chico César. Em 2017, se apresentou no teatro Pedra do reino ao lado da Orquestra Sinfônica da Paraíba. Sua discografia conta com ‘Estilhaços’, ’20 palavras ao redor do sol’, ‘Avatar’ e ‘Hóspede da natureza’. 

Paulo Ró é um dos fundadores do grupo Jaguaribe Carne e do Musiclube da Paraíba. Além de cantor e compositor, é poeta e pesquisador do nosso folclore. Além do Jaguaribe Carne, integrou o grupo Etnia. Entre seus discos estão ‘Etnia’, ‘Jaguaribe Carne Instrumental’, ‘Jardim dos Animais’, ‘Vem no vento’, ‘Olhos de proa’, ‘Cantus Popularis’ e ‘Sob o sol’. 

Zé Katimba é nascido em Guarabira, no Brejo da Paraíba, mas radicado no Rio de Janeiro há muitos anos. Lá, ele ficou conhecido como compositor de samba-enredo do carnaval carioca. Suas composições foram gravadas por Martinho da Vila, Zeca Pagodinho, Demônios da Garoa, João Nogueira, Leci Brandão, Elza Soares, Jorge Aragão e até Julio Iglesias.  Na década de 1970, tornou-se personagem da novela ‘Bandeira 2’, escrita por Dias Gomes, na TV Globo. 

Odete de Pilar é uma referência nacional nos gêneros coco e ciranda. Ela nasceu em Pilar (PB) e cresceu em meio às manifestações culturais da região de Sapé. Aprendeu a cantar ainda criança, com seu pai, também coquista. Os primeiros registros digitais da voz de Odete e de seus versos, que por sua vez possuem a força poético-musical e especificidades de construção capazes de seduzir os seus ouvintes, datam de 1998. 

Jackson do Pandeiro, natural de Alagoa Grande, é conhecido como ‘rei do ritmo’. Grandes nomes da MPB, como Gilberto Gil e João Gilberto se dizem influenciados pelo paraibano. Com uma carreira cheia de sucessos como ‘Chiclete com banana’, ‘Cantiga do sapo’ e ‘Sebastiana’, esse paraibano já foi também estrela de diversos filmes nas décadas de 1950. Jackson faleceu em julho de 1982.

João Carlos Júnior foi o grande vencedor do IV Festival de Música da Paraíba, este ano, em João Pessoa. O cantor e compositor ficou em primeiro lugar e também conquistou a premiação de Melhor Intérprete. Além disso, ficou com o prêmio do Voto Popular. Evangélico, João Carlos destaca na letra de ‘Você viu’ um tom politizado de combate ao racismo.  

Pedro Osmar é cantor, compositor, artista visual, criador do Jaguaribe Carne e do Musiclube da Paraíba.  Já foi gravado por Elba Ramalho e Lenine.  Protagonista de produções audiovisuais como ‘Pra liberdade que se conquista’ (de Eduardo Consonni e Rodrigo T. Marques), Pedro é autor de canções como ‘Mote do navio’ e ‘Baile de máscaras’. 

Totonho é da cidade de Monteiro, no Cariri da Paraíba. Influenciado por cantadores, emboladores e repentistas, veio morar em João Pessoa, onde integrou o Musiclube e foi influenciado pelo Jaguaribe Carne. Seus discos mais recentes são ‘Coco ostentação’ e ‘Samba Luzia Gorda’, que tem participação de Moreno Veloso (filho de Caetano Veloso). 

Painel Funesc

Também neste sábado (20), será realizada mais uma edição do Painel Funesc. A partir das 18h30, ao vivo, na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, estará em debate ‘Arte e cultura nas favelas da Paraíba’. Esse evento híbrido (com presença de plateia e transmissão pela TV Funesc – canal da Funesc no YouTube) terá mediação de Léo Palma. Os debatedores serão Jéssica Preta (do Pedregal, em Campina Grande), Kaline Lima (Cufa - PB) e Thiago Batista (São Matheus, em João Pessoa).

O 'Festival Pretitudes: Arte, Cultura e Protagonismo Negro' é uma realização do Governo do Estado da Paraíba, por meio da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc), em parceria com a Secretaria da Mulher e Diversidade Humana (Semdh), em alusão ao Mês da Consciência Negra. 

Em parelelo, acontece ainda a Feirinha com produtos e serviços oferecidos por mulheres negras inscritas no programa 'Economia Solidária' e nas ações da Secretaria da Mulher e Diversidade Humana (Semdh).

Todas as ações são gratuitas e acontecem de forma híbrida, com presença do público físico - seguindo todos os protocolos de segurança e redução da capacidade de lotação - e transmissão pela TV Funesc (youtube.com/tvfunesc).

O público pode ainda contribuir doando alimentos não perecíveis que serão repassados para a Central Única das Favelas (Cufa), que está executando as campanhas #MãesdaFavela e #CufaContraoVírus. O ponto de arrecadação é no Espaço Cultural da Paraíba.

Serviço

Festival Pretitudes 20/11 (Sábado)

18h30 - Painel Funesc  

Local: Sala de Concertos Maestro José Siqueira

Tema: ‘Arte e cultura nas favelas da Paraíba

Mediação: Léo Palma

Convidados/as: Jéssica Preta (do Pedregal, em Campina Grande), Kaline Lima (Cufa - PB) e Thiago Batista (São Matheus, em João Pessoa).

 

Festival Pretitudes 20/11 (Sábado)

20h – Noite da Música Negra  

Local: Teatro Paulo Pontes (na Funesc)

Apresentações de Pedro Índio Negro, Sandra Belê, Elon, Manu Lima, Filosofino, Caliandra Andrade, Vieira, Helayne Cristini, Lyvia Valéria, Nathalia Bellar, João Carlos Júnior, Totonho, Helton Souza, Laíz de Oyá, Toni Silva e Escurinho.

Homenageados: Cassiano (in memorian), Cátia de França, Chico César, Toni Silva, Escurinho, Paulo Ró, Pedro Osmar, Pinto do Acordeon (in memorian), Socorro Lira, Jackson do Pandeiro (in memorian), Zé Katimba, Totonho, Odete de Pilar, Escurinho e João Carlos Júnior.