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Livro escrito por mulheres que atuam no sistema prisional paraibano destaca experiências de gestão e de ressocialização de reeducandos
Diversas mulheres que atuam no sistema penal da Paraíba estão concluindo um livro que documenta avanços nas áreas de ressocialização de pessoas privadas de liberdade por meio das atividades de educação e trabalho, além de ações de saúde e gestão de prisões. A obra, escrita por 33 autoras, incluindo 16 policiais penais, traz artigos científicos, relatos de experiência; crônicas e poemas.
No livro o secretário da Administração Penitenciária João Alves de Albuquerque destaca que ao longo da história as mulheres têm conquistado espaços na sociedade no processo de evolução da humanidade. “No campo da Segurança Pública são notórios os feitos das mulheres. No Sistema Prisional da Paraíba há talentosas policiais penais nas áreas de gestão, pesquisa e operacional. Não menos importante o trabalho das professoras, das profissionais das áreas da saúde e assistência social”, declara o gestor.
Há ainda depoimentos de assistente social, jornalista, médica, enfermeiras e professoras. Cada texto com sua devida importância na contribuição de um diálogo constante e necessário no processo de evolução da humanização em nossas prisões.
O livro, com 280 páginas, coletânea inédita escrita só por mulheres prestará importante contribuição à literatura específica do sistema prisional paraibano. A obra tem previsão de lançamento no dia 27 de março durante o II Seminário do Sistema Prisional da Paraíba: Teoria e Prática do Policiamento Penal, promovido pela Secretaria de Estado da Administração Penitenciária da Paraíba (Seap-PB).
A obra tem projeto editorial do policial penal, jornalista, pesquisador e editor de livros, Josélio Carneiro de Araújo, que já produziu 13 obras literárias sobretudo no campo da memória. São organizadores do livro Mazukyevicz Silva, Josélio Carneiro e a assistente social Cizia Romeu.
O prefácio será escrito por Nayhara Hellena Pereira Andrade e a apresentação da obra é assinada pelo diretor da Escola de Gestão Penitenciária, policial penal Mazukyevicz Ramon S.N. Silva. A missão de revisar os textos coube a jornalista Josy Gomes Murta, integrante da Assessoria de Imprensa da Seap. A arte da capa é de Naudimilson Ricarte.
Autoras relatam a experiência - No prólogo do livro as autoras tecem comentários sobre a oportunidade de se expressarem em uma publicação escrita só por mulheres. Vejamos alguns dos depoimentos:
“A participação nessa coletânea composta por estudos, relatos e experiências no Sistema Prisional da Paraíba, sob a ótica feminina, cada uma contribuindo com seus saberes e vivências, traz um sentimento de orgulho e gratidão, principalmente por estar ladeada de mulheres fortes e incríveis, que quebram barreiras e não se intimidam com o ambiente de trabalho, muitas vezes hostil, sem desprezar suas crenças e valores”, revela Alessandra Pereira Malaquias, policial penal diretora do Presídio Feminino de Patos.
Silnara Araújo Galdino, policial penal e Mestra em Psicologia da Saúde, afirma: “É uma grande alegria fazer parte dessa obra pioneira que busca dar voz e vez ao pensamento das Policiais Penais e outras Trabalhadoras que fazem parte do Sistema Penitenciário da Paraíba. Eu como parte da primeira turma de nomeados do concurso de 2008, tendo já se passado 15 anos, posso dizer que fomos agentes da transformação dos modos de trabalhar e de (re)existir no Sistema Prisional e na Segurança Pública, pois como mulher nesses contextos, temos um lugar e um papel que diariamente nos convocam à luta e à resistência, sendo assim, minha participação nessa obra assume essa postura: de que é necessário avançar e afirmar nosso lugar e protagonismo em todos os espaços que compõem a Segurança Pública e o Sistema Prisional como um todo”.
A professora Nilda Vaz, da Escola Graciliano Ramos/Presídio Sílvio Porto, declara: “Adentrar a embarcação da educação prisional me abriu não só uma luz, mas um farol monumental, apontado para a viabilização e facilitação da mutualidade entre os sujeitos, nesse caso, os nossos reeducandos. Essa luminosidade também me apontou para “mares nunca dantes navegados” ... O convite para fazer parte deste livro, desta coletânea de conteúdos fartos e profundos, abordando as nuances do trabalho nas prisões da Paraíba, foi uma brecha resplandecente desse brilho, permitindo que outras pessoas percebam, também poeticamente, o valor de uma publicação que documenta ações de ressocialização e demais assistências aos nossos alunos. E já que ressocializar é fazer emergir tudo o que foi perdido ou deixado à margem de alguma forma pelo disciplinado, que possamos, através do fio alumiado que é este manuscrito, sermos coadjuvantes em recuperar o que foi fadado, misericordiar o que foi sentenciado, outorgar o inexorável. A educação sempre será a melhor embarcação para reintegrar o indivíduo ao seu mar, e levá-lo a contemplar novos oceanos”.
Isadora Wanderley, Cirurgiã dentista pela UFPB, dentista lotada atualmente no Presídio Desembargador Flóscolo da Nóbrega, comemora: “Agradeço o convite e parabenizo todos envolvidos na idealização e cumprimento desse livro. Uma honra poder, ao lado de profissionais tão capacitados e comprometidos, explanar um pouco acerca da experiência e aprendizados que obtive através da minha atuação como dentista do sistema penitenciário. De fato, ser mulher e atuar no âmbito penal proporciona um crescimento pessoal instigante e grandioso”.
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Ascom/Seap PB