Notícias

10º Seminário Estadual Dezembro Vermelho reúne municípios, serviços especializados e organizações civis

publicado: 09/12/2025 16h06, última modificação: 09/12/2025 16h06
1 | 7
2 | 7
3 | 7
4 | 7
5 | 7
6 | 7
7 | 7
10º Seminário Dezembro Vermelho (2).jpeg
10º Seminário Dezembro Vermelho (3).jpeg
10º Seminário Dezembro Vermelho (4).jpeg
10º Seminário Dezembro Vermelho (5).jpeg
10º Seminário Dezembro Vermelho (8).jpeg
10º Seminário Dezembro Vermelho (9).jpeg
10º Seminário Dezembro Vermelho (12).jpeg

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Gerência Executiva de Vigilância em Saúde (Gevs) e da Gerência Operacional de Condições Crônicas e IST (GOCC/IST), realizou nesta terça-feira (9) o 10º Seminário Estadual Dezembro Vermelho, no auditório do Hemocentro, em João Pessoa. Reunindo profissionais dos 41 municípios prioritários e dos 10 serviços especializados da Paraíba, o seminário reforçou o compromisso coletivo com a prevenção, o diagnóstico, o cuidado e o fortalecimento das políticas públicas voltadas para HIV/Aids e outras ISTs. 

Para a gerente Operacional de Condições Crônicas e IST, Ivoneide Lucena, o momento é estratégico para consolidar o trabalho realizado ao longo do ano e planejar o próximo ciclo. “É o momento de reunir quem está na ponta, nos serviços e nos municípios, para avaliarmos o que avançamos em 2025 e o que precisamos aprimorar em 2026. Nosso foco é qualificar o atendimento, atualizar fluxos e fortalecer o encaminhamento desde a atenção básica até os serviços de referência”, destacou.  

Entre as atualizações apresentadas, ganharam destaque os novos fluxos para atendimento de gestantes vivendo com HIV, manejo da sífilis e o protocolo de início rápido do tratamento — que agora ocorre em até sete dias após o diagnóstico. Segundo a gerente, essa é uma das metas centrais do próximo ano. “A partir do teste rápido realizado na atenção primária, precisamos garantir o encaminhamento correto e o início imediato do tratamento, evitando a transmissão e protegendo a saúde da pessoa atendida”, lembrou. 

A chefe do Núcleo IST/Aids da SES, Joanna Angélica, apresentou os principais dados epidemiológicos do estado. Segundo ela, a Paraíba encerra 2025 com redução dos casos de Aids e dos óbitos relacionados à doença, mas permanece em alerta para o número de novos diagnósticos de HIV. “Ainda registramos cerca de 850 a 900 novos casos por ano, sobretudo entre jovens de 25 a 39 anos e, mais recentemente, também entre pessoas idosas. É essencial reforçar o uso do preservativo e ampliar o acesso às tecnologias de prevenção”, afirmou.  

Já pensando em 2026, a chefe do Núcleo destacou ainda a ampliação da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), da Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e do manejo clínico em todas as regiões do estado. “A ideia é descentralizar o cuidado para que todo o território, do litoral ao Alto Sertão, tenha acesso gratuito e alinhado às ferramentas de prevenção e acompanhamento das ISTs”, explicou. 

O seminário também contou com a participação ativa de organizações da sociedade civil que desenvolvem ações fundamentais junto às populações mais vulneráveis. O presidente da Associação Iguais, Dhell Felix, reforçou o papel da instituição no enfrentamento das ISTs e no apoio às políticas de promoção da saúde. “A luta é de todos nós. Precisamos conscientizar as pessoas a testar, usar a PrEP, usar preservativo e se cuidar. Sempre estamos distribuindo insumos, fazendo ações educativas e apoiando iniciativas como esta”, destacou.  

Durante o evento, a Iguais entregou a Comenda Fernanda Benvenutty à gerente Ivoneide Lucena, em reconhecimento ao seu trabalho junto às populações LGBTQIA+. “Ivoneide nos ajudou a construir as instituições LGBTs da Paraíba. Temos uma dívida de gratidão com ela. Fernanda Benvenutty, que dá nome à comenda, admirava muito Ivoneide, e tenho certeza de que estaria feliz com essa homenagem”, afirmou Dhell. Ele explicou ainda que a Iguais atua na defesa de pessoas LGBTQIA+, oferecendo apoio jurídico gratuito, ações de prevenção em saúde e programas de capacitação para empresas e órgãos públicos por meio do selo Iguais na Diversidade. 

Outra instituição presente foi a ONG Cordel Vida, que há duas décadas atua em territórios de difícil acesso e junto a populações historicamente invisibilizadas. O coordenador da ONG, Beto Alves, ressaltou que a organização desenvolve ações de prevenção e cuidado em locais onde o poder público enfrenta maiores barreiras. “Atuamos em espaços de sociabilidade LGBTQIA+, em áreas vulneráveis, com pessoas em situação de rua e em comunidades onde é preciso ter vínculo para entrar. O Cordel Vida faz esse trabalho há 20 anos, indo onde o Estado muitas vezes não consegue chegar”, disse. A ONG, fundada em 2015, ampliou sua atuação para populações do interior e distribui insumos, orientações e encaminhamentos, com resultados importantes devido ao vínculo criado com os grupos que acompanha. “Vamos exatamente onde há dificuldade de acesso. Conseguimos construir vínculos e dialogar com quem mais precisa”, completou.

O 10º Seminário Estadual Dezembro Vermelho consolidou avanços, alinhou metas e renovou o compromisso da SES com a prevenção e o cuidado integral. As conversas entre gestores, profissionais de saúde e representantes da sociedade civil reforçaram que o enfrentamento das ISTs é uma agenda coletiva — que se fortalece com informação, articulação e acesso ampliado aos serviços de saúde.