Paraíba tem o 4º maior número de inscritos do país na 3ª Jornada da Leitura no Cárcere

Paraíba ocupa a 4° posição nacional em número de inscritos na 3ª Edição da Jornada da Leitura no Cárcere com 1750 pessoas inscritas. Reeducandos de 60 unidades prisionais estão participando, além de policiais penais, gestores de unidades prisionais, professores das escolas do sistema prisional, magistrados, representantes do CNJ – Conselho Nacional de Justiça, representantes de movimentos sociais, universidades, dentre outros segmentos da sociedade brasileira

“A leitura muda as pessoas" afirma o educador Paulo Freire, “e é nessa máxima que acreditamos, que através da educação podemos potencializar as possibilidades de reintegração social, ampliando o conhecimento e abrindo novos horizontes, para que após o cumprimento da medida de privação de liberdade, o reeducando retorne ao convívio social”. disse o Secretário João Alves.
Segundo o reeducando J.L.S “a Leitura é muito importante, pois mudou minha vida e antes de participar de algum projeto de leitura, possuía uma visão totalmente diferente da que tenho agora e passei a enxergar novos horizontes, pois a leitura liberta”.
Para a Reeducanda T.B.M.B, “a leitura é importante pois dentro da unidade prisional, além da remição de pena, ajuda a passar o tempo e aprender mais. Quando leio entro na história e saio um pouco de dentro da prisão; a leitura me faz sentir próxima da liberdade” acrescentou.
Na Paraíba a equipe da Gerência Executiva de Ressocialização esteve mobilizada para as inscrições e apoio pedagógico nas unidades participantes, com a disponibilização de recursos visuais e de áudio, disse João Rosas, Gerente de Ressocialização.
O evento é uma parceria entre CNJ e Observatório do Livro e da Leitura, e sua realização tem o apoio do programa Fazendo Justiça, parceria entre CNJ e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com apoio do Departamento Penitenciário Nacional para temas da privação de liberdade. A jornada é transmitida ao vivo no link https://www.youtube.com/watch?v=NrNp3FH17c8 de forma gratuita. Estão participando mais de 15.3 mil pessoas em unidades prisionais em todo o país, acompanhando o evento ao vivo
O objetivo da jornada é incentivar a leitura e escrita para pessoas privadas de liberdade no sistema prisional brasileiro. A ação também busca desenvolver e atualizar a formação de educadores e monitores que atuam no sistema prisional, e formar pessoal e voluntários para apoiar a ampliação da rede de projetos de leitura e escrita na prisão.
A terceira edição da Jornada de Leitura no Cárcere começou nesta terça-feira (29) e continua até a quinta-feira (01/12) com transmissão pelo YouTube e redes sociais. Os trabalhos começam sempre às 14h30 e vão até 16h30. No primeiro dia foi destacada a importância dos avanços recentes na área para a estruturação de uma política de leitura intramuros com fortalecimento da cidadania, do protagonismo e da integração social com a efetividade da garantia do direito ao livro e a leitura em espaços de privação de liberdade
Para o presidente do Observatório do Livro e Leitura, Galeno Amorim a leitura vai além da decodificação de palavras para permitir o encontro com um novo significado de vida e de mundo. “Ler um bom livro transforma e ressignifica trajetórias – é sobre isso e muito mais que trataremos nesses três dias da III Jornada da Leitura no Cárcere”.
Fazendo Justiça
Em sua 2ª edição realizada em 2021, a Jornada de Leitura no Cárcere mobilizou 8,5 mil participantes em todo o país, sensibilizando atores dos Poderes Judiciário e Executivo, sociedade civil, universidades, pessoas privadas de liberdade, egressas das prisões, estudiosos e entusiastas da área.
Em 2021 foi realizado o censo nacional sobre leitura nos espaços de privação de liberdade com o objetivo de identificar as condições nas bibliotecas e acervos nos estabelecimentos prisionais e socioeducativos de todo o país para a criação de bases sólidas para proposição e aprimoramentos na área.