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Gesso 3D produzido por reeducandos tem qualidade superior ao do mercado

publicado: 06/03/2020 06h07, última modificação: 06/03/2020 08h08
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 O alto padrão de qualidade e o preço bem abaixo do praticado no mercado têm atraído muitos clientes à fábrica de gesso 3D instalada na Penitenciária de Segurança Máxima Geraldo Beltrão, em João Pessoa. Arquitetos e designers de interiores têm visitado a fábrica e recomendado a seus clientes o produto. Os diversos modelos de placas do Gesso Esperança Viva em três dimensões para paredes, tetos e arranjos, e agora jarros, são fabricados por reeducandos da unidade prisional que reduzem um dia da pena por três dias trabalhados. Um outro benefício aos apenados envolvidos no projeto é o pagamento pelo trabalho, os recursos são entregues aos famíliares. O assunto pautou a equipe de imprensa do Tribunal de Justiça da Paraíba, que produzirá reportagem sobre o tema. O TJPB é um dos parceiros.

         O secretário da Administração Penitenciária (Seap), Sérgio Fonseca de Souza, acompanha com atenção especial esse e os demais projetos de reinserção social, uma pauta que é prioridade no sistema penitenciário e tem recebido o importante apoio do governador João Azevêdo.

 O Gerente Executivo de Ressocialização, João Rosas, pedagogo e idealizador do projeto, disse que a Fábrica-Escola Gesso Esperança Viva é mais uma ação do Governo do Estado da Paraíba, dentro da concepção de uma contenção qualificada, ou seja, pautada em ações que integram os eixos norteadores da política de ressocialização implantada pela Secretaria de Administração Penitenciária – SEAP, através da Gerência Executiva de Ressocialização, quais sejam: educação, saúde, trabalho, atenção à família e incentivo a atividades culturais. Para ele a integração desses eixos norteadores é um meio facilitador a reintegração social e consequentemente diminuição da reincidência criminal.

“Todos os reeducandos participantes do projeto piloto, que funciona desde 2018 na Penitenciária de Segurança Máxima Criminalista Geraldo Beltrão, passaram por uma qualificação profissional  e também estão inseridos dentro do política educacional que funciona no interior da unidade, através de aulas do dentro do Ensino Fundamental I e II, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Os reeducandos também participam de atividades voltadas a remição de pena através da leitura e das oficinas de educação musical, através de um projeto construído em parceria com o poder Judiciário Estadual com recursos advindos das transações penais”, destaca o gestor.

João Rosas disse que em breve novas unidades penais receberão projeto similar, possibilitando a ampliação de qualificação profissional e aumento da oferta de oportunidades de trabalho interno, além disso, em breve será lançado pelo Governo do Estado o 1º edital de chamamento público para que empresas possam instalar unidades fabris no interior das unidades penais do Estado, tal iniciativa é graças a aprovação da Lei 11.613 de 26 de Dezembro de 2019 de autoria do poder Executivo Estadual.

As peças de gesso 3D são feitas em vários formatos: dunas, xadrez, colmeia, estrela, floral, meia-lua, dentre outros modelos. A novidade é que os reeducandos começaram a fabricar jarros para plantas. O apenado J.S.M., 49 anos, é um dos pioneiros na arte de produzir gesso 3D. Ele afirma que o gesso “é mais uma ótima experiência que será útil em nossa vida lá fora, em liberdade. Tanto a gente pode conseguir emprego porque agora somos mão-de-obra qualificada, como podemos montar nosso próprio negócio. Aqui aprendemos várias profissões com a instrução do SENAI”.

O diretor da Penitenciária Geraldo Beltrão, José Arimateia de Figueiredo, avalia que é de suma importância difundir essa experiência para muitos outros reeducandos. Os dez apenados que já produzem o gesso serão agentes multiplicadores , ensinando a arte a outros reeducandos.

Lindemberg Leonardo Moura, vice-diretor da unidade prisional, lembra que o projeto nasceu no Conselho da Comunidade, órgão que tem a participação do secretário Sérgio Fonseca e outros representantes. A produção hoje é comercializada até para a cidade de Campina Grande. A venda ao público externo começou em agosto de 2019. A ONG Cidade Viva é um dos parceiros. Uma inovação na Fábrica-Escola são peças mais resistentes, feitas com gesso e cimento para uso em áreas externas. O critério de qualidade é levado a sério na fábrica por isso o padrão tem superado o que há no mercado.

 

 Assessoria de Imprensa da Seap

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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